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01/11/2024 às 15:08
Medida representa avanço no atendimento a pacientes com doenças hematológicas graves
O Colegiado de Saúde da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) aprovou a ampliação da carteira de serviços do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), que agora poderá incluir o transplante de medula óssea (TMO) em sua estrutura de atendimento. A medida representa um avanço no atendimento a pacientes com doenças hematológicas graves, como cânceres do sangue, além de outras patologias em que o transplante é indicado para controle ou cura. Gerido pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), o Hospital de Base poderá iniciar a implantação do serviço na modalidade autóloga, com previsão de expandir para transplantes alogênicos.
De acordo com o chefe do Serviço de Hematologia, Hemoterapia e TMO do Hospital de Base, Luiz Henrique Ramos, a modalidade autóloga é quando “o paciente recebe a medula dele mesmo, depois de feita uma fase de mobilização, coleta e quimioterapia, as células são reinfundidas”. Já a modalidade de TMO alogênico é quando o paciente recebe a célula de um doador. “Neste caso, pode ser familiar ou outra pessoa doadora voluntária compatível cadastrada”, lembra.
A aprovação da ampliação da carteira de serviços do Hospital de Base com a adição do TMO reflete uma necessidade crescente de atender à demanda do procedimento dentro do próprio Distrito Federal, oferecendo mais autonomia ao sistema de saúde local e reduzindo a necessidade de deslocamento para outras unidades. O Hospital de Base já é referência em onco-hematologia na rede pública do DF e possui infraestrutura para tratamento e acompanhamento de casos complexos que exigem atenção especializada e contínua.
Para o Luiz Ramos, a autorização é uma grande conquista da equipe do HBDF. “O transplante de medula óssea é um projeto antigo do Serviço de Hematologia e Hemoterapia, que agora passa a se chamar Serviço de Hematologia, Hemoterapia e Transplante de Medula Óssea do Hospital de Base. Considerando que somos referência em onco-hematologia no DF e em toda a rede, poderemos ampliar nossa linha de cuidados para os pacientes onco-hematológicos, beneficiando centenas de pessoas todos os anos”, explica.
Segundo ele, o novo serviço possibilitará o atendimento completo e humanizado para os pacientes que já realizam o tratamento no hospital. “Será possível realizar o transplante de medula óssea como um tratamento, para colocar o paciente em remissão ou até oferecer a cura definitiva. É uma conquista gigantesca, porque a capital do país nunca teve um serviço próprio de transplante de medula óssea. Antes ele era realizado de forma contratualizada em outros serviços ou por meio de tratamento fora de domicílio”, lembra.
O especialista destaca ainda que a nova estrutura traz inúmeras vantagens tanto para os pacientes quanto para a rede de saúde: “Agora, será possível oferecer uma jornada mais completa para o paciente, que realizará o tratamento em casa, com a equipe que já conhece, que ele tem familiaridade e uma relação consolidada. Além disso, ampliamos a possibilidade de realizar o transplante aqui na nossa capital, diminuindo o tamanho da fila e o tempo de espera, o que reduz o risco de recaída e a mortalidade”, enfatiza Luiz Ramos.
De acordo com o superintendente do Hospital de Base, Guilherme Porfírio, a autorização para oferecer o serviço insere o DF em um cenário mais avançado, comparável ao de outras grandes capitais do país. “Essa expansão representa um marco para a saúde pública do DF e reafirma o compromisso do Governo do Distrito Federal, da Secretaria de Saúde, do Hospital de Base e do IgesDF com a promoção de atendimento especializado e humanizado para toda a nossa população”, completou.
O próximo passo, agora, envolve o credenciamento do HBDF junto ao Ministério da Saúde como um hospital habilitado para a realização do Transplante de Medula Óssea. De acordo com Luiz Ramos, “já estão em fase avançada a organização para a consolidação da equipe técnica, recursos logísticos e de infraestrutura para que os primeiros TMOs sejam realizados ainda no primeiro semestre de 2025”.
*Com informações do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF)