19/12/2024 às 15:54

Projeto leva treinamento em Libras para profissionais da saúde

A iniciativa Educa em Ação, promovida pelo IgesDF, abordará temas que promovem a inclusão no atendimento

Por Agência Brasília* | Edição: Débora Cronemberger

A Gerência de Gestão do Conhecimento, ligada à Diretoria de Ensino e Pesquisa (Diep) do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) lançou, na terça-feira (17), o Educa em Ação, projeto voltado para a capacitação e aprimoramento contínuo dos profissionais da instituição. De acordo com a chefe do Núcleo de Educação Permanente (Nudep), Ana Paula Lustosa, “nosso objetivo é abordar temas que impactam diretamente a qualidade dos serviços oferecidos, reforçando a importância do conhecimento e da capacitação para a inclusão dentro das unidades de atendimento do IgesDF”.

“É preciso desmontar alguns mitos que as pessoas têm como a de que basta colocar um aparelho de surdez e o paciente consegue ouvir. Ou que para me comunicar com eles basta eu escrever ou falar mais alto”, disse Raíssa Siqueira, professora e intérprete de Libras da Secretaria de Educação do DF | Foto: Divulgação/IgesDF

A primeira etapa desse projeto deu-se com a realização do treinamento “Libras no Atendimento”, uma temática de extrema relevância que visa promover a inclusão no atendimento por meio da comunicação acessível e humanizada. Raíssa Siqueira, professora e intérprete de Libras da Secretaria de Educação do DF, realizou o treinamento para os colaboradores.

“É assim que seguimos inovando, promovendo inclusão e tornando o cuidado em saúde mais humanizado e acessível para todos. Estamos muito orgulhosos de ser parte desse avanço”

Camila Lombardi, superintendente de Inovação, Ensino e Pesquisa

Raíssa demonstrou os desafios da comunicação e os sinais básicos para iniciar o aprendizado de Libras. “Libras é uma outra língua, não tem como aprender apenas com uma palestra. Mas o bate-papo com os colaboradores já serve como ferramenta para acender a chama para continuarem estudando e alcançarem o básico”, explicou Raíssa.

O principal foco da palestra foi a necessidade da inclusão no atendimento aos pacientes surdos ou com deficiência auditiva. “É preciso desmontar alguns mitos que as pessoas têm como a de que basta colocar um aparelho de surdez e o paciente consegue ouvir. Ou que para me comunicar com eles basta eu escrever ou falar mais alto”, conta Raíssa. De acordo com ela, para a maioria das pessoas que possuem surdez profunda, somente o uso de Libras torna a comunicação eficaz.

Ainda segundo Raíssa, a maioria dos pacientes que precisam utilizar Libras não possui acesso à saúde por conta da falta de comunicação. “Eles não têm acesso a nada se a gente não conseguir saber o básico de Libras, cada um na sua área”, afirma.

Projeto Educa em Ação

De acordo com Camilla Lombardi, superintendente de Inovação, Ensino e Pesquisa, o primeiro curso de Libras voltado para o atendimento marcou um passo importante na construção de uma comunicação mais acessível e inclusiva. “Finalizar 2024 com uma iniciativa tão significativa reforça o compromisso da Diep em transformar o SUS por meio do ensino e da educação permanente. É assim que seguimos inovando, promovendo inclusão e tornando o cuidado em saúde mais humanizado e acessível para todos. Estamos muito orgulhosos de ser parte desse avanço”, declarou.

Brenner Saboia, enfermeiro do Nudep e um dos responsáveis por sugerir a criação do projeto Educa em Ação, supervisionou o treinamento de Libras. Ele, que tem Libras intermediário em seu currículo, sente necessidade de praticar e pensou que seria interessante sugerir o treinamento. “É uma grande satisfação participar desta iniciativa. Nosso objetivo é mostrar aos participantes a importância de aprender a linguagem brasileira de sinais para melhorar a comunicação e inclusão das pessoas surdas na sociedade. Este curso é apenas o começo de algo maior que virá em 2025”, disse Brenner.

Raíssa Siqueira elogiou a iniciativa e ressaltou a importância do projeto e da primeira ação ser um treinamento introdutório de Libras. “São esses colaboradores que vão receber primeiro o paciente surdo. Então é essencial que essa pessoa saiba receber, cumprimentar, e acolher da forma correta para que ele seja atendido com dignidade e qualidade”, concluiu.

*Com informações do IgesDF