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13/08/2024 às 16:46, atualizado em 13/08/2024 às 17:27
Primeira edição introduziu o tema em busca de transformar a cidade na capital da felicidade; em 2025, o congresso vai abordar também aspectos da educação
Brasília surgiu como a capital da esperança e agora caminha para se transformar na capital da felicidade. Os passos para mais esse título foram discutidos na primeira edição do Congresso da Felicidade, nesta terça-feira (13), no Museu Nacional da República. Com o tema “Ciência da Felicidade”, a programação inclui palestras de especialistas, exposição fotográfica, vila gastronômica e show. São aguardadas cerca de três mil pessoas nas atividades, que seguem até por volta das 20h.
“Esse congresso é a realização de um sonho, o sonho de transformar Brasília na capital da felicidade, seguindo o idealismo do presidente Juscelino Kubitschek”
Cosete Ramos, presidente da Ama Brasília
“É uma honra muito grande para Brasília receber esse congresso de um tema tão importante para a vida de todo mundo; afinal de contas, o que a gente busca é ser feliz”, afirmou o secretário de Governo, José Humberto Pires de Araújo. “Ser feliz é um direito de todos. Do ponto de vista do GDF, nós cuidamos desse patrimônio da humanidade que é Brasília com muito zelo e carinho, levando à população as políticas públicas de que ela mais necessita: educação, saúde, segurança, social, esporte e cultura. Só podemos ser felizes construindo um ambiente para que todos também sejam felizes.”
O evento foi idealizado pela pioneira Cosete Ramos, presidente da Aliança das Mulheres que Amam Brasília (Ama Brasília), em parceria com o Instituto de Produção Socioeducativo e Cultural Brasileiro (IPCB), com fomento e apoio do Governo do Distrito Federal (GDF). “Esse congresso é a realização de um sonho, o sonho de transformar Brasília na capital da felicidade, seguindo o idealismo do presidente Juscelino Kubitschek”, disse. “Queremos fazer Brasília mais humana, mais aberta, mais receptiva e mais feliz”.
Base científica
Pioneiro, o congresso aborda a felicidade sob o ponto de vista científico, com a participação de especialistas do tema. “O nosso desafio maior é fazer com que as pessoas entendam que não é um congresso motivacional; ele tem uma base científica, com professores doutores e especialistas em psicologia positiva, comportamento humano e ciência de modo geral trazendo esse embasamento teórico para a discussão do tema”, revelou a presidente do IPCB, Luciana Rodrigues.
A abertura contou com a palestra de Thakur S. Powdyel, professor doutor e ex-ministro da Educação do Butão, país criador do índice de Felicidade Interna Bruta (FIB). Ele compartilhou a história do surgimento do indicador, que nasceu para medir o progresso e o desenvolvimento do país de forma mais profunda e menos focada em fatores materiais e econômicos, levando em consideração quatro pilares: desenvolvimento socioeconômico equilibrado e com equidade, conservação ambiental, preservação cultural e boa governança.
“Os países mais avançados economicamente nem sempre são os mais felizes, então o conceito do Produto Interno Bruto [PIB] para avaliar o desenvolvimento é enganoso”, ressaltou Powdyel. “Criamos o índice da Felicidade Interna Bruta há quatro décadas e, desde então, estamos tentando entender a profundidade e a complexidade dessa nova medida, porque, no final das contas, o desenvolvimento de uma sociedade vai além da parte material e da economia.”
Reflexão
A aposentada Marleneth Feitosa, 69, soube do congresso durante uma pesquisa na internet. “Eu entrei no Google e tinha a notícia do Congresso da Felicidade”, contou. “Estava lá que era gratuito, e eu disse: ‘eu vou’. É um tema que muito me instiga e me torna curiosa. Sou uma pessoa que gosta muito de rir, de ser feliz”. Moradora de Brasília há 40 anos, ela disse crer que a cidade está no caminho certo para ser a capital da felicidade: “Acredito que nós estamos caminhando para isso sim, e precisamos. Brasília é um lugar acolhedor”.
Foi a oportunidade de saber mais sobre felicidade o que motivou a professora Eliane Silva, 43, a participar do congresso. “Achei o tema interessante”, considerou. “Quem é que não quer saber mais sobre felicidade e ser feliz? É sempre bom a gente ter novas possibilidades de estar refletindo para ser mais feliz. O fato de o evento ser de graça e aberto ao público suscita ainda mais o interesse da gente”.
A aposentada Ignez Silveira, 66, definiu o congresso como fantástico: “Fazia tempo que não havia um congresso tão bom como esse em Brasília. Essa é uma oportunidade única, que espero que possa se repetir”. Ela já pode comemorar, porque uma edição do congresso em 2025 está confirmada e terá como tema “Educação para a Felicidade”. A notícia foi anunciada pela secretária de Educação do DF, Hélvia Paranaguá, já que o evento do próximo ano terá uma parceria com a pasta.
“Nós já temos alguns projetos na secretaria, como o Na Moral, em que a gente já vem trabalhando a questão da integridade, da ética e da cidade, todos esses princípios que foram esquecidos”, lembrou Hélvia. “A escola precisa resgatar esses valores para que as crianças entendam o conceito de felicidade, que é bastante filosófico, mas também é real. Então, a gente quer trabalhar isso na rede pública de ensino.”