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13/08/2024 às 14:05
Equipamento inovador, que permite a avaliação do funcionamento dos nervos responsáveis pela respiração, foi criado ao longo de 15 anos de pesquisa e teve parte de seu desenvolvimento realizado no HBDF
O Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) recebeu uma visita técnica de pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com o objetivo de realizar um treinamento especializado no uso de um sistema de suporte neuromuscular avançado. Este equipamento inovador, que permite, entre outras funções, a avaliação do funcionamento dos nervos frênicos – responsáveis pela respiração –, foi criado ao longo de 15 anos de pesquisa e teve parte de seu desenvolvimento realizado no HBDF, que serviu como cenário para os testes clínicos. O Recare, como é chamado, foi desenvolvido pela Visuri e também nos laboratórios da Universidade de Brasília (UnB), e já está sendo utilizado tanto no Brasil quanto em países como Suíça, Chile e França.
O fisioterapeuta, fisiologista e pesquisador do HBDF Paulo Eugênio Silva destaca que a parceria com a UFRJ surgiu após os pesquisadores da universidade tomarem conhecimento das publicações do grupo de pesquisa Fisiologia Clínica Inovação Tecnológica do HBDF durante um simpósio internacional. “Eles se interessaram pelo que estávamos fazendo aqui em Brasília e propuseram a colaboração”, explica.
O Recare permite a aplicação de neuromodulação em diversos contextos clínicos, desde a manutenção da força muscular em pacientes sedados até a aceleração da recuperação respiratória de pacientes em ventilação mecânica. “Com este equipamento, podemos, por exemplo, estimular o nervo frênico e ajudar os pacientes a saírem mais rapidamente do respirador, prevenindo complicações como a atrofia muscular e infecções”, detalha Paulo Eugênio.
O equipamento tem mostrado ser uma ferramenta valiosa no tratamento de diversas condições, reduzindo a necessidade de opioides para controle da dor e melhorando a microcirculação dos pacientes, o que pode prevenir lesões por pressão e diminuir o tempo de permanência na UTI. “Os benefícios que este equipamento pode trazer são diversos. É como se tivéssemos uma farmácia de manipulação capaz de criar diferentes tratamentos a partir de parâmetros elétricos específicos”, compara o pesquisador.
Os próximos passos envolvem a realização de um ensaio clínico para testar a eficácia da neuromodulação do nervo frênico em pacientes com acidente vascular cerebral (AVC). “Nosso objetivo é demonstrar que a estimulação elétrica periférica pode melhorar a função respiratória e reduzir o tempo de ventilação mecânica nesses pacientes”, conclui Paulo Eugênio.
O especialista lembra da importância do apoio recebido pela Diretoria de Inovação, Ensino e Pesquisa (Diep) do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF) e o apoio da Gerência de Pesquisa para o desenvolvimento no HBDF. “Sem a atuação estratégica da Diep e o apoio contínuo da Gerência de Pesquisa, seria impossível avançarmos em projetos tão inovadores como este. É esse suporte que nos permite transformar pesquisas em soluções concretas, beneficiando diretamente os pacientes”, afirma Paulo Eugênio.
*Com informações do IgesDF