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09/04/2024 às 14:17, atualizado em 09/04/2024 às 17:06
Em dez anos, a população da capital cresceu 10%, e a motorização, 62%; projeto vai ouvir a população para entender as reais necessidades e como ela se locomove
O Plano Diretor de Transporte Urbano do DF (PDTU) será atualizado. A autorização para que esse trabalho seja feito foi dada nesta terça-feira (9) pela vice-governadora Celina Leão. Com o novo PDTU, o Governo do Distrito Federal (GDF) busca atender as necessidades da população em relação ao transporte público e a mobilidade da capital como um todo.
Esse processo será executado pelo Laboratório de Transportes e Logística (LabTrans), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com previsão de conclusão para julho de 2025. O investimento é de R$ 7,8 milhões.
“O usuário tem muito para falar, e a gente precisa ouvi-lo”
Celina Leão, vice-governadora
O PDTU é um instrumento de planejamento que define as diretrizes e estratégias para a gestão dos transportes urbanos e proposta de gestão compartilhada com os municípios do Entorno. Com essa configuração, é essencial que seja bem trabalhado e atenda as demandas da população.
Pesquisas
Durante o processo, que tem início em maio, serão feitas pesquisas qualitativas e quantitativas em cerca de 10 mil domicílios, avaliando a satisfação dos usuários com o transporte coletivo. Para o estudo, a população do DF é estimada em 3,1 milhões de habitantes. Também serão ouvidos moradores de 13 municípios do Entorno.
Ao comentar a atualização do PDTU, Celina Leão lembrou que o GDF tem feito as obras viárias previstas no último Plano Diretor e reforçou que a capital cresceu, se tornou uma grande metrópole e deixou de ser apenas uma cidade administrativa. Além disso, ela pontuou que quem usa o transporte público deve ser o ponto central da pesquisa.
“O usuário tem muito para falar, e a gente precisa ouvi-lo”, afirmou a vice-governadora. “Precisamos entender onde precisamos melhorar. Esse é um grande passo que damos hoje com esse mapeamento e essa pesquisa.”
Avaliações
De acordo com o secretário de Transporte e Mobilidade, Zeno Gonçalves, as informações vão ajudar a entender padrões de deslocamentos e como a população se comporta. “A capital hoje não é a mesma de dez anos atrás”, pontuou. “O PDTU em vigor precisava ser atualizado, e tivemos um atraso por conta da pandemia. Precisamos pensar o futuro e saber como as pessoas se movimentam hoje, como o transporte é impactado”.
“Não há como falar numa Brasília que queremos sem fazer planejamento”
Zeno Gonçalves, secretário de Transporte e Mobilidade
Para o titular da Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob), é este o momento de planejar: “Não há como falar numa Brasília que queremos, com esse transporte, tanto dos motoristas que andam de carro quanto dos usuários de ônibus, andando em harmonia, de forma minimamente com qualidade, sem fazer planejamento. Qualquer intervenção viária, tudo que a gente for fazer daqui para frente, precisa passar pelo PDTU”.
Os pesquisadores do LabTrans vão levantar as condições reais de prestação dos serviços de transporte coletivo, bem como os dados para projeção de cenários futuros a serem desenvolvidos em até 15 anos. Diante dessas informações, a empresa apresentará um diagnóstico da mobilidade urbana no DF e no Entorno, com alternativas para problemas e projeções de demanda.
Crescimento
“De 2010 a 2022, tivemos um crescimento de aproximadamente 10% na população, mas tivemos um crescimento de 62% na motorização”, atentou o gerente técnico do Labtrans, Victor Caldeira, responsável por apresentar o projeto do PDTU aos presentes. “É uma tendência nacional, mas o DF foi fortemente impulsionado pelo seu desenvolvimento e pela sua formação estrutural. É uma tendência que tende a piorar, então a ideia é reverter esse processo dentro do possível.”
A apresentação do LabTrans mostrou que o DF tinha, em 2010, uma frota de 1.245.521 veículos, número que passou para 2.2021.627 em 2022, representando um aumento de 62%. Já a população aumentou de 2.570.160 habitantes para 2.817.381 em igual período.
O acordo com a empresa se deu por meio de um convênio tripartite entre a Semob, a UFSC e a Fundação de Estudos e Pesquisas Socioeconômicos (Fepese).