08/11/2024 às 15:03

Capoeira Adaptada Águia Dourada celebra 25 anos em Taguatinga

Comemoração homenageia o professor recém-aposentado Fábio Ferreira dos Santos

Por Agência Brasília* | Edição: Chico Neto

O Grupo de Capoeira Adaptada Águia Dourada, do Centro de Ensino Especial (CEE) 01 de Taguatinga, está comemorando nesta sexta (8), 25 anos de inclusão de estudantes com deficiência intelectual, múltipla e transtorno do espectro autista (TEA). A celebração não marca apenas o aniversário do projeto, mas também uma homenagem ao recém-aposentado professor Fábio Ferreira dos Santos, responsável por tornar a capoeira uma ferramenta de transformação para esses estudantes. 

Mestre em capoeira, Fábio Ferreira dos Santos destacou: “Sei o quanto a atividade física melhora a condição humana e o quanto a capoeira trouxe benefícios físicos, motores e cognitivos para nossos alunos ao longo desses anos” | Foto: Mary Leal/SEEDF

Criado em 1998, o projeto surgiu da visão de Fábio, que reconheceu o potencial da capoeira para proporcionar benefícios físicos e psicológicos por meio de uma prática que integra dança, música e movimento. Com uma abordagem inclusiva, o Águia Dourada promove a socialização, a expressão corporal e a interação dos alunos em um espaço cultural enriquecedor.

“Estamos aqui hoje com o grupo de capoeira, toda a equipe de educação física, a direção e a comunidade escolar, comemorando com os alunos especiais, praticando a capoeira de forma enfática, forte, firme, para que a sociedade veja o valor desses alunos”, declarou Fábio. Para ele, a capoeira adaptada oferece aos estudantes uma oportunidade única de inclusão, autoestima e desenvolvimento físico.

Com a aposentadoria, o professor disse sentir-se com o dever cumprido, olhando com gratidão para o apoio da comunidade escolar e para o impacto positivo nas vidas dos alunos: “Sei o quanto a atividade física melhora a condição humana e o quanto a capoeira trouxe benefícios físicos, motores e cognitivos para nossos alunos ao longo desses anos”.

 Inclusão na educação

Hoje, cerca de 60 estudantes participam do projeto nos turnos matutino e vespertino, com o apoio de quatro professores de educação física do CEE 01. Mais de 200 estudantes já foram beneficiados, e o projeto se consolidou como referência em inclusão na educação, inspirando outras escolas e centros de ensino a desenvolverem suas próprias iniciativas de capoeira.

Ana Paula Soares de Sousa, diretora do CEE 01 de Taguatinga, ressaltou a importância transformadora do Grupo de Capoeira Adaptada Águia Dourada para os estudantes da escola: “Esse projeto existe há 25 anos, impactando a vida de muitos estudantes aqui da nossa escola”. A iniciativa, segundo ela, tem feito a diferença para estudantes que enfrentam desafios diários, proporcionando um espaço de superação e enriquecimento.

A diretora também observa o impacto do projeto na psicomotricidade dos alunos, assim como na socialização e desenvolvimento a longo prazo. “Cada conquista, cada avanço é algo muito gigante, é algo muito grande, e isso é muito perceptível no dia a dia”, afirmou. Segundo ela, mesmo que os ganhos sejam graduais, o avanço é evidente com o passar das aulas, refletindo a importância fundamental do projeto.

Projeto abrangente

“O engajamento é total, é uma socialização completa”

Ana Paula Soares de Sousa, diretora do CEE 01 de Taguatinga

A escola atende hoje mais de 100 alunos nos turnos matutino e vespertino, incluindo estudantes com deficiência múltipla, TEA e deficiência intelectual.

Para Ana Paula, essa diversidade amplia ainda mais o alcance e a relevância do projeto: “O engajamento é total, é uma socialização completa”. Os alunos, lembrou a diretora, encontram na capoeira um espaço para se expressar, aprender e se integrar, formando uma verdadeira comunidade inclusiva.

Os resultados alcançados pela Capoeira Águia Dourada vão além dos muros do CEE 01. O grupo é frequentemente convidado para se apresentar em outras escolas e instituições sociais, mostrando o poder transformador da cultura brasileira na educação especial. O projeto é respaldado por documentos normativos, como o Currículo em Movimento e as Orientações Pedagógicas da Educação Especial do DF, que reforçam a importância da inclusão na prática educacional.

Neste ano, com a aposentadoria de Fábio Santos, a responsabilidade pela condução do projeto passou ao professor José Augusto Vieira, que se compromete a manter o mesmo cuidado e dedicação. “O professor Fábio me recebeu com palavras de que nunca vou esquecer, dizendo que eu era uma oração que havia sido atendida”, disse. “Eu me sinto honrado em poder continuar um projeto tão relevante ao desenvolvimento dos alunos”.

*Com informações da Secretaria de Educação