Desde final do ano passado, ações do Detran-DF nas vias de grande circulação aperfeiçoam o trânsito no Distrito Federal e reduzem o tempo antes gasto com engarrafamentos

Suzano Almeida, da Agência Brasília

O Distrito Federal tem algumas das mais largas avenidas do país, como é o caso do Eixo Monumental. Mas apesar das seis faixas do Eixão, como é mais conhecida a via, o grande volume de automóveis e os congestionamentos vinham dificultando o trânsito de quem precisa se locomover até o centro de Brasília, diariamente. Por conta disso, desde o final do ano passado, o Departamento de Trânsito do DF (Detran–DF) tem realizado estudos de engenharia e desenvolvido ações com o objetivo de reduzir e evitar engarrafamentos nas vias de grande circulação. As melhorias se traduzem em itinerários mais equilibrados para os motoristas e redução do tempo antes desperdiçado.

“Realizamos estudos para aferir o volume de tráfego, tipos de veículos que transitam na região e formas como distribuir esse fluxo”, explicou o diretor de Engenharia de Trânsito do Detran-DF, José Lima Simões, ao explicar a importância dos estudos desenvolvidos pela entidade. Esses trabalhos técnicos do órgão ainda avaliam a situação e as conseqüências das mudanças a serem feitas junto à população, como foi observado recentemente com a modificação do fluxo no Eixo Monumental.

Ação coordenada – No caso do Eixão, as novidades aumentaram o tempo de espera para os motoristas nos semáforos. Em compensação, permitiram, de forma coordenada, que eles (motoristas) não ficassem parados em cada um dos sinaleiros. “Criamos um mecanismo para o trânsito escoar coordenadamente e programamos os semáforos para abrir de forma sequencial. Isso evitou que as pessoas parassem em todos os sinais e, assim, acabassem se irritando”, disse José Lima Simões.

Segundo o diretor, com os semáforos abrindo e fechando sem qualquer organização as pessoas perdiam mais tempo paradas e isso levava a congestionamentos. O diretor explicou que o “ajuste fino” levou alguns dias até que fosse possível a obtenção de um resultado de qualidade, que possibilitasse a redução dos congestionamentos na região. “O trânsito ficou mais dinâmico. Temos a maior frota, proporcionalmente, do país. Hoje, em todas as cidades do DF, temos trânsito de metrópole”, afirmou.

Velocidade e fiscalização – Nas vias do Distrito Federal, a velocidade é paramentada por resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que determinam como devem ser sinalizadas. Porém, a responsabilidade final é do Detran local, que posiciona os sinais de forma a aperfeiçoar o fluxo e garantir a boa condução dos motoristas.

Cada via tem sua própria velocidade, por exemplo: as artérias – que recebem veículos de outras regiões, como é o caso de Taguatinga Centro, podem alcançar no máximo 60 km/h. Vias expressas, como a Estrutural e a parte central da Estrada Parque Taguatinga (EPTG), podem alcançar até 80 km/h.

Mesmo com toda sinalização e, tecnicamente, todos os motoristas conscientes de que devem respeitar a velocidade máxima permitida, ainda há aqueles considerados mais “apressadinhos”, que insistem em não respeitar as leis de trânsito e colocar em risco a vida de outras pessoas. A alternativa encontrada para coibir os abusos, no entanto, foi instalar a fiscalização eletrônica, composta pelos chamados “pardais” (radares eletrônicos) e barreiras.

“Para instalarmos um pardal ou uma barreira eletrônica é necessário ter sido realizado estudo comprovando a necessidade daquele equipamento no local. Para isso, nos baseamos em regras do Contran, que só permite a colocação do pardal num determinado local depois que o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) aferir sua precisão”, afirmou José Lima Simões.

