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21/05/2024 às 18:19
Durante a abertura do evento no Hospital da Criança de Brasília, foram divulgadas ações das equipes de segurança do paciente que agora inspiram outros hospitais
O início da jornada de trabalho ao som de música clássica de um dueto de violoncelos, marcou esta terça-feira (21) no Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB). Assim foi aberta a Semana da Enfermagem, evento que já faz parte do calendário do HCB e será realizado até quinta (23). O tema deste ano ー Romper bolhas no cenário da enfermagem pediátrica: práticas avançadas, assistência de precisão, desafios e oportunidades ー demonstra os desafios que os enfermeiros enfrentam no dia a dia. Nos três dias, serão realizados cursos de reciclagem com teoria e prática.
A diretora-executiva do hospital, Valdenize Tiziani, enfatizou a realidade do serviço de enfermagem vista como uma atividade diferenciada nos países desenvolvidos. Ela destacou ainda que o HCB alcança um patamar de qualidade exigida constantemente para manter a excelência dos serviços oferecidos.
Diretora técnica do HCB, a pediatra onco-hematologista Isis Magalhães falou do aspecto humanista da profissão: “Viver perto do sofrimento não é tristeza, é conhecimento, evolução. É entender os propósitos que às vezes não nos damos conta. A nossa escolha é uma oportunidade de sermos pessoas melhores e não viver como a maioria hoje vive, distraída. A vida tem um significado. Aqui, neste centro de cura destinado a cuidar de pessoas, nós vivemos a cura física e não-física do paciente e, a cura de nós mesmos.” A médica ainda ressaltou a importância da técnica em que “todos aprendem uns com os outros, todos os dias.”
A enfermeira e diretora de práticas assistenciais, Simone Prado, uma das organizadoras do evento, enumerou os desafios vencidos desde 2011, quando foi inaugurado com 110 funcionários na enfermagem, um efetivo que soma hoje 687 profissionais da área, entre técnicos de enfermagem e enfermeiros. “Romper bolhas é um tema que traz à reflexão a questão de vencer os paradigmas e aqui na pediatria do HCB, temos uma história jovem, pois o hospital é um adolescente de quase 13 anos. Desde a concepção até a ampliação em 2018, vencemos desafios a cada novo dia, cuidando de crianças com alta complexidade, medicamentos de altíssimo custo e potencial para inúmeras complicações, então, a enfermagem tem sido um pilar de coração e técnica”, enfatizou a enfermeira.
Entrevistas
“Aqui, neste centro de cura destinado a cuidar de pessoas, nós vivemos a cura física e não-física do paciente e, a cura de nós mesmos”
Isis Magalhães, diretora técnica do HCB
Dentro do evento, um podcast conduzido pelo enfermeiro Carlos Miguel da Silva entrevistou o PhD em Ciências da Saúde pela UnB Rinaldo Neves e a gerente de qualidade do HCB, Marina Franco de Faria.
Rinaldo Neves disse que o preparo acadêmico é o caminho desenhado para a área como é nos Estados Unidos, onde o enfermeiro precisa ter mestrado para trabalhar. Ele enxerga um horizonte promissor com o auxílio da inteligência artificial (IA) nas práticas médicas e anunciou o desenvolvimento de um aplicativo para o processo de enfermagem que permitirá o acompanhamento da evolução de feridas nos pacientes. A ferramenta está na segunda fase de validação, será testada no Hospital Regional de Ceilândia e no Hran, e deve estar disponibilizada até 2025.
“É um projeto de mestrado que viabilizará um aplicativo para avaliação e análise do aspecto de feridas. Ficará disponível para o SUS aos profissionais de saúde para que possam fotografar a ferida, mensurar a evolução e os próximos passos que pretendemos dar, para que os profissionais de saúde possam utilizar. Sejam enfermeiros ou médicos, os profissionais poderão trabalhar futuramente para o melhor tratamento”, adiantou Neves.
O HCB também está inspirando outros hospitais a aplicar as mesmas práticas e protocolos de segurança do paciente seguidos pelos profissionais. O hospital conta com uma comissão composta por uma equipe multiprofissional (médicos, enfermeiros, profissionais de serviço de controle de infecção, engenharia clínica e agência transfusional). A responsabilidade do Núcleo de Segurança do Paciente é estabelecer as melhores práticas, descrever os principais protocolos e, principalmente, a área assistencial ficar na linha de frente para colocar em prática essa segurança.
Desde 2019, o Hospital da Criança soma experiências na realização de cirurgias inéditas, transplante de medula óssea, craniópagas, (separação de gêmeos conjugados, unidos pela cabeça), cirurgia de Kellye, (para reposicionar o colo vesical), Pectus, (para correção do esterno) e de correção de epilepsia, com recursos tecnológicos de ponta.
*Com informações do HCB