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02/05/2024 às 14:22, atualizado em 02/05/2024 às 14:41
O curso, ministrado pelo menos duas vezes ao ano na sede da Emater, foi realizado pela primeira vez no Paranoá, para facilitar a locomoção dos alunos e promover as boas práticas na produção dos derivados de leite
Sempre na mesa, acompanhado por um cafezinho ou uma goiabada, o queijo é um dos alimentos mais presentes no paladar brasileiro. Minas, frescal, meia cura, ricota… Seja qual for o tipo, o laticínio não apenas faz parte de uma alimentação balanceada como também já movimentou mais de R$ 26 milhões na economia do Distrito Federal em 2023, ano em que os produtores rurais fabricaram cerca de 918 toneladas da iguaria.
Com o crescimento da produção de queijos na capital federal, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF) promoveu uma oficina prática sobre o assunto no Rancho União, localizado na comunidade de Sobradinho dos Melos, no Paranoá. O curso foi realizado na terça-feira (30), reunindo 17 produtores rurais assistidos pela entidade. Além de queijos básicos, os participantes também aprenderam a fazer iogurte, requeijão cremoso e ricota.
“A intenção é ensinar a produzir de uma maneira correta os queijos que os produtores já fazem na propriedade deles. Foi abordado o processo desde o início, com o leite chegando aqui, passando pela pasteurização, os cuidados com a higiene pessoal, do local e dos equipamentos, as boas práticas na produção do leite e a ordenha, até a manutenção da saúde dos animais”, explicou o instrutor do curso, Flávio Bonesso Pinheiro.
Ele recordou que, no último mês, três queijarias do DF foram premiadas na terceira edição do Mundial do Queijo do Brasil, que aconteceu em São Paulo entre os dias 11 e 14 de abril. “Isso é muito gratificante, porque são pessoas que a gente vem acompanhando desde o início e, agora, estão sendo premiadas internacionalmente”, acentuou.
A produtora rural Sâmia Braga da Silva, 25, é da região de Fazenda Velha, que fica em Sobradinho dos Melos. Há dois meses, ela iniciou a produção de queijo em família; após algumas visitas da Emater, soube do curso e demonstrou interesse, sendo uma das participantes da primeira edição feita no Paranoá.
“Na área rural, as pessoas querem mais renda e, às vezes, não sabem muito no que investir. É uma oportunidade muito grande ter esse curso gratuito”, declarou a produtora. “A gente começou agora na área da produção de queijo, com poucas vacas e pouco leite. Então, foi essencial participar dessa oficina, porque eu não sabia de nada. Aprendemos sobre higienização e cuidados que a gente tem que ter desde o manuseio para tirar o leite lá no curral até o queijo chegar ao nosso consumidor final”, acrescentou.
Proximidade
De acordo com o extensionista rural da Emater, Ivan Marques de Castro, o curso foi uma demanda do escritório do Paranoá, idealizado pela dificuldade na locomoção dos produtores até a sede da Emater, na Asa Norte, onde o curso normalmente é realizado duas vezes por ano.
“A gente estava conseguindo levar dois ou três produtores apenas. Aqui tem mais espaço e é mais perto deles, mais fácil para virem. Conseguimos atingir nosso objetivo, que é passar a tecnologia para essas pessoas, fazendo com que elas comecem a despertar esse olhar para a produção de queijo, fazendo de maneira correta, que possa vender, com mais segurança nutricional e qualidade. Isso vai garantir mais renda, para que permaneçam na atividade com mais satisfação”, pontuou Ivan.
O extensionista acrescenta que a capacitação também é uma forma de motivação para aqueles que já trabalham com produção de queijos, como é o caso do produtor rural Denival Marçal Pires, 44, que mora no Núcleo Rural Capão da Onça. Há mais de 20 anos na área, ele conta que desde pequeno via seu pai fazendo os queijos e manteve o negócio na família. Atualmente, ele vende cerca de 11 queijos por dia, chegando a faturar de R$ 3 mil a R$ 4 mil por mês.
“O leite sempre auxilia na renda. A gente sempre trabalhou com queijo cru, mas aqui no curso a gente está profissionalizando com o leite pasteurizado, que tem menos bactérias; então, vamos aprimorando as coisas. O curso é muito importante para a comunidade rural, para a gente ter um melhor produto”, observou.
Para o gerente do Rancho da União, Donizete Aparecido da Costa, 50, o curso traz retornos para outras áreas. “A gente tem se beneficiado tanto na veterinária quanto na parte da agronomia, porque a oficina esclarece muitas dúvidas e traz outros parceiros que fazem a gente alavancar”, afirmou. Ele reforça que a aproximação da comunidade é o principal benefício. “Estamos conhecendo várias pessoas hoje, que são daqui de perto e têm os mesmos interesses que nós”.
Diferencial
No dia 25 de abril, o Distrito Federal ganhou a Rota do Queijo. A iniciativa reúne oito precursores na produção de laticínios e criação de ovelhas e cabras, que contam com projetos formalizados e estão preparados para receber visitas turísticas. São eles: Queijaria Rancharia, Sítio Vale das Cabras, Cabríssima, Queijaria Walkyria, Ateliê do Queijo, Malunga, Kero Mais e Ercoara.
“Funciona fazendo uma integração entre turismo e produção, agregando essas duas vertentes da economia. O público tem essa curiosidade de saber quais são os passos da produção do queijo e, nessa rota, as pessoas podem vivenciar um pouco disso. A intenção é melhorar cada vez mais, juntando mais produtores”, comentou o instrutor Flávio.
Além disso, a Emater também tem sua própria receita de queijo, que é o Queijo Candango. “É um queijo que nós estamos registrando a patente dele para colocar no mercado, é um queijo muito saboroso. Não é porque é da Emater não, mas é um queijo muito bom, eu gosto muito de produzir ele, é um queijo considerado meia cura, de um sabor que só comendo mesmo para entender como é”, acrescentou Flávio, lembrando que os produtores poderão aprender a fazê-lo, após patenteado, no curso de queijos especiais, programado para agosto deste ano.