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07/06/2024 às 19:51, atualizado em 07/06/2024 às 20:33
Além de aulas teóricas, universitários acompanharam na prática o avanço dos trabalhos de concretagem do reservatório, com capacidade para armazenar 96 mil m³ de água
Nesta sexta-feira (7), o maior programa de escoamento e captação de águas pluviais do Governo do Distrito Federal (GDF), o Drenar DF, recebeu a visita de 20 estudantes dos cursos de engenharia e de arquitetura do Centro Universitário Uniceplac. O local da recepção foi a bacia de detenção das águas pluviais, no Setor de Embaixadas Norte.
Os estudantes puderam conferir de perto as obras de escavação do reservatório, que estão em ritmo acelerado, com mais de 3 mil metros já escavados. De acordo com o diretor técnico responsável pela obra, Hamilton Lourenço Filho, faltam menos de 1,5 mil metros para cavar. “Já temos trechos totalmente concluídos, até com grama recuperada”.
O diretor destacou, ainda, que a concretagem que atualmente está em andamento é a parte final da escavação. Já são mais de 3 km concluídos, ou seja, quase metade do túnel já está concretada. De um total de 7,7 km de túneis contratados, cerca de 6,3 km já foram escavados.
O programa utiliza o método tunnel liner, que possibilita a construção de galerias e passagens subterrâneas sem a necessidade de interferência na superfície, evitando transtornos no cotidiano dos moradores das regiões onde as obras estão sendo realizadas. Atualmente são cerca de 400 funcionários trabalhando nas estruturas.
Aprendizado na prática
“É uma obra enterrada, que não aparece. As pessoas só veem nos canteiros. A obra não causa nenhum transtorno à população, mas está acontecendo”, destaca Hamilton. Ele ressalta que esse é um dos benefícios de trazer os visitantes ao local. “A ideia é que eles virem os multiplicadores da informação e saibam quais são os desafios que a profissão vai apresentar para eles”, acrescenta.
O coordenador do curso de engenharia da Uniceplac, Thiago Primo, reforça a importância desse intercâmbio. “Não é todo dia que aluno tem a possibilidade de ver uma obra de uma infraestrutura com o tamanho e a relevância que essa tem. Eles conseguem ver na prática o que aprenderam dentro de sala de aula”, observa.
“É uma obra de grande porte e vindo a campo você conhece melhor a estrutura. Brasília é uma cidade que não foi planejada para a grande expansão populacional que temos. Percebemos que há necessidade de uma remodelagem com projetos como esse para atender a população”, afirma o estudante de engenharia civil Eridan Sampaio.
Segundo o projeto, serão retirados 245,8 mil m³ de terra do local, onde, futuramente, ficará o Parque Urbano Internacional da Paz. O estudante de arquitetura Fábio Rodrigues acentua a preocupação da obra com o paisagismo demonstrado no projeto: “Olhando as instalações, percebemos que de fato é uma obra muito bem elaborada, até porque tem muitos órgãos envolvidos. Da forma que está sendo feita, com certeza vai ter frutos para a população usufruir por muitos anos, mantendo o mesmo visual de Brasília”.
Sem alagamentos
Os serviços são executados por empresas contratadas pela Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap) e o investimento total da obra gira em torno de R$ 180 milhões. Com capacidade para armazenar até 96 mil m³ de água e volume útil de 70,2 mil m³, a bacia atuará para reduzir a pressão do volume que desemboca no Lago Paranoá. Outra funcionalidade prevista para a lagoa é a requalificação dessas águas pluviais.
“O projeto é para corrigir esse problema dos alagamentos. Essa é a primeira coisa que a população vai perceber quando estiver pronto. Outro objetivo é o lançamento anual no Lago Paranoá que hoje é muito forte e abrupto, causando um assoreamento. A bacia é para melhorar a qualidade da água e proporcionar a chegada dela de uma forma mais suave no lago”, pontua Hamilton.
O Drenar DF foi dividido em cinco lotes e está sendo executado por cinco empresas distintas contratadas pela Terracap e coordenadas pela Concremat. O sistema avança simultaneamente nas quadras 902, 702, 302, 102, 202 e 402 da Asa Norte, atravessando o Eixo Rodoviário Norte (Eixão) e a L2 Norte.
Além da escavação da bacia de detenção, que já está totalmente pronta, outra etapa em estágio avançado das obras é a construção dos 105 poços de visita (PVs).