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21/02/2025 às 17:27
Unidade é referência no SUS para o procedimento, considerado de alta complexidade
A equipe de neurocirurgia do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) executou, na manhã da sexta-feira (21), três procedimentos cirúrgicos para o implante de eletrodos medulares em pacientes com dores crônicas. Um dos implantes foi em caráter definitivo, e os outros dois são testes temporários para avaliação da eficácia do tratamento.
Neuromodulação invasiva, técnica utilizada no procedimento, é indicada para pacientes que não obtiveram êxito em tratamentos convencionais | Foto: Divulgação/IgesDF
“Quando não conseguimos eliminar a causa da dor, buscamos bloquear a transmissão dessa informação ao cérebro por meio da estimulação elétrica da medula”
Antônio Oliveira, neurocirurgião
As cirurgias serviram como a parte prática do encerramento de um curso de aperfeiçoamento em neuromodulação invasiva que teve início na quinta-feira (20) e reuniu médicos do próprio Hospital de Base, residentes e especialistas convidados de diversas regiões do país. O evento também incluiu aulas teóricas e teve o atendimento aos pacientes, além dos procedimentos cirúrgicos.
Segundo o neurocirurgião Antônio Oliveira, a neuromodulação invasiva é uma técnica avançada para o tratamento de dores crônicas refratárias, indicada para pacientes que não obtiveram sucesso com métodos convencionais, como medicação, fisioterapia e infiltrações. “Quando não conseguimos eliminar a causa da dor, buscamos bloquear a transmissão dessa informação ao cérebro por meio da estimulação elétrica da medula”, explica.
Eletrodos e bateria
O procedimento consiste no implante de eletrodos na coluna do paciente, que são conectados a uma bateria programável via bluetooth. A tecnologia permite o controle da dor ao emitir impulsos elétricos que interrompem os sinais dolorosos antes de chegarem ao cérebro. “É um tratamento consolidado, disponível no Brasil há cerca de 30 anos de forma eletiva; nos últimos anos, conseguimos torná-lo acessível 100% pelo Sistema Único de Saúde aqui no Distrito Federal”, relata Tiago Freitas, cirurgião responsável pelos procedimentos realizados.
“O procedimento de troca é minimamente invasivo, semelhante à substituição de um marca-passo cardíaco”
Tiago Freitas, cirurgião
O Hospital de Base, gerido pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), possui contrato com a empresa Medtronic e pode contar com os materiais necessários para esse tipo de neuromodulação. Apesar disso, a disponibilidade do tratamento ainda é limitada. “É um serviço oferecido por poucos centros no país, e aqui atendemos não só pacientes do DF, mas também de estados vizinhos, como Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e até Nordeste e Norte”, lembra Antônio Oliveira.
Implante ajuda a diminuir dor crônica
O paciente submetido ao implante definitivo nesta sexta já havia passado por cirurgias na coluna sem obter alívio total da dor. Após um teste bem-sucedido com a estimulação medular temporária, foi aprovada a implantação permanente do dispositivo. Os testes temporários, que duram alguns dias, permitem avaliar a eficácia do tratamento antes da cirurgia definitiva, garantindo que apenas os pacientes com boa resposta sigam para a próxima etapa.
A manutenção do sistema envolve a troca da bateria a cada cinco anos, em média. Há opções de baterias recarregáveis, que prolongam a durabilidade do equipamento, e modelos que requerem substituição periódica. “O procedimento de troca é minimamente invasivo, semelhante à substituição de um marca-passo cardíaco”, explica Tiago.
Apesar do avanço na oferta do tratamento pelo SUS, existem desafios para atender à demanda reprimida. “Há poucos profissionais especializados para realizar o procedimento”, pontua Antônio Oliveira. “Antes, o problema era a falta de material; agora é a necessidade de mais recursos humanos”. Referência nesses procedimentos, o Hospital de Base conta hoje com o apoio de especialistas em fase de formação para ampliar a equipe.
*Com informações do IgesDF