13/11/2024 às 16:58, atualizado em 13/11/2024 às 17:24

Campanha Fazer o Bem Tá na Moda cria oportunidades para mulheres saírem da vulnerabilidade social

Iniciativa motiva mulheres com estabilidade financeira a contribuírem, por meio de doações, para a transformação de vidas

Por Agência Brasília* | Edição: Vinicius Nader

A advogada Talita Freire, 41 anos, passou algumas horas desta semana separando roupas dela dos filhos, além de muitos brinquedos, para serem doados. Desta vez, o comportamento que ela tem todo fim de ano teve um significado muito especial.

“Eu fiz a seleção com mais cuidado e muito carinho, porque mesmo não conhecendo a mulher que vai receber esses produtos, eu já sinto que tenho um vínculo com ela. Inclusive, escrevi um bilhetinho desejando que ela consiga atingir um propósito, não só financeiro, mas, principalmente, para que ela consiga se conhecer como um ser produtivo”, disse.

A advogada Talita Freire separou roupas e brinquedos para que uma mulher empreenda | Foto: Jhonatan Vieira/Sejus

Talita é uma das mulheres participantes da campanha Fazer o Bem Tá na Moda, da Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF), lançada nesta terça-feira (12). A iniciativa propõe um ciclo de solidariedade e prosperidade, no qual 200 mulheres do DF, que já possuem independência financeira, são convidadas a montar, cada uma, uma bolsa com produtos em bom estado, como roupas, sapatos, acessórios, joias e bijuterias.

Cada uma dessas sacolas, que foram confeccionadas por reeducandas da Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap-DF), será doada a outra mulher que terá a oportunidade de comercializar estes produtos. A seleção das 200 beneficiadas será feita pelo Grupo Cirandinha e pelo Instituto Proeza, entidades parceiras da Sejus que trabalham com público feminino em situação de vulnerabilidade social e ações voltadas ao empreendedorismo.

A secretária Marcela Passamani, ao centro, ressalta que o projeto leva solidariedade e espírito de prosperidade para outras mulheres | Foto: Allan Rodrigues/Sejus

O evento reuniu centenas de colaboradoras motivadas a transformar a vida de outras mulheres. “Quando a causa é boa, ninguém quer ficar de fora. E é isso que este evento representa: solidariedade e espírito de prosperidade para outras mulheres. Normalmente, a gente desapega dos nossos itens doando para um bazar, uma instituição, mas aqui a gente está promovendo o empreendedorismo feminino para essas mulheres que, às vezes, estão em situação de violência, mas todas estão em vulnerabilidade social querendo uma oportunidade”, comemorou a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani.

A proposta empreendedora do Fazer o Bem Tá na Moda foi o que mobilizou Tânia Mara Machado, proprietária e diretora da marca brasiliense Basic Colection, a entrar de cabeça na campanha. Além de ceder o espaço para o evento, a empresária anunciou que vai doar 30 bolsas com roupas novas da loja. “São roupas zeradas, com etiqueta, para fortalecer esta iniciativa. Quando fui convidada a participar, fiquei encantada, porque não é só doar, é ensinar a empreender. Isso é solidariedade, boa vontade e conscientização com o intuito de transformar vidas”, disse.

As participantes terão uma semana para devolver as bolsas com os produtos selecionados. Na outra ponta, a campanha vai envolver 100 mulheres das regiões do Recanto das Emas e do Riacho Fundo II que serão selecionadas pelo Instituto Proeza. Em vez de venderem os itens das bolsas individualmente, as mulheres do instituto decidiram se unir e realizar um bazar coletivo: o Brechó Entrelaçando Vidas.

Já o Grupo Cirandinha vai escolher 100 mulheres de Santa Maria que não podem trabalhar, porque são mães ou parentes de pessoas com deficiência. Neste caso, por poderem se ausentar de casa, cada uma receberá a bolsa e buscará a melhor forma de utilizar os produtos.

*Com informações da Sejus