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02/12/2024 às 14:06, atualizado em 02/12/2024 às 14:39
Iniciativa da rede pública está presente em 19 unidades de ensino para auxiliar meninos e meninas de até 3 anos e 11 meses com atraso cognitivo, motor, de linguagem e socioafetivo
Durante cinco meses, a professora Luciane Michel de Sousa, 43 anos, viveu a agonia de ver o filho Bernardo, hoje com 3 anos, não atingir os marcos de desenvolvimento. “Mesmo tendo nascido no tempo normal, ele não se desenvolvia. Quando ele completou cinco meses, procurei uma neuropediatra que o avaliou e percebeu que ele tinha um atraso. Foi ela que me falou do Programa Educação Precoce, que seria bom porque ele desenvolveria os movimentos e a fala. Ela já me encaminhou e no mês seguinte eu consegui uma vaga no Riacho Fundo”, lembra.
Foram dois meses em uma unidade escolar no Riacho Fundo até conseguir a transferência para o Centro de Ensino Especial 1 de Samambaia, que fica na cidade onde a mulher e o filho moram. “O Bernardo chegou aqui sem nada, sem nenhum desenvolvimento. Para tudo ele tinha que ter ajuda, e chorava muito. Era só comigo o tempo todo. Desde que ele chegou aqui, percebi esse amor e esse carinho dos profissionais. Foi onde o Bernardo se encontrou, onde ele desenvolveu a fala, o andar e a sociabilidade com outras crianças”, conta Luciane.
O desenvolvimento do pequeno permitiu que Luciane pudesse voltar a trabalhar no ano passado. “Nós, pais de crianças especiais – o Bernardo é TEA [Transtorno do Espectro Autista] e tem síndrome –, precisamos desse amparo. É aqui que aprendemos o que fazer, como lidar, e temos um norte. Se eu não tivesse essa escola aqui, ele não teria o mesmo tratamento que tem”, avalia a mãe.
Bernardo é uma das mais de quatro mil crianças de até 3 anos e 11 meses atendidas pelo Programa Educação Precoce (PEP), que integra o ensino especial. Trata-se de uma iniciativa da rede pública de ensino do DF pioneira que atende meninos e meninas com atraso de desenvolvimento nas áreas cognitivas, motoras, de linguagem e socioafetivas. O objetivo é fazer com os estudantes alcancem os marcos de desenvolvimento e estejam mais preparados para a introdução no ensino regular.
“O perfil do programa são crianças que tenham qualquer tipo de alteração no desenvolvimento proveniente da gravidez [antes, durante ou após o nascimento], de intercorrência no parto, de um lar considerado de risco e de prematuridade, além das que têm diagnóstico de deficiências e transtornos”, explica a coordenadora da Educação Precoce do Centro de Ensino Especial 1 de Samambaia, Janete Anaid.
A subsecretária de Educação Inclusiva e Integral da Secretaria de Educação (SEEDF), Vera Lúcia de Barros, destaca que a educação precoce deve ser iniciada o quanto antes para promover o desenvolvimento integral e as potencialidades das crianças. “Para isso é importante a participação da família, por seu papel fundamental de multiplicador das atividades lúdicas. Quando agimos em colaboração, tudo é possível”, diz.
Atendimento diferenciado
Para participar, os alunos devem ter um encaminhamento médico e os pais devem procurar uma das 19 unidades da rede pública que tenham a modalidade de ensino. “A família procura a escola, se inscreve na lista de espera e aguarda surgir a vaga. Quando está disponível, entramos em contato com a família e é feita uma avaliação, que é uma entrevista, e depois a matrícula”, complementa Janete. As crianças são atendidas de duas a três vezes por semana. Até os 2 anos, o atendimento é individual. Depois, os pequenos passam para o atendimento em grupo.
No caso do Centro de Ensino Especial 1 de Samambaia, há 12 turmas de educação precoce, sendo seis no período matutino e outras seis no vespertino com uma de bebê em cada turno. A estrutura conta com uma sala de atendimento para crianças acima de um ano e outra para bebês, além de uma sala de psicomotricidade e outra com piscina. As crianças são atendidas por pedagogos e educadores físicos.
Há 11 anos no Centro de Ensino Especial de Samambaia, Luciana Ferreira de Melo é uma das professoras da educação precoce da unidade. Ela explica que o trabalho das pedagogas é promover o desenvolvimento da autonomia e da identidade das crianças.
“É um trabalho que a gente realiza de forma lúdica em vários espaços apropriados. Entramos com texturas para o elo sensorial, livros para realizar a leitura de imagens, a musicalização para a fala. A parte cognitiva e psicomotora, que é a motricidade fina, trabalhamos com os encaixes. Também há o processo de rabiscação com giz de cera para desenvolver o movimento amplo. Tudo é para preparar o pequeno para a educação infantil de acordo com os pré-requisitos”, revela.
O educador físico Arley Rodrigues da Costa atua há 15 anos na modalidade. Segundo ele, cabe ao profissional da educação física desenvolver a parte motora das crianças por meio de estímulos. “Trabalhamos tanto a coordenação motora quanto a parte de equilíbrio e de força. Para isso, temos a salinha de psicomotricidade, o parquinho e a piscina”, conta. “Nosso trabalho é corrigir o atraso que a criança tem desenvolvendo o que a gente chama de neuroplasticidade [capacidade do sistema nervoso central de adaptar-se e moldar-se a novas situações]”.
As crianças podem permanecer na educação precoce até os 4 anos. Na sequência, elas podem ser encaminhadas para a educação infantil regular ou, a depender da situação e do diagnóstico, seguem no ensino especial, modalidade garantida às pessoas com deficiências e TEA.
Confira, abaixo, as escolas que participam do Programa de Educação Precoce.
⇒ Brazlândia (Cenebraz)
⇒ Ceilândia (CEE 01 e CEE 02)
⇒ Gama (CEE 01)
⇒ Guará (CEE 01 e CEF 02 da Estrutural)
⇒ Núcleo Bandeirante (Caic JK e CEI Riacho Fundo II)
⇒ Paranoá (CEI 01)
⇒ Planaltina (CEE 01)
⇒ Plano Piloto (CEI 01, CEE 02 e CEEDV – Deficientes Visuais)
⇒ Recanto das Emas (CEI 304 Recanto das Emas)
⇒ Samambaia (CEE 01)
⇒ Santa Maria (CEE 01)
⇒ São Sebastião (Caic Unesco)
⇒ Sobradinho (CEE 01)
– Taguatinga (CEI 04 e CEI 07).