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12/04/2024 às 19:01
Serviço oferece assistência interdisciplinar a pacientes de todas as faixas etárias
Modelo nacional no tratamento de pessoas com a síndrome, o Centro de Referência Interdisciplinar em Síndrome de Down (CrisDown) celebrou 11 anos nesta sexta-feira (12). A comemoração reuniu cerca de 50 pessoas, entre usuários, familiares e profissionais da saúde, em tendas montadas na parte externa do Adolescentro, na Asa Sul.
Hoje são atendidas cerca de 2.300 famílias, que têm acesso a uma equipe interdisciplinar, composta por psicólogo, nutricionista, cardiologista, ortopedista e fisioterapeuta, entre outros. O acompanhamento é oferecido a todas as faixas etárias, desde bebês até adultos.
Para a fisioterapeuta e coordenadora do CrisDown, Carolina Valle, “a importância de comemorar esse aniversário é dar uma maior visibilidade às pessoas com síndrome de Down. Faz com que todas realmente sejam vistas e incluídas”.
É o caso de Ana Cristina, 28 anos, que estava acompanhada da mãe, Maria Socorro Gomes. A jovem frequenta o CrisDown desde o início do serviço, há 11 anos. “Hoje ela participa de um grupo de adultos. Eles se encontram uma vez por semana e trabalham a autonomia nas atividades diárias. Minha filha não escovava os dentes, agora ela já escova sozinha, já aprendeu. Na parte social, estão trabalhando muito bem e eles estão respondendo”, compartilha Maria Aparecida.
O CrisDown compõe a rede de assistência da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). As famílias podem procurar diretamente o CrisDown, não é necessário encaminhamento. Para ser atendido, é preciso entrar em contato pelo número de WhatsApp (61) 99448-0691 e agendar o atendimento, que ocorre sempre às sextas-feiras.
Foi o que fez Jaqueline Tavares assim que soube que sua filha, Tainá, tinha a síndrome. Hoje com 8 anos, a menina passou a ser assistida ainda com poucos meses de vida. “Ela já fez terapia ocupacional, fonoaudiologia, fisioterapia e hoje é acompanhada pela pediatra. Faz muita diferença, ajuda muito no desenvolvimento dela. Na fala, na coordenação motora. Principalmente porque acompanhamos desde que ela nasceu”, compartilha Jaqueline.
Segunda a coordenadora do CrisDown, assim que uma família procura o serviço, a equipe realiza uma triagem para entender as necessidades individuais do usuário. “Fazemos uma estratificação de risco, que aponta todas as particularidades que dizem respeito ao conjunto de sintomas que têm na Síndrome de Down. Assim, nós conseguimos identificar como está a saúde da pessoa e intervir no que é necessário”, explica Valle.
O CrisDown compõe a rede de assistência da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). As famílias podem procurar diretamente o centro, não é necessário encaminhamento
Durante as festividades, os usuários puderam desfrutar de música, um lanche coletivo e de um momento de fala dos gestores e autoridades. O deputado distrital Eduardo Pedrosa comentou a importância do centro para a saúde da população. “Ele foi desenvolvido através do esforço de muitas pessoas, como a gente está vendo aqui hoje. Servidores e profissionais da saúde que se dedicaram para tentar constituir uma rede de suporte às pessoas com Síndrome de Down no DF. O atendimento se tornou referência exatamente por ter esse cuidado em ter um local específico, uma equipe específica para suporte a essas famílias”, afirma.
A especificidade do tratamento também foi um ponto salientado por Vale. “A importância do centro é um olhar mais individualizado, mais especializado, voltado realmente para o que as pessoas com a síndrome necessitam na questão da saúde”, completa.
Nova sede
Atualmente, o CrisDown funciona nas dependências do Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Entretanto, está prevista a construção de um espaço próprio, na quadra 612 da Asa Sul. A planta estrutural do novo local já está pronta e agora é a fase dos projetos complementares. A previsão é que as obras comecem ano que vem.
“Com a mudança, poderemos oferecer um melhor atendimento, oferecer mais capacitação para outros profissionais e trazer a universidade para perto da gente. Poderemos provar que síndrome de Down não é um bicho de sete cabeças, ela só precisa ser assistida e cuidada em alguns detalhes para que a gente possa dar oportunidade para esses meninos voarem, é o que a gente mais deseja”, finaliza a coordenadora.
*Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)