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05/09/2024 às 14:12, atualizado em 05/09/2024 às 14:16
Presidente da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal, Luís Antônio Reis, foi o entrevistado do podcast da Agência Brasília, nesta quinta (5)
Ampliar a cobertura do tratamento de água e esgoto e tornar o processo mais eficiente, reduzindo o consumo de energia e os custos operacionais, estão entre os principais objetivos da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) para o futuro. As metas foram compartilhadas pelo presidente da empresa, Luís Antônio Reis, durante entrevista nesta quinta-feira (5) ao podcast GDF de Ponto a Ponto, da Agência Brasília.
“Queremos tornar o tratamento de água e esgoto de Brasília mais eficiente e sustentável. Por isso, uma das nossas propostas é reaproveitar os gases gerados no processo como matéria-prima para produção de energia própria. Isso trará uma melhoria na nossa produção e uma redução no consumo operacional”, afirmou o gestor.
Hoje, parte dos subprodutos do tratamento realizado pela Caesb já é reaproveitada para outros fins. “O lodo é utilizado como fertilizante, e temos uma grande fila de produtores rurais e agricultores esperando por esse material, que ainda não é vendido. Toda sua utilização é feita de maneira organizada e correta, junto ao Ibram, à Emater e à Seagri”, detalhou o presidente.
Para tirar as ambiciosas metas da companhia do papel, a Caesb viabilizou junto ao Banco de Desenvolvimento Alemão (KfW – Kreditanstalt für Wiederaufbau) um financiamento de 50 milhões de euros, o equivalente a R$ 312 milhões na cotação atual. A autorização dos recursos foi avalizada pelo plenário do Senado nessa quarta-feira (4).
Os recursos serão liberados gradativamente durante cinco anos, tempo previsto para a realização das obras projetadas pela Caesb. A liberação das parcelas seguirá o cronograma de execução das obras. Após o período, a companhia terá dez anos para pagar o empréstimo.
“O volume será aplicado em melhorias e na modernização de estações de tratamento de esgoto. Brasília, hoje, tem uma situação muito ímpar comparado com o restante do Brasil, tanto que somos número um na cobertura e qualidade do tratamento da água e do esgoto. Coletamos 93% do esgoto em todo DF, e o restante, ainda descoberto, pertence a regiões ainda não regularizadas, mas que estão recebendo investimento da Caesb mesmo assim”, completou.
Recentemente, o Instituto Trata Brasil elencou o DF como a unidade da Federação com maior taxa de esgoto tratado, concentrando o segundo maior percentual de moradores com esgotamento adequado (94,1%), ficando atrás apenas de São Paulo (94,5%). Os índices fazem a capital federal performar em níveis de países desenvolvidos, como Suécia, Bélgica e Portugal.
Modernização
Além de ampliar a eficiência energética e reduzir perdas, a Caesb segue investindo na modernização dos sistemas da rede. “Hoje, a companhia tem, na nossa tecnologia, uma equipe muito forte. A gente produz softwares e os compra no mercado, trazendo o que há de mais moderno na parte de tecnologia. Temos um laboratório que é de ponta, com certificação internacional, com técnicos de altíssimo nível para o monitoramento de toda a água e esgoto. Isso nos dá muita tranquilidade no dia a dia”, explicou.
Segundo o presidente, parte desse esforço está na ampliação dos quadros técnicos da companhia com a abertura de concurso público. O certame, previsto para ser realizado ainda este ano, contempla 82 cargos de níveis médio, técnico e superior. A banca organizadora é o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe).
“Esse processo seletivo é muito importante porque a Caesb é uma empresa técnica, de ponta, uma empresa que vai atingir, até o final do ano, 700 pontos de equipamentos inteligentes interligados com nosso Cecop [Centro de Controle Operacional da Caesb] – e precisamos de gente que saiba trabalhar com essas soluções”, defendeu Reis.
Projetos futuros
Na ocasião, o titular da empresa lembrou dos investimentos recentes em obras estruturantes da companhia visando à expansão das áreas de atendimento, sobretudo as de vulnerabilidade social, a interligação do sistema e a redução do índice de perda de água.
Um dos projetos em andamento é a implementação do sistema de abastecimento no Setor Habitacional Nova Colina e do saneamento integrado do Santa Luzia e Morro da Cruz. No Setor Nova Colina, o sistema terá cerca de 27 mil metros, com aporte de R$ 11,6 milhões, e beneficiará 17 condomínios e mais de 13 mil pessoas. As obras já estão em andamento, e os primeiros hidrômetros foram entregues no Assentamento Dorothy Stang.
Outra obra que também levará maior segurança para a população é a construção da Subadutora de Água Tratada (SAT) Gama. Com investimento de quase R$ 90 milhões e já em curso, o empreendimento vai aliviar o Sistema Torto/Santa Maria, interligando a ETA Corumbá à região do Jardim Botânico e adjacências. O benefício alcançará mais de 340 mil moradores do Setor Habitacional Tororó, Lago Sul, São Sebastião e Jardim Botânico, incluindo os futuros residentes do loteamento Aldeias do Cerrado, complexo urbanístico planejado pelo GDF e localizado no Núcleo Rural Nova Betânia.
Em breve, será iniciada a construção da elevatória de esgoto do Riacho Fundo II, com recursos na ordem de R$ 5,2 milhões, e da elevatória de esgoto do Bernardo Sayão, no Núcleo Bandeirante, com investimento de R$ 21 milhões
Em Brazlândia, está em curso a construção da nova estrutura de captação superficial de água bruta do córrego Olaria. A obra recebeu R$ 11,5 milhões em investimento e é composta por uma elevatória de água bruta e uma adutora. A água captada será transportada até a Estação de Tratamento de Água Brazlândia. Segundo o presidente da Caesb, a empreitada aumenta a capacidade de captação de água na região, garantindo o atendimento pleno de Brazlândia por água potável, inclusive nos períodos mais críticos de estiagem. “É um sistema muito importante que melhora a disponibilidade de água para a população”, observa o presidente.
A Caesb também trabalha na implantação de uma nova rede de distribuição de água que ligará o Taquari, no Lago Norte, ao Colorado, em Sobradinho. O aporte é superior a R$ 123 milhões, dos quais R$ 51 milhões são direcionados à implementação da adutora, R$ 43 milhões para a ampliação da elevatória do Lago Norte, e R$ 29 milhões para a implantação do Reservatório de Água Tratada Sobradinho, que será instalado próximo ao Balão do Colorado.
Em breve, será iniciada a construção da elevatória de esgoto do Riacho Fundo II, com recursos de R$ 5,2 milhões, e da elevatória de esgoto do Bernardo Sayão, no Núcleo Bandeirante, com investimento de R$ 21 milhões. As empresas responsáveis pelas obras já foram contratadas. No Paranoá, houve a contratação da obra do sistema de tratamento preliminar de esgoto ao custo de cerca de R$ 16 milhões.