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08/04/2024 às 16:32
Por meio do treinamento em AIDPI, médicos e enfermeiros atuam para diminuição de internações e mortalidade
Os sintomas do pequeno Gabriel Rodrigues, 2, começaram em uma segunda-feira – no início, era só uma tosse, mas três dias depois, vieram os vômitos. A mãe, Sarah Rodrigues, 19, ficou preocupada com a possibilidade de ter passado gripe ao filho e, por isso, não pensou duas vezes antes de levá-lo à unidade básica de saúde (UBS) de sua região.
“Decidi vir ao postinho porque sei que lá sou atendida”, disse Sarah, que foi acolhida por uma das enfermeiras da UBS, Raquelline Campoe. “Ela me passou a receita com os medicamentos e me explicou que se ele piorar, tenho de voltar com ele.”
O atendimento rápido e humanizado é uma característica não só da UBS 2 de Ceilândia, mas de toda a rede de saúde pública do Distrito Federal. A Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI) tem 385 médicos e 704 enfermeiros capacitados.
Capacitações
A região Oeste – que abrange as regiões administrativas Brazlândia, Ceilândia, Pôr do Sol e Sol Nascente – contabiliza a maior quantidade de capacitados: 148 enfermeiros e 82 médicos. As enfermeiras Carolina Bastos e Raquelline Campoe passaram pelo treinamento e se tornaram facilitadoras do assunto na unidade em que atuam.
“A AIDPI é um protocolo em que a gente consegue detectar os sinais de gravidade precocemente e entrar com tratamento para evitar que a criança seja hospitalizada e necessite de um suporte mais complexo”, explica Raquelline. A AIDPI, lembra ela, propõe mais facilidade ao atendimento, por exigir poucos procedimentos – como a contagem da respiração da criança e a medição da temperatura. “São coisas simples que podem ser feitas tanto na cidade quanto em território indígena”, afirma a enfermeira.
“A gente consegue ajudar as crianças de forma mais rápida, diminuir a mortalidade e diminuir as taxas de internação”
Carolina Bastos, enfermeira
Os profissionais capacitados em AIDPI possuem respaldo para prescrever medicamentos, inclusive antibióticos. O protocolo traz a estrutura para cada sintoma, inclusive com o prazo para o retorno e reavaliação. A cada agravamento, há uma estrutura definida, levando segurança ao profissional. Caso os sintomas fiquem muito graves, a criança é encaminhada ao hospital da região ou a uma unidade de pronto atendimento (UPA).
Redução de mortalidade
O objetivo da AIDPI é propor uma avaliação sistemática dos principais fatores que afetam a saúde infantil, integrando ações curativas com medidas de prevenção dos problemas infantis mais frequentes.
“A gente consegue ajudar as crianças de forma mais rápida, diminuir a mortalidade e diminuir as taxas de internação”, aponta Carolina Bastos. “Neste período, por conta da sazonalidade das doenças respiratórias, o protocolo nos auxilia muito.”
A rapidez do atendimento, especialmente aos casos que necessitam atenção especial, foi observada por Jéssica Lobo, 21, que levou o pequeno Ítalo, 2, à UBS 2 de Ceilândia. Atendida pela enfermeira Carolina Bastos, a mãe ficou aliviada ao receber as orientações necessárias. “Ele estava apresentando tosse, febre e vomitando muito”, conta. “O atendimento foi bom e rápido, porque eu via que era uma situação urgente”.
Atendimento hospitalar
Além do atendimento da atenção primária, a assistência hospitalar da região procurou medidas para otimizar e qualificar o atendimento pediátrico. No Hospital Regional de Ceilândia (HRC), a rota rápida direciona os pacientes aos locais adequados, conforme a gravidade.
Na Diretoria de Atenção Primária da região, a Equipe de Gerenciamento de Caso (EGC) é a responsável pelo encaminhamento correto, juntamente com a Gerência de Acesso e Qualidade. Crianças com fichas verde ou azul são encaminhadas às UBSs de referência, enquanto as com ficha amarela vão para as policlínicas e as que têm fichas vermelhas são atendidas no hospital.
“Nós referenciamos para entrar na emergência e também usamos a rota rápida para tirar das portas de urgência os pacientes classificados como verdes ou azuis”, explica a gerente de Áreas Programáticas do HRC, Janaína Alves. “Isso favorece o atendimento na pediatria, porque as crianças que não deveriam estar nas portas de urgência são encaminhadas para a atenção primária.”
*Com informações da Secretaria de Saúde