10/04/2024 às 09:22, atualizado em 11/04/2024 às 10:48

Entenda como funciona a classificação de risco em hospitais e UPAs do DF

Protocolo adotado pelo IgesDF ajuda a identificar usuários em situação crítica e garante atendimento com base em escala de cores

Por Agência Brasília* | Edição: Carolina Caraballo

O atendimento na porta das unidades de saúde pode ser restringido em períodos de emergência, como epidemias ou sazonalidades. Para atender melhor todos os pacientes, o Hospital de Base, o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) e as 13 unidades de pronto atendimento (UPAs) do Distrito Federal sob gestão do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) seguem o Protocolo de Classificação de Risco do manual da Secretaria de Saúde (SES-DF).

O Protocolo de Classificação de Risco ajuda a identificar os usuários mais graves, permitindo um atendimento mais ágil e seguro | Fotos: Davidyson Damasceno/IgesDF

Ferramenta de apoio à tomada de decisão clínica, a classificação de risco é uma maneira de padronizar a linguagem para urgências clínicas, traumáticas e obstétricas. “O principal objetivo é a imediata identificação dos usuários mais graves, o que permite um atendimento mais ágil, seguro e oportuno, sempre seguindo cada uma das cores e suas orientações”, explica a enfermeira encarregada da UPA de Ceilândia I, Leny Cátia Xavier Santos.

“Tem dias em que recebemos tantas pessoas com necessidade de classificação de risco vermelha, ou seja, em estado gravíssimo e que necessita de atendimento imediato, que precisamos deixar de atender as outras classificações temporariamente”, conta Leny. Porém, ninguém deixa de ser avaliado e receber sua classificação. Além disso, o protocolo é combinado à metodologia de humanização e de acolhimento ao usuário.

A classificação pode ser realizada novamente, a pedido do paciente. De acordo com a enfermeira, se um paciente classificado como verde há 20 minutos ou mais pede para ser reclassificado por sentir que sua dor aumentou ou por entender que apareceram outros sintomas, é feita uma nova avaliação. Com isso, ele pode ser colocado em outra faixa de risco que necessite de um atendimento mais urgente.

Na classificação por cores, o vermelho é reservado para pacientes com risco iminente de morte, enquanto o azul indica os casos menos graves da escala

Entendendo as classificações

Às vezes, o paciente chega à recepção de uma UPA se queixando de dor de cabeça e cansaço no corpo. Ao ser examinado pela equipe de enfermagem, não apresenta febre, pressão alta ou qualquer outra alteração. O paciente reforça que a dor de cabeça está muito forte e que ele não consegue aguentar mais.

“Os pacientes laranja possuem risco de agravamento, necessitando atendimento médico e assistencial de enfermagem de modo contínuo”

Ronaldo Lima Coutinho, chefe do Núcleo da Central Tática de Resolutividade do HRSM

De acordo com Leny, a dor é considerada o quinto sinal vital. “A dor é um sentimento muito subjetivo, mas sabemos que, quando ela é intensa, temos também alteração de outros sinais vitais ,como aumento de frequência cardíaca ou da pressão arterial”, afirma. A presença de alteração nesses outros sinais vitais é o que vai ajudar o profissional classificador a saber qual a melhor forma de atender o paciente.

Segundo o chefe do Núcleo da Central Tática de Resolutividade do HRSM, Ronaldo Lima Coutinho, o tempo de espera entre a classificação até o atendimento médico depende da gravidade de cada paciente na chegada à porta da emergência.

“Casos vermelhos são de atendimento imediato, pois são pacientes com risco iminente de morte. Já os pacientes laranja possuem risco de agravamento, necessitando atendimento médico e assistencial de enfermagem de modo contínuo”, explica. De acordo com Ronaldo, pacientes classificados com a cor  amarela necessitam de atendimento médico imediato, ou seja, podem ter acesso aos consultórios médicos do pronto atendimento por ordem de chegada.

A classificação de risco é combinada à metodologia de humanização e de acolhimento ao usuário

Um paciente colocado na faixa de risco azul seria atendido por um médico e encaminhado para uma unidade básica de saúde (UBS). Lá ele teria a atenção primária necessária para a resolução do seu problema. Já alguém classificado como faixa verde, amarela, laranja ou vermelha seria encaminhado para a área determinada dentro da própria unidade para prosseguir com o tratamento.

Etapas do acolhimento

O paciente, quando busca atendimento, é acolhido pelos colaboradores, que seguem algumas etapas. Após realizar a abertura da ficha de atendimento, por meio da Guia de Atendimento de Emergência, a pessoa é acolhida por um profissional treinado que fará a escuta ativa qualificada, entendendo a queixa inicial. Esse paciente será então encaminhado para a classificação de risco.

A primeira avaliação tem como objetivo afastar o risco iminente de morte. A partir daí, procura-se entender o motivo da procura pela unidade de saúde. De posse dessa informação, o profissional da enfermagem deve identificar o fluxograma correspondente no protocolo da SES-DF e realizar a classificação de risco, avaliando ventilação do paciente, circulação sanguínea, sinais vitais e, em gestantes, o grau da dor.

Para cada queixa há um fluxograma diferente. O protocolo de classificação de risco para uma queixa de dor de cabeça ou tontura é diferente para uma queixa de falta de ar ou sintomas respiratórios. Dentro de cada um desses fluxogramas há questões diferentes que precisam ser identificadas para que seja possível estratificar o risco e inseri-lo no prontuário do paciente.

*Com informações do IgesDF

10/04/2024 - Entenda como funciona a classificação de risco em hospitais e UPAs do DF