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24/09/2024 às 08:15, atualizado em 24/09/2024 às 21:20
Projeto promove o cultivo de alimentos e plantas medicinais assegurando a promoção ampla e integral da saúde do paciente
A população do Jardins Mangueiral ganhou, neste mês, o primeiro Horto Agroflorestal Medicinal Biodinâmico (Hamb), implantado na Unidade Básica de Saúde (UBS) 1. O trabalho envolve a recuperação de áreas ambientais degradadas por meio do cultivo de alimentos e plantas medicinais, assegurando a promoção ampla e integral da saúde do paciente.
O gerente de Práticas Integrativas em Saúde (Gerpis) da SES-DF, Marcos Trajano, explica que os hortos possibilitam uma interação profunda entre o indivíduo e o meio ambiente, gerando efeitos benéficos na saúde física e mental dos pacientes. “Precisamos cada vez mais de espaços em que as pessoas possam construir soluções de autonomia e participação, reconhecendo e nutrindo um vínculo saudável com a UBS. Isso é fundamental para o fortalecimento dos ideais do Sistema Único de Saúde (SUS)”, aponta.
A farmacêutica Larissa Ranny, supervisora da Gerência de Serviços da Atenção Primária (Gsap) 3 de São Sebastião, ressalta que a implantação do horto no Jardins Mangueiral foi um pedido da comunidade e convida a população a ser parte ativa no manejo das hortaliças. “Teremos diversos grupos, a ideia é que possamos usar as plantas por suas propriedades medicinais e nutritivas, mas o cuidado com os vegetais já é em si uma atividade de promoção à saúde”.
Essa unidade do Jardins Mangueiral é o 18º Hamb em operação no DF, fruto da parceria entre a Secretaria de Saúde (SES-DF) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Brasília. Iniciada pela SES-DF em 2018, a iniciativa utiliza preceitos da agricultura biodinâmica e da antroposofia e integra a Rede de Hortos Agroflorestais Medicinais Biodinâmicos (Rhamb). Até dezembro, devem ser implantados mais sete Hambs nas unidades da pasta.
O especialista em saúde da Diretoria de Vigilância Sanitária (Divisa) da SES-DF, Nelson Frick, acrescenta que os hortos, dentro das UBSs, são promotores de saúde, porque a comunidade e as pessoas estão envolvidas não só com o plantio. “As pessoas também vêm fazer amizades, construir vínculos, aumentar o pertencimento delas a essa estrutura, além de levar para casa o resultado do plantio, claro”.
A pesquisadora e coordenadora dos Hambs na Fiocruz Brasília, Ximena Soledad, enfatiza a importância da Rhamb em meio a um contexto de crises climáticas cada vez mais severas no Brasil e no mundo. “Os Hambs também se apresentam como uma estratégia de adaptação, para ensinar as comunidades a conseguirem enfrentar essas mudanças climáticas extremas que a gente vê no dia a dia. A concepção da ‘esperança ativa’ prevê que temos que agir para mudar, mas tendo esperança que a gente, como comunidade, vai conseguir enfrentar essa mudança”, destaca.
*Com informações da SES-DF