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28/03/2024 às 12:59, atualizado em 28/03/2024 às 15:05
Consumo exagerado de chocolates açucarados pode levar ao desenvolvimento de doenças crônicas; preocupação é ainda maior em crianças de até 2 anos
Pesquisas apontam que mais da metade dos brasileiros (59%) consomem chocolates pelo menos uma vez por semana. E o índice deve aumentar no fim deste mês, com o feriado da Páscoa. Especialistas na área de nutrição, no entanto, aconselham moderação na hora de aproveitar as comidas muito açucaradas, comumente associadas ao risco aumentado para doenças cardiovasculares, diabetes e obesidade.
O problema na Páscoa é o açúcar, e não necessariamente o chocolate. “O cacau em si tem substâncias antioxidantes e anti-inflamatórias, além de triptofano que participa da formação da serotonina , fibras, vitamina C e minerais como zinco, cobre, ferro, magnésio, cálcio”, explica a nutricionista Karistenn Brandt, da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF).
“A exposição ao sabor muito doce nos primeiros anos de vida estimula o consumo excessivo de alimentos e bebidas com açúcar”
Karistenn Brandt, nutricionista da SES
Para um feriado mais saudável, a dica é buscar chocolates compostos com pelo menos 70% de massa de cacau. Vale atentar à rotulagem nutricional, que apresenta os ingredientes na descrição da embalagem obrigatoriamente na ordem decrescente de quantidade, isto é, do maior para o menor. Lembrando que o açúcar pode estar disfarçado com outros nomes, como maltodextrina, dextrose, xarope de milho, xarope de malte, glucose e açúcar invertido.
A preocupação maior é com os pequenos. O Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 anos do Ministério da Saúde não recomenda a oferta de açúcar adicionado nem de preparações que contenham açúcar para menores de 2 anos. Logo, o consumo de chocolate deve ser evitado. “A exposição ao sabor muito doce nos primeiros anos de vida estimula o consumo excessivo de alimentos e bebidas com açúcar, e pode reduzir a procura por alimentos nutricionalmente saudáveis”, lembra Brandt. Ela adiciona ainda o risco da obesidade infantil e de problemas dentários, como cáries e placas.
O cuidado também deve estar nas substituições nem sempre adequadas. “O adoçante funciona como se fosse um aditivo químico, e não é saudável por isso. Não recomendamos a troca do açúcar por adoçante. O que a gente indica é consumir menos alimentos doces, sejam por açúcar ou por adoçante. A alternativa saudável são as frutas – é o doce como está na natureza”, afirma a médica endocrinologista Flávia Franca Melo, também da SES-DF. Até o mel exige moderação.
Em caso de exagero, a dica é retomar rapidamente a rotina de alimentação balanceada, hidratação com água e exercícios físicos. Para quem precisar de acompanhamento de saúde, ou até iniciar um plano de reeducação alimentar, a orientação é buscar a rede de 176 unidades básicas de saúde (UBSs). Elas são a porta de entrada para os serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) no DF, de ações educativas ao atendimento especializado.
*Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal