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13/08/2024 às 17:34, atualizado em 13/08/2024 às 20:42
Oficina promovida pela Emater-DF apresentou as possibilidades da apicultura, atividade que exige cuidados, porém é mais lucrativa
A Emater-DF ofereceu, no Núcleo Rural Alexandre Gusmão (região administrativa de Brazlândia), um curso sobre apicultura – criação de abelhas com ferrão. A atividade exige mais cuidados, porém é mais lucrativa. Foram duas aulas: a primeira foi realizada na quinta-feira (8) e a última, nesta terça (12).
O curso aborda todas as etapas da criação de abelhas e da produção de mel. A zootecnista Michelle Costa, uma das organizadoras da atividade, explica que o empreendedor deve redobrar a atenção no manejo dos animais. “É preciso usar todos os EPIs [equipamentos de proteção individual] adequados, além de observar as distâncias mínimas entre as colmeias e as casas e propriedades”, orienta.
“Sabendo que as abelhas polinizam as frutas e hortaliças, já estou querendo plantar café, com a ampliação de conhecimentos que tive graças à Emater”
Deuzimar Pimenta da Silva, produtor rural
Além do mel, as abelhas com ferrão produzem cera, pólen, própolis e apitoxina — o veneno dos insetos, usado na fabricação de cosméticos e medicamentos. “A Apis melífera, como são chamadas as africanizadas, costumam entregar cerca de 30kg de mel por ano, uma média dez vezes maior que as abelhas nativas, sem ferrão”, acrescenta Michelle.
Durante a atividade, o médico-veterinário Edilson Amaral demonstrou como fazer o manejo correto das colmeias, desde o período pré-safra até a pós-safra. “É importante observar os tipos de alimentação adequada em todas as etapas de produção”, ensina o extensionista. Edilson demonstrou também como processar a cera das abelhas de modo a introduzir nas colmeias para acelerar a produção do mel.
Utilidade
Para o produtor rural Deuzimar Pimenta da Silva, que possui uma chácara no Incra 7, em Alexandre Gusmão, as oficinas foram de grande utilidade. “Já tenho cinco enxames, e vejo a possibilidade de aumentar ainda mais a produção”, vislumbra. Deuzimar, que começou a criar abelhas por acaso, conseguiu extrair 13 kg de mel na primeira safra. “Na próxima, vou alcançar facilmente 40 kg”, planeja o produtor.
Natural de Mara Rosa (GO), Deuzimar se diz um apaixonado pela natureza. “Sempre gostei de plantações, florada, e, sabendo que as abelhas polinizam as frutas e hortaliças, já estou querendo plantar café, com a ampliação de conhecimentos que tive graças à Emater”, afirma.
Já o produtor Élvio Meireles, também do Incra 7, que trabalha com ovinos e aves exóticas, também iniciou na atividade da apicultura. “O curso foi ótimo para aumentar nosso conhecimento em aspectos técnicos, com apresentação de metodologias e equipamentos que podem facilitar o trabalho. A Emater abriu a visão sobre o leque de oportunidades que a apicultura oferece”, observa. A produtora Núbia Lourenço Meireles concorda com o marido: “Ainda estamos no início e a empresa tem o conhecimento necessário para nos dar apoio”, conclui.
Saldo positivo
A médica-veterinária Soliene Partata, uma das organizadoras da oficina junto com Edilson e Michelle, explica que a demanda surgiu dos produtores da região. “Percebemos que eles têm muito interesse e curiosidade sobre a cadeia produtiva do mel. O Distrito Federal é um mercado promissor, inclusive para outros produtos que as abelhas oferecem, como própolis, pólen e cera. E a Emater tem olhado de perto os empreendedores rurais, eles sabem que a qualquer momento podem nos procurar que estamos disponíveis para orientar e esclarecer”, conta a extensionista.
Soliene acrescenta que a empresa tem lançado um olhar diferenciado para a criação de abelhas, tanto com ferrão quanto sem. “Recentemente adquirimos EPIs, fizemos doações de caixas para produtores interessados e estamos planejando oferecer mais cursos de capacitação, inclusive para os nossos técnicos”, encerra.
*Com informações da Emater-DF