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28/05/2024 às 14:55, atualizado em 28/05/2024 às 17:35
Prática ocorre semanalmente na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatais (Ucin)
O contato pele a pele entre mãe e filho é recomendado desde os primeiros minutos de vida do recém-nascido, pois essa proximidade aumenta o vínculo do bebê com a mãe, permite o controle térmico adequado do bebê, o que contribui para a redução do risco de infecção hospitalar, reduz o estresse e a dor do recém-nascido e aumenta as taxas de amamentação.
Pensando na humanização do cuidado e nos benefícios do Método Canguru, diariamente, as mamães que estão com seus filhos internados na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatais (Ucin) do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) são incentivadas a praticarem o método pelo menos duas vezes por dia.
Nesta terça-feira (28), todas elas colocaram um top de malha, que ajudou na sustentação de seus filhos, tendo em vista que na Ucin os bebês já são maiores, e tiveram um momento de dança e musicoterapia com os recém-nascidos. Uma maneira de acalmar os bebês e deixá-los mais seguros, relaxados e em sono profundo, o que auxilia no desenvolvimento. A prática do método em movimento acontece pelo menos duas vezes por semana.
“Fizemos o método canguru em movimento hoje porque ele traz a memória intrauterina do bebê e isso ajuda a acalmá-lo e favorecer o sono, contribuindo com o desenvolvimento por completo. Os movimentos ensinados também visam trazer essa memória de tudo que ele viveu ali na fase intrauterina”, explica a terapeuta ocupacional da Ucin e da UTI neonatal, Maria Helena Nery.
Segundo ela, os movimentos também auxiliam as mães, pois é um momento onde elas partilham do tratamento pele a pele, além de promover o vínculo com o filho. “Trazemos um pouco mais de humanização para o ambiente hospitalar e deixamos as mães mais próximas do cuidado com o recém-nascido”, destaca.
Benefícios
O método canguru é um modelo de assistência iniciado durante a gravidez de risco que segue até a alta do recém-nascido. A prática consiste em colocar o bebê em contato com o corpo dos pais, em uma posição semelhante a que o canguru carrega seus filhotes. Um dos pilares dessa prática é o estímulo ao aleitamento materno, incentivando a presença constante da mãe junto ao recém-nascido.
“Temos tops confeccionados em malha para garantir a firmeza deles no colo e como são maiores e mais estáveis, conseguimos locomover com mais facilidade do que na UTI neonatal, porque aqui eles já estão estáveis, não têm acesso e nem suporte ventilatório, então tudo isso facilita para utilizar da música e dos movimentos durante o momento do método canguru”, ressalta a terapeuta ocupacional.
Raimunda Albuquerque, de 31 anos, é mãe do pequeno Théo, de 18 dias. Ela acredita que a música aliada aos movimentos distrai as mães e acalma o bebê. “É um momento delicioso, pois sinto meu filho bem pertinho de mim, acabamos nos entretendo e distraindo, ajuda o tempo a passar mais rápido. Além disso, com o top, tenho mais segurança e conforto para ficar com ele mais tempo”, afirma.
A prática do método canguru contribui para o início e manutenção da amamentação, favorece a estabilização de parâmetros vitais como frequência cardíaca e glicemia, e auxilia no estabelecimento de uma microbiota saudável – aspectos importantes tanto no processo de adaptação à vida extrauterina após o nascimento quanto a médio e longo prazos. Além disso, o contato pele a pele em prematuros é essencial para uma experiência saudável e sensível. Também é possível observar melhora no desenvolvimento neurocomportamental e psicoafetivo do recém-nascido, além de propiciar um melhor relacionamento da família com a equipe de saúde.
*Com informações do IgesDF