17/04/2024 às 12:08

Unidades de saúde adotam revista visual como medida de segurança complementar

Iniciativa do IgesDF protege não só colaboradores e usuários, mas também materiais hospitalares, evitando furtos; câmeras de vigilância também são usadas

Por Agência Brasília* | Edição: Carolina Caraballo

Após passar por alguns casos de transtornos na segurança de suas unidades, como furtos de aparelhos essenciais para realização de exames, enxovais da internação e, em um único caso extremo, uma tentativa de assassinato, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (IgesDF) vem implementando a revista visual desde o ano de 2020, de forma gradativa.

Além da revista visual, unidades como o Hospital de Base possuem câmeras de segurança em pontos estratégicos que ajudam a identificar possíveis problemas | Fotos: Davidyson Damasceno/IgesDF

A diretoria da instituição solicitou que fossem realizados diversos estudos, consultas jurídicas, conversas com representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT), além de treinamento de equipes e orientação de colaboradores, pacientes e acompanhantes para a necessidade de se implementar a revista visual de forma definitiva.

“Como ainda não temos um detector de metais em nossas unidades, a alternativa ainda é a revista visual, prática realizada já há muito tempo em unidades de saúde da rede particular e o qual estamos espelhando para minimizar não somente os danos financeiros, mas também qualquer prejuízos à população, que sofre com a suspensão de exames quando um equipamento importante é furtado da unidade”, explica Gustavo Magno, gerente-geral de Engenharia Clínica, Hotelaria e Segurança do IgesDF.

“Os membros da nossa equipe de segurança são orientados a não colocarem a mão em nada, a não ser que identifiquem alguma irregularidade”

Gustavo Magno, gerente-geral de Engenharia Clínica, Hotelaria e Segurança do IgesDF

Em 2021, a revista foi implementada para pacientes e acompanhantes no Hospital Regional de Santa Maria. Em meados de 2022, o Hospital de Base passou a realizar o mesmo tipo de medida de segurança, ainda de forma educativa e não obrigatória. No dia 9 de abril deste ano, a revista visual foi implementada de forma definitiva, aleatória, porém obrigatória a todos os usuários e colaboradores do instituto, sem discriminação de cargo ou profissão.

Nos principais pontos de acesso das unidades do IgesDF, a equipe de segurança solicita aos usuários e colaboradores, de forma gentil e nada vexatória, que mostrem o conteúdo interno de bolsas, sacolas e mochilas. “Os membros da nossa equipe de segurança são orientados a não colocarem a mão em nada, a não ser que identifiquem alguma irregularidade” explica Gustavo.

Resultados

Diariamente, a equipe de segurança apresenta um relatório sobre o que foi encontrado de objetos irregulares que tentavam entrar nas unidades. “Já foram achadas e retidas diversas armas brancas como facas e facões, tesouras e outros objetos de corte e perfuração, que podem colocar em risco a vida e a segurança de usuários e colaboradores”, afirma Gustavo.

Medidas de segurança adotadas em unidades de saúde garantem não apenas a proteção de pacientes e colaboradores, mas também dos recursos usados pelos próprios hospitais, como enxovais e equipamentos médicos

Na saída das unidades já foram retidos vários enxovais como toalhas, cobertores, lençóis e outros itens, inclusive equipamentos médicos. “Em 19 de abril de 2023, tivemos o notório e amplamente divulgado caso de endoscópios que foram roubados do Hospital de Base, no valor de R$480 mil reais. Esses aparelhos são necessários para realizar exames importantes e o seu furto trouxe um prejuízo enorme para a população, tanto financeiro como assistencial. Acreditamos que se a revista visual estivesse sendo realizada de forma permanente na época, talvez tivéssemos impedido ou coibido esse furto”, explica Gustavo.

Além dos vigilantes, o Hospital de Base possui câmeras de segurança em pontos estratégicos que ajudam a identificar possíveis problemas. “Contamos com sistemas de vigilância por vídeo e controle de acesso”, lembra Gustavo.

“A prática da revista visual é uma iniciativa para garantir a segurança de todos”

Radam Nakai, chefe da Assessoria Jurídica do IgesDF

As imagens do circuito de TV mostram a efetividade das revistas, com o registro dos itens recuperados ou retidos e também a maneira como a equipe de segurança aborda os usuários ou colaboradores revistados. “A medida de revista visual, juntamente com outros planos de segurança, recentemente ajudaram a prender colaboradores que estavam desviando medicamentos no centro de distribuição do IgesDF”, lembra Gustavo.

Segundo o chefe da Assessoria Jurídica do IgesDF, Radam Nakai, “a prática da revista visual é uma iniciativa para garantir a segurança de todos. Estamos também dedicados a conscientizar e treinar nossos colaboradores para promover uma cultura de segurança em nossas unidades”.

De acordo com o Juracy Cavalcante Lacerda Júnior, diretor-presidente do IgesDF, “ao adotar estas medidas, buscamos proteger nossos recursos e garantir não só o atendimento dos usuários, como a proteção de todos os envolvidos em nossas atividades, contribuindo para um ambiente mais seguro e acolhedor para colaboradores e pacientes”.

*Com informações do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (IgesDF)