15/05/2024 às 20:02, atualizado em 17/05/2024 às 08:55

Hospital Regional de Sobradinho promove banho de sol para mães e bebês internados

Objetivo é promover o bem-estar físico e mental, assim como absorção de vitamina D e principalmente do contato pele a pele

Por Agência Brasília* | Edição: Ígor Silveira

Após a dieta das 15h, as mães com bebês internados nas unidades de cuidados intermediários do Hospital Regional de Sobradinho (HRS) começam a se preparar. Cada uma carrega o seu bebê, coloca-o em posição canguru e sai em um passeio – o banho de sol. Promovido pela unidade de cuidado neonatal do hospital, a iniciativa promove benefícios físicos e mentais para mães e crianças.

O banho de sol oferta o contato pele a pele entre os bebês e as mães, uma ação que auxilia o crescimento e desenvolvimento dos recém-nascidos | Fotos: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF

O banho de sol tem como objetivo ofertar o contato pele a pele entre os bebês e as mães, uma ação que auxilia o crescimento e desenvolvimento dos recém-nascidos, principalmente os prematuros. Após o breve passeio até o heliporto do hospital, as mães se dirigem para um espaço aberto e de sombra para uma roda de conversa.

Neste momento, podem desabafar umas com as outras mães. E as ferramentas utilizadas para quebrar o gelo são diversas, como um gibi que conta a história de um bebê prematuro. O livreto também traz informações sobre a nova lei que ampara as mães de prematuro quanto à licença maternidade.

Conforme ressalta a enfermeira da Unidade de Neonatologia que coordena as atividades, Margareth Knupp, a ação dá oportunidade às mães de saírem do ambiente fechado do hospital, que muitas vezes é estressante devido ao longo tempo de internação. “São momentos muito importantes para as mães, de descontração, de interação e de conversar com outras mulheres. Além disso, reforça o Método Canguru, uma iniciativa que ajuda no desenvolvimento e recuperação dos bebês”, explica.

Layla Priscila Oliveira, 33 anos, está internada com o pequeno Kalel após uma gestação de alto risco. “O ambiente hospitalar não é fácil, e cada um sabe o que vivenciou”

Layla Priscila Oliveira, 33 anos, é mãe do pequeno Kalel Oliveira e participante dos banhos de sol. Com gestação de alto risco, Kalel veio ao mundo com 29 semanas. “Tive o bebê no Hmib [Hospital Materno Infantil de Brasília] e a extração foi muito difícil. Ele sufocou e, no relatório médico, até está escrito que nasceu com morte aparente. Não ouvi choro, não ouvi nada”, relatou.

Devido à pressão alta de Layla no pós-parto, a moradora do Riacho Fundo precisou tomar medicação intravenosa, enquanto o bebê estava entubado. Cinco dias depois, ambos precisaram ser transferidos ao Hospital Regional de Sobradinho, onde conheceu os banhos de sol. “O ambiente hospitalar não é fácil e cada um sabe o que vivenciou. Nunca tive essa mentalidade de um dia viver em uma UTI neonatal e ter um filho prematuro. Tudo é muito pesado de carregar e, aqui, podemos apoiar umas às outras”, declarou.

A atividade é conduzida por profissionais da equipe multiprofissional, composta por enfermeiros, psicólogos, terapeutas ocupacionais e técnicos em enfermagem. O público-alvo são mães com os bebês internados nas unidades neonatais.

Além do breve passeio até o heliporto, as mães se reúnem em uma roda de bate-papo para desabafar e confortar umas às outras

Pele a pele

Um dos princípios do banho de sol é o contato pele a pele entre mães e bebês, uma ação preconizada pelo Método Canguru. O contato promove o ganho de peso, aumenta o vínculo entre bebê e mãe, além de melhorar a amamentação.

O Método Canguru é dividido em três etapas. A primeira começa no pré-natal, com a identificação da gestação de risco e a internação hospitalar, com o bebê assistido na Unidade de Terapia Intensiva (Utin) ou na Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional (Ucinco).

Em seguida, mãe e bebê são transferidos à Unidade de Cuidados Intermediários Canguru (Ucinca), quando permanecem juntos 24 horas por dia, fortalecendo os laços familiares e promovendo segurança à mãe em relação aos cuidados.

Por fim, a terceira etapa é iniciada após a alta, nas consultas em nível ambulatorial e com acompanhamento em parceria com a atenção básica até o bebê completar 40 semanas de idade gestacional ou 2.500 gramas.

*Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES)