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14/03/2024 às 15:26, atualizado em 14/03/2024 às 15:52
Durante a Caminhada do Rim, em Santa Maria, população contou com serviços e orientações para conscientizar sobre a saúde do órgão
Toda segunda quinta-feira do mês de março, celebra-se o Dia Mundial do Rim. A data foi criada para conscientizar sobre as doenças renais, que atingem cerca de 10% da população mundial. Nesta quinta-feira (14), o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) e o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) promoveram uma série de ações com a comunidade local em uma busca ativa por diagnósticos envolvendo o órgão.
A Caminhada do Rim foi uma dessas iniciativas. O pátio do HRSM se transformou para acolher a população e oferecer diversos serviços de saúde. O início foi marcado com uma apresentação da banda de música do Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF). No local, foram oferecidas sessões de alongamento, massagem, serviço de odontologia, exames de glicemia e pressão, além de uma caminhada ao redor do hospital para incentivar hábitos saudáveis.
De acordo com a chefe do Serviço de Nefrologia do HRSM, Nubia de Freitas Moreira, o objetivo da ação é realizar exames na população, mesmo que não apresentem sinais indicativos da doença, tendo em vista que a disfunção renal é considerada silenciosa na maior parte dos casos.
O diagnóstico da doença renal crônica ocorre por meio da realização de exames de sangue, urina e imagem, como a dosagem de ureia e creatinina e a realização de ultrassom de vias urinárias
“A iniciativa foi destinada para a população externa para a gente identificar novos casos e começar a captação desse paciente para o tratamento inicial. Uma a cada dez pessoas tem a doença e não sabe disso”, afirmou a médica.
O diagnóstico da doença renal crônica ocorre por meio da realização de exames de sangue, urina e imagem, como a dosagem de ureia e creatinina e a realização de ultrassom de vias urinárias. Durante o evento Caminhada do Rim foram distribuídas cem fichas para marcação do exame que identifica alguma disfunção renal.
A dona de casa Severina Nogueira, 61 anos, foi uma das contempladas com a testagem gratuita. Ela elogiou as estruturas do evento: “Eu estou achando tudo muito excelente porque estimula a gente a se cuidar e se exercitar um pouco. Eu peguei uma ficha e já marquei meu exame para o próximo dia 20. Nunca tinha feito, então não sei se eu tenho alguma doença nos rins, mas tomara que dê tudo certo”, compartilhou.
A Secretaria de Saúde (SES-DF) disponibiliza todos os exames para diagnóstico da doença renal crônica. O acolhimento inicial do paciente é feito nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e, se houver indicação, o paciente é encaminhado aos ambulatórios especializados.
O diagnóstico precoce e o tratamento nos estágios iniciais permitem que a doença não evolua para necessidade de terapia renal substitutiva. Mas, caso seja necessário dar continuidade ao tratamento nas unidades de saúde, a rede adquiriu mais 26 máquinas novas de hemodiálise e, em breve, chegarão mais 13 osmoses portáteis — equipamento que produz água purificada para alimentar as máquinas de diálise utilizadas em pacientes com insuficiência renal.
A hemodiálise é uma das formas de tratar os pacientes com falência da função renal. O tratamento remove impurezas e excesso de líquido do sangue com o uso de uma máquina. Cada sessão dura, em média, quatro horas. No total são 1.355 vagas, sendo 938 por meio de contratos com a rede de saúde suplementar e 417 no Hospital de Base, Hospital Universitário de Brasília e nos hospitais regionais de Sobradinho, Taguatinga, Gama e Santa Maria.
Além da hemodiálise, a SES-DF também conta com 844 vagas de diálise peritoneal, outra técnica que traz como principal vantagem a realização na própria residência do paciente. O acesso aos serviços também ocorre por meio de qualquer unidade da Secretaria de Saúde.
Presente na solenidade, o diretor-presidente do IgesDF, Juracy Cavalcante Lacerda Júnior, reforçou a importância de manter os exames em dia para identificar doenças silenciosas. “O evento traz essa reflexão de cuidarmos melhor da saúde dos nossos rins. As pessoas que têm hipertensão ou diabetes têm mais chances de desenvolver um problema renal. Essa data serve para a gente conscientizar a população e incentivar que estejam sempre atentas a qualquer alteração”, defendeu Juracy.
A dona de casa Helenita Batista dos Santos, 65, aproveitou os serviços oferecidos nas tendas para checar seus sinais vitais. “Eu estou gostando muito de tudo aqui. É muito maravilhoso poder participar de ações. Eu já fiz massagem, medi minha pressão e minha glicemia também”, compartilhou.
Já a aposentada Vilani Venâncio, 76, pegou uma das fichas para fazer o exame de diagnóstico para verificar se está tudo certo com os rins. “Eu precisava muito desse exame porque eu tenho nódulos na tireoide. Não sei se influencia, mas quero fazer mesmo assim. O evento também está ótimo porque reencontrei várias pessoas. O que eu mais gostei foi da banda do Corpo de Bombeiros do DF”, avaliou.