09/07/2024 às 15:17

DF recebe segunda edição da pesquisa domiciliar sobre alimentação e nutrição infantil

Enani 2024 visitará 600 famílias com crianças de até 6 anos no Distrito Federal; um dos objetivos do levantamento, encomendado pelo Ministério da Saúde em parceria com a UFRJ, é conhecer o cenário alimentar e nutricional das crianças depois da pandemia de covid-19

Por Agência Brasília* | Edição: Débora Cronemberger

O Distrito Federal recebe, a partir deste mês, a segunda edição da pesquisa domiciliar Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil 2024 (Enani 2024). O objetivo é obter dados sobre a nutrição infantil no Brasil visando à elaboração de políticas públicas na área de saúde e nutrição.

O levantamento foi encomendado pelo Ministério da Saúde em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em todo o país, serão visitadas 15 mil famílias com crianças de até 6 anos de idade, em 124 municípios. A pesquisa vai avaliar práticas de aleitamento materno, hábitos alimentares, peso, altura e deficiência de vitaminas e minerais nos pequenos e suas mães. No DF, serão visitadas 600 famílias com crianças de até 6 anos.

DF terá 600 famílias entrevistadas para o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil 2024, que levantará dados para contribuir com a elaboração de políticas públicas na área de saúde e nutrição | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília

As visitas domiciliares ocorrerão no Plano Piloto, em Águas Claras, Guará, Ceilândia, Taguatinga, Samambaia, Vicente Pires, Gama, Santa Maria, Recanto das Emas, Itapoã, Jardim Botânico, Paranoá, Plano Piloto, São Sebastião, Planaltina, Sobradinho e Núcleo Bandeirante. As entrevistas começam nesta quarta (10) e seguem até o final de outubro.

O coordenador nacional do estudo, Gilberto Kac, explica que crianças de até 6 anos são mais suscetíveis às deficiências nutricionais, especialmente em relação a crescimento linear e micronutrientes essenciais, como ferro, vitamina A e zinco. Um dos objetivos da pesquisa é conhecer o cenário alimentar e nutricional das crianças brasileiras depois da pandemia de covid-19.

“É importante que as famílias participem e recebam os pesquisadores. Os resultados do estudo permitirão revisão das políticas e ações sociais e de saúde, sendo uma estratégia de cuidado da população brasileira”

Karistenn Brandt, nutricionista da Gerência de Serviços de Nutrição da SES-DF

“A perda imediata de renda e a interrupção ou redução do acesso a serviços de saúde durante a pandemia afetaram diretamente o estado nutricional das crianças brasileiras, gerando vulnerabilidades imediatas e riscos de médio e longo prazo. Conhecer esse cenário nos permitirá apoiar o redirecionamento de políticas públicas”, afirma.

A nutricionista da Gerência de Serviços de Nutrição da Secretaria de Saúde do DF (SES), Karistenn Brandt, ressalta que o levantamento é de extrema importância para compreender a saúde e o desenvolvimento das crianças. “É importante que as famílias participem e recebam os pesquisadores. Os resultados do estudo permitirão revisão das políticas e ações sociais e de saúde, sendo uma estratégia de cuidado da população brasileira”, aponta.

Enani 2024

O ciclo de visitas domiciliares do Enani começou em abril no Rio de Janeiro e continua percorrendo casas naquele estado e em Tocantins, Rio Grande do Sul, Bahia, São Paulo, Maranhão e Goiás, entre outros. Até o fim do ano, todas as unidades da Federação receberão os pesquisadores de campo.

Nas visitas domiciliares, os entrevistadores do Enani vão entrevistar as mães ou cuidadores com perguntas sobre amamentação e alimentos consumidos pela criança no dia anterior, para avaliação do aleitamento materno e do consumo alimentar. Também serão medidos peso e altura das mães biológicas, crianças e bebês, para classificação do estado nutricional conforme padrão da Organização Mundial da Saúde (OMS).

No primeiro encontro da pesquisa, será agendada uma nova visita para a coleta de sangue de mães biológicas e crianças a partir de 6 meses, para realização de hemograma completo e análise de marcadores de deficiência de vitaminas e minerais, como ferro e vitamina A. Quando houver necessidade, a família será encaminhada a uma unidade básica de saúde (UBS) para acompanhamento, e as amostras de sangue coletadas vão compor um biorrepositório, que permitirá análises complementares futuras.

Nesta edição, também será realizada a avaliação sobre a prevalência de anemia entre as mães biológicas das crianças participantes. O estudo também avaliará o ambiente alimentar comunitário, isto é, a disponibilidade, qualidade e variedade de frutas, hortaliças e alimentos ultraprocessados na vizinhança das famílias visitadas.

Dados do Enani 2019 mostraram que metade das famílias brasileiras com crianças na faixa etária do estudo vivia em insegurança alimentar. A pesquisa também revelou que 80% das crianças brasileiras menores de cinco anos já consumiam alimentos ultraprocessados e que 10% dos pequenos – e 50%  das mães – estavam acima do peso.

Segurança

Os pesquisadores estarão identificados com crachá com nome e fotografia e trajando uniformes com o logotipo do Ministério da Saúde e do estudo. A participação da população no estudo é voluntária, e toda informação coletada é sigilosa. Também é possível confirmar a identidade dos entrevistadores a partir deste link, inserindo o número do CPF ou RG disponível no crachá.

Saiba mais sobre o Enani no site do estudo ou pelo telefone 0800 888 0022.

*Com informações da SES