10/05/2024 às 14:19

Sessões de fisioterapia complementam a hemodiálise no HCB

Atividade proporciona qualidade de vida e momentos de descontração às crianças   

Por Agência Brasília* | Edição: Chico Neto

O Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB) é referência no tratamento de crianças com doença renal crônica no Distrito Federal. Um dos tratamentos indicados nesses casos é a hemodiálise, procedimento em que o paciente precisa ficar conectado a uma máquina responsável por filtrar o sangue. Em 2024, o HCB incrementou o atendimento com sessões de fisioterapia durante a hemodiálise.

Inovação contempla um pedido feito pelas crianças que estão em tratamento; resultados têm sido positivos | Foto: Divulgação/HCB

Segundo a responsável técnica pela fisioterapia do HCB, Glaciele Xavier, a iniciativa é uma resposta a pedidos das próprias crianças, que precisam passar quatro horas sentadas para receber o procedimento. Inicialmente, a equipe realiza uma sessão semanal de fisioterapia com cada grupo de pacientes da hemodiálise – mas há planos de ampliação nessa frequência, com duas sessões semanais por grupo.

A estudante Maria Eduarda Fernandes,15 anos, aprovou a iniciativa, executando vários alongamentos e exercícios com o uso de bolas. “A sessão foi boa, gostei”, contou. “Deu para cansar um pouco e foi bom para passar o tempo”. Guilherme Kauan Oliveira, 16 anos, também ficou satisfeito. “A fisioterapia distrai e também ajuda na parte física”, disse.

Benefícios

“Essa atividade é muito benéfica, melhora a capacidade funcional, [levando] bem-estar e qualidade de vida às crianças”, afirma a fisioterapeuta Glaciele Xavier. Ela acompanha os exercícios conduzidos pelos estagiários de fisioterapia que atuam no hospital, orientando quanto ao atendimento oferecido na hemodiálise e verificando a disposição de cada criança.

“Esse também é um momento de descontração, para distrair as crianças e trazer um reforço ao tratamento”

Raquel Caixeta, fisioterapeuta do Hospital da Criança

“Todos os pacientes foram avaliados em relação à capacidade funcional e pulmonar. Também monitoramos os sinais vitais antes, durante e depois das atividades, assim como a percepção do esforço de cada uma”, explica. Como as crianças não têm completa liberdade de movimentação durante a hemodiálise (não podem, por exemplo, ficar em pé na hora do procedimento), a equipe de fisioterapia sistematizou atividades que se adaptem à rotina do procedimento. “Começamos com um aquecimento, para preparar o corpo. Passamos a exercícios aeróbicos e resistidos, para trabalhar a força muscular, e finalizamos com um relaxamento”, esclarece Graciele.

Interatividade

Rodrigo de Oliveira é pai de Alice, 4, e ajudou a filha ao longo da sessão. Para ele, um ponto positivo da atividade é o incentivo à interação entre as crianças: “Quando elas chegam, algumas já dormem, outras ficam mexendo no tablet ou no celular. Com a fisioterapia, elas ficam estimuladas a conversar com as outras, a olhar como a criança do lado está fazendo o exercício”.

A nefrologista do HCB Raquel Caixeta também acompanha a atividade. “O paciente em tratamento de hemodiálise geralmente evolui com perda de massa muscular e comprometimento ósseo, mas faz alguns anos que já foi visto um impacto efetivo da fisioterapia, em adultos, em questões como câimbra e dor”, relata. 

A médica ressalta que aliar a fisioterapia à hemodiálise é positivo: “Esse também é um momento de descontração, para distrair as crianças e trazer um reforço ao tratamento”.  

*Com informações do HCB