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01/08/2024 às 19:28, atualizado em 01/08/2024 às 19:51
Missão contou com 20 militares e teve duração de 56 dias. Equipe foi dividida entre as cidades mais afetadas pelo fogo, localizadas no sul do estado
A equipe do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) enviada para ajudar no combate às chamas na floresta amazônica regressou ao Distrito Federal nesta quinta-feira (1º). A missão contou com a dedicação de 20 militares especializados em prevenção e combate a incêndios florestais, que passaram 56 dias trabalhando intensamente para proteger o bioma amazônico, em conjunto com a Força Nacional.
Enviados no dia 6 de junho, os militares foram divididos nas cinco cidades mais afetadas pelo fogo, no sul do estado, tendo como base o município de Humaitá. A equipe levou mochilas costais, sopradores, abafadores, motosserras, aparelhos de GPS, motobombas, lanternas, sacos de dormir, facões e cantis. Os equipamentos auxiliaram na contenção das chamas, na confecção de aceiros – faixas de terreno sem vegetação que funcionam como barreiras contra a propagação do fogo – e na desobstrução de estradas.
“Os desafios foram inúmeros. Estivemos em outro bioma, totalmente diferente do nosso, que é o Cerrado, mas, conseguimos sair dessa situação, vencemos”, celebra o tenente Glécio Monteiro, que capitaneou a equipe. “Estar com a minha família é fechar com chave de ouro uma missão que me deram e eu conquistei. Para mim é mais que uma medalha olímpica estar de volta e ter vencido os desafios que me deram.” A operação de combate ao fogo no Amazonas começou em abril, sendo que em 5 de julho o governo do estado decretou emergência ambiental em 22 dos 62 municípios.
Reencontro
O sargento David Lima salientou que os militares tiveram que se adaptar ao bioma amazônico, que requer estratégias diferentes de enfrentamento a incêndios. Ele acrescenta que a equipe terá o momento de descansar, mas, em breve, estará disponível para novos combates. “A dificuldade foi muito grande por causa da vegetação, que a gente ainda não conhecia. A floresta amazônica tem muitos desafios, muita coisa difícil de lidar, mas conseguimos e estamos aqui bem, junto com a família e é o que importa. Vamos matar a saudade e nos preparar para outra.”
Já a enfermeira Sueli Medeiros, 49, conta que nunca tinha ficado tanto tempo distante do esposo, o tenente Glécio Monteiro. “A preocupação é muito grande – com a alimentação, com a forma que estão dormindo, com a saúde. Mas fico muito agradecida por ter um esposo tão corajoso, tão guerreiro, que veste a camisa do CBMDF”, compartilha. “A gente sabe que é uma missão que não é para qualquer um, mas para quem veste a camisa de ser o bombeiro. Para ser bombeiro, você tem que nascer com a vontade de cuidar, de ajudar o próximo e não só o ser humano, a fauna e a flora.”
Filha de Sueli e Glécio, a estudante Ana Carolina Medeiros, 19, não conteve a felicidade em reencontrar o pai. “Não é a primeira vez que ele vai pra uma viagem assim, mas nunca tinha sido tão demorado. Foram dois meses sem o meu pai aqui”, disse. “Fiquei com muita saudade, mas também com orgulho de saber que o meu pai está participando dessas coisas, apagando fogo, ajudando outros estados a se recuperar.”
Quem também esperou o tenente Glécio Monteiro no pátio do Grupamento de Proteção Ambiental (GPram) foi o aposentado Geraldo Magela, 81. “Eu, como pai, me sinto muito orgulhoso do meu filho por participar de uma missão honrosa como essa. Fico muito feliz com isso e estou ansioso para chegar e dar um abraço nele e agradecer por tudo”, desabafou.
Solidariedade
Em 26 de julho, os 30 integrantes do CBMDF enviados para ajudar no combate às chamas no Pantanal voltaram para casa. Eles embarcaram em 26 de junho para a cidade de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, considerada o berço do bioma. A operação consistiu em trabalhar em conjunto com a Força Nacional, o Corpo de Bombeiros do Mato Grosso do Sul, o PrevFogo — por meio do Ibama e do ICMBIO —, com atividades em 13 bases diferentes.
Em maio deste ano, a corporação também mandou uma equipe de militares para missão humanitária no Rio Grande do Sul, com atuação em diversas frentes em prevenção, busca, salvamento e resgate de vítimas em decorrência das catástrofes climáticas que assolaram o estado.