10/05/2024 às 17:10

Excursão leva artesãs da área rural ao Salão do Artesanato de Brasília

Produtoras das regiões do Gama, Planaltina, Tabatinga e Alexandre de Gusmão puderam aprender sobre qualidade do produto e embalagens em interação com os expositores

Por Agência Brasília* | Edição: Chico Neto

Produtoras rurais e artesãs das regiões do Gama, Planaltina, Tabatinga (RA Planaltina) e Alexandre de Gusmão (RA Brazlândia) participaram, nesta sexta-feira (10), de uma excursão ao 17º Salão do Artesanato de Brasília. A visita foi promovida pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF) com a proposta de que as artesãs observassem as peças comercializadas no evento, no shopping Pátio Brasil, até domingo (12).

Adriana Fernandes (E): “Ver de perto um espaço desse, tão organizado e profissional, nos incentiva a querer alcançar esse patamar” | Foto: Divulgação/Emater-DF

“Essa excursão foi realizada com objetivo de que elas prestassem atenção aos detalhes, como a qualidade do produto, a embalagem, a organização das prateleiras de forma que chame a atenção dos consumidores e também para que elas pudessem interagir com os artesãos”, afirmou a turismóloga da Emater-DF, Zaida Regina. “Geralmente, as artesãs da área rural ficam muito sós, então um passeio como esse é um estímulo à integração social.” 

Pela manhã, as artesãs se reuniram no centro de formação da empresa para ouvir o relato das que tiveram a oportunidade de conhecer a Feira Nacional do Artesanato de 2023, no Ceará. A Emater-DF levou cinco artesãs rurais e quatro técnicas ao evento.

Aprendizado

As artesãs Adriana Fernandes, Valdira Sena e Adrielly Sena, do Assentamento Pequeno William (Região Administrativa de Planaltina), ficaram satisfeitas com a visita desta sexta. “Ver de perto um espaço desse, tão organizado e profissional, nos incentiva a querer alcançar esse patamar”, observou Adriana.

Ela contou que o grupo de mulheres do assentamento conseguiu uma verba do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) e desenvolveu dois projetos para trabalho com vegetação do Cerrado. “Agora que estamos mais preparadas, podemos aumentar nossa produção, com perspectivas de elevação da renda”, comemorou.

Valdira, que participou do primeiro curso de artesanato da Emater-DF em 2011, relatou seu progresso: “Antes eu era aluna, hoje sou instrutora. Nunca imaginei que poderia alcançar esse status”. Por meio dos projetos, ela enumera quais materiais são usados na fabricação de cachepôs, caixinhas, decoração para espelhos, luminárias, bonecas e cestos: “Fibra de bananeira, capim-colonião, palha de milho, rabo-de-raposa, troncos de árvores e mais o que tiver no Cerrado, no entanto, sem destruir. Apenas colhemos os materiais que a natureza já descartou”.

Já Adryelly disse que encara o artesanato como uma terapia: “É  um momento em que a gente dá um tempo para si”. Aluna do ensino médio integrado ao técnico em agropecuária do Instituto Federal de Brasília (IFB), a jovem falou sobre o conhecimento que adquire ao trabalhar com a atividade: “A gente aprende a reconhecer nosso território, plantas, animais, enfim, nossas raízes”.

*Com informações da Emater-DF