Pardais – De acordo com o diretor, dos 300 pontos que possuem pardais no DF só cerca de 100 funcionam efetivamente. Isso acontece porque, segundo ele, em algumas vias existem quatro ou cinco radares, mas apenas um ou dois estão ligados. “O motorista que usa a via não sabe se o pardal está ou não ligado, mesmo assim reduz a velocidade para evitar ser multado”, declarou Lima, ao acentuar: “Não precisamos multar a pessoa quatro, cinco vezes, basta apenas punir uma vez. A função dos equipamentos é educar os condutores dos veículos”.

A instalação de novos radares foi a solução encontrada para que os motoristas que transitam no Eixão reduzissem a velocidade que, por conta de abusos, provocaram acidentes fatais na via, nos últimos meses.

Desaceleração – A engenharia de trânsito constata que quando os motoristas deparam com os pardais a desaceleração é imediata. “Quando os motoristas tentam correr encontram uma outra pessoa que respeita a velocidade e, assim, são obrigados a reduzir para evitar acidentes, não podendo andar além da velocidade permitida”, ressaltou o diretor de Engenharia.

Dados do Detran-DF até 1995, quando foi iniciada a instalação de radares no DF, mostram que a velocidade média no Eixinho, por exemplo, era de 85 km/h naquela época, enquanto a velocidade máxima permitida era de 60 km/h. Com a instalação dos fiscalizadores eletrônicos essa média caiu para 56 km/h.

Fim da “Onda Verde” – Há alguns anos foi criada a “Onda Verde”. Um programa que permitia aos usuários das vias W3 Norte e Sul passarem por todos os semáforos abertos, desde que respeitassem certa velocidade. Mesmo beneficiando o trânsito da região, o departamento de Engenharia percebeu que as vias arteriais ficaram prejudicadas, já que nelas também há grande volume de usuários que levam seus filhos para os colégios na região.

A solução foi modificar o trabalho dos semáforos, que passaram a ser fechados em blocos. Dessa forma o fluxo, tanto na via principal, quanto dos automóveis que saem das artérias melhorou, reduzindo os congestionamentos.

 

Soluções para o futuro – Nos últimos meses, duas vias do DF ganharam faixas exclusivas para o trânsito de ônibus: EPTG e Estrada Parque Núcleo Bandeirante (EPNB). A medida facilitou a vida dos usuários do transporte coletivo público e complicou um pouco mais a vida dos motoristas de carros particulares. Para o diretor de Engenharia, a mudança é uma tendência em todo o DF para estimular o uso do transporte coletivo e evitar o uso de carros particulares.

O Detran-DF também estuda, para os próximos meses, a instalação de novas faixas exclusivas para ônibus. O local ainda não foi definido, mas já se sabe que as candidatas são: Eixo Monumental, vias W3, Elmo Serejo (que liga Ceilândia, Taguatinga e Samambaia) e Hélio Prates (que liga Taguatinga à Estrutural).

Estacionamentos rotativos – Além disso, uma alternativa para reduzir o grande volume de carros no centro da cidade será a restrição de veículos nessa região e a criação estacionamentos rotativos. O diretor explicou que os estacionamentos rotativos servirão para democratizar as vagas no centro de Brasília, que hoje não comportam o número de veículos em circulação.

“Nosso objetivo é fazer com que os motoristas só fiquem estacionados por um período máximo de 2h, que é o tempo de resolver pequenos problemas e sair. Caso permaneçam um longo período, poderão ser punidos”, afirmou.

Pedágios e rodízios – Para os próximos anos, o Detran-DF estuda a cobrança de pedágios urbanos e o rodízio de placas, como já ocorre em outros estados. Ambos seriam criados com o objetivo de evitar que muitos carros se deslocassem para zonas de conflito urbano, como o Setor Comercial Sul (na Asa Sul de Brasília), onde faltam vagas de estacionamento para carros.

José Lima Simões entende que o rodízio de placas poderá acarretar em outro problema: a aquisição de um segundo carro pelos usuários, o que aumentaria ainda mais a frota de veículos do DF, que já é de 1,7 milhões. Em relação ao pedágio nas zonas de maior movimento, o diretor acredita que, com o pedágio, os motoristas devem passar evitar a entrada nessas áreas, optando pelo transporte coletivo.

00020887

" /> Desde final do ano passado, ações do Detran-DF nas vias de grande circulação aperfeiçoam o trânsito no Distrito Federal e reduzem o tempo antes gasto com engarrafamentos

Suzano Almeida, da Agência Brasília

O Distrito Federal tem algumas das mais largas avenidas do país, como é o caso do Eixo Monumental. Mas apesar das seis faixas do Eixão, como é mais conhecida a via, o grande volume de automóveis e os congestionamentos vinham dificultando o trânsito de quem precisa se locomover até o centro de Brasília, diariamente. Por conta disso, desde o final do ano passado, o Departamento de Trânsito do DF (Detran–DF) tem realizado estudos de engenharia e desenvolvido ações com o objetivo de reduzir e evitar engarrafamentos nas vias de grande circulação. As melhorias se traduzem em itinerários mais equilibrados para os motoristas e redução do tempo antes desperdiçado.

“Realizamos estudos para aferir o volume de tráfego, tipos de veículos que transitam na região e formas como distribuir esse fluxo”, explicou o diretor de Engenharia de Trânsito do Detran-DF, José Lima Simões, ao explicar a importância dos estudos desenvolvidos pela entidade. Esses trabalhos técnicos do órgão ainda avaliam a situação e as conseqüências das mudanças a serem feitas junto à população, como foi observado recentemente com a modificação do fluxo no Eixo Monumental.

Ação coordenada – No caso do Eixão, as novidades aumentaram o tempo de espera para os motoristas nos semáforos. Em compensação, permitiram, de forma coordenada, que eles (motoristas) não ficassem parados em cada um dos sinaleiros. “Criamos um mecanismo para o trânsito escoar coordenadamente e programamos os semáforos para abrir de forma sequencial. Isso evitou que as pessoas parassem em todos os sinais e, assim, acabassem se irritando”, disse José Lima Simões.

Segundo o diretor, com os semáforos abrindo e fechando sem qualquer organização as pessoas perdiam mais tempo paradas e isso levava a congestionamentos. O diretor explicou que o “ajuste fino” levou alguns dias até que fosse possível a obtenção de um resultado de qualidade, que possibilitasse a redução dos congestionamentos na região. “O trânsito ficou mais dinâmico. Temos a maior frota, proporcionalmente, do país. Hoje, em todas as cidades do DF, temos trânsito de metrópole”, afirmou.

Velocidade e fiscalização – Nas vias do Distrito Federal, a velocidade é paramentada por resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que determinam como devem ser sinalizadas. Porém, a responsabilidade final é do Detran local, que posiciona os sinais de forma a aperfeiçoar o fluxo e garantir a boa condução dos motoristas.

Cada via tem sua própria velocidade, por exemplo: as artérias – que recebem veículos de outras regiões, como é o caso de Taguatinga Centro, podem alcançar no máximo 60 km/h. Vias expressas, como a Estrutural e a parte central da Estrada Parque Taguatinga (EPTG), podem alcançar até 80 km/h.

Mesmo com toda sinalização e, tecnicamente, todos os motoristas conscientes de que devem respeitar a velocidade máxima permitida, ainda há aqueles considerados mais “apressadinhos”, que insistem em não respeitar as leis de trânsito e colocar em risco a vida de outras pessoas. A alternativa encontrada para coibir os abusos, no entanto, foi instalar a fiscalização eletrônica, composta pelos chamados “pardais” (radares eletrônicos) e barreiras.

“Para instalarmos um pardal ou uma barreira eletrônica é necessário ter sido realizado estudo comprovando a necessidade daquele equipamento no local. Para isso, nos baseamos em regras do Contran, que só permite a colocação do pardal num determinado local depois que o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) aferir sua precisão”, afirmou José Lima Simões.

Pardais – De acordo com o diretor, dos 300 pontos que possuem pardais no DF só cerca de 100 funcionam efetivamente. Isso acontece porque, segundo ele, em algumas vias existem quatro ou cinco radares, mas apenas um ou dois estão ligados. “O motorista que usa a via não sabe se o pardal está ou não ligado, mesmo assim reduz a velocidade para evitar ser multado”, declarou Lima, ao acentuar: “Não precisamos multar a pessoa quatro, cinco vezes, basta apenas punir uma vez. A função dos equipamentos é educar os condutores dos veículos”.

A instalação de novos radares foi a solução encontrada para que os motoristas que transitam no Eixão reduzissem a velocidade que, por conta de abusos, provocaram acidentes fatais na via, nos últimos meses.

Desaceleração – A engenharia de trânsito constata que quando os motoristas deparam com os pardais a desaceleração é imediata. “Quando os motoristas tentam correr encontram uma outra pessoa que respeita a velocidade e, assim, são obrigados a reduzir para evitar acidentes, não podendo andar além da velocidade permitida”, ressaltou o diretor de Engenharia.

Dados do Detran-DF até 1995, quando foi iniciada a instalação de radares no DF, mostram que a velocidade média no Eixinho, por exemplo, era de 85 km/h naquela época, enquanto a velocidade máxima permitida era de 60 km/h. Com a instalação dos fiscalizadores eletrônicos essa média caiu para 56 km/h.

Fim da “Onda Verde” – Há alguns anos foi criada a “Onda Verde”. Um programa que permitia aos usuários das vias W3 Norte e Sul passarem por todos os semáforos abertos, desde que respeitassem certa velocidade. Mesmo beneficiando o trânsito da região, o departamento de Engenharia percebeu que as vias arteriais ficaram prejudicadas, já que nelas também há grande volume de usuários que levam seus filhos para os colégios na região.

A solução foi modificar o trabalho dos semáforos, que passaram a ser fechados em blocos. Dessa forma o fluxo, tanto na via principal, quanto dos automóveis que saem das artérias melhorou, reduzindo os congestionamentos.

 

Soluções para o futuro – Nos últimos meses, duas vias do DF ganharam faixas exclusivas para o trânsito de ônibus: EPTG e Estrada Parque Núcleo Bandeirante (EPNB). A medida facilitou a vida dos usuários do transporte coletivo público e complicou um pouco mais a vida dos motoristas de carros particulares. Para o diretor de Engenharia, a mudança é uma tendência em todo o DF para estimular o uso do transporte coletivo e evitar o uso de carros particulares.

O Detran-DF também estuda, para os próximos meses, a instalação de novas faixas exclusivas para ônibus. O local ainda não foi definido, mas já se sabe que as candidatas são: Eixo Monumental, vias W3, Elmo Serejo (que liga Ceilândia, Taguatinga e Samambaia) e Hélio Prates (que liga Taguatinga à Estrutural).

Estacionamentos rotativos – Além disso, uma alternativa para reduzir o grande volume de carros no centro da cidade será a restrição de veículos nessa região e a criação estacionamentos rotativos. O diretor explicou que os estacionamentos rotativos servirão para democratizar as vagas no centro de Brasília, que hoje não comportam o número de veículos em circulação.

“Nosso objetivo é fazer com que os motoristas só fiquem estacionados por um período máximo de 2h, que é o tempo de resolver pequenos problemas e sair. Caso permaneçam um longo período, poderão ser punidos”, afirmou.

Pedágios e rodízios – Para os próximos anos, o Detran-DF estuda a cobrança de pedágios urbanos e o rodízio de placas, como já ocorre em outros estados. Ambos seriam criados com o objetivo de evitar que muitos carros se deslocassem para zonas de conflito urbano, como o Setor Comercial Sul (na Asa Sul de Brasília), onde faltam vagas de estacionamento para carros.

José Lima Simões entende que o rodízio de placas poderá acarretar em outro problema: a aquisição de um segundo carro pelos usuários, o que aumentaria ainda mais a frota de veículos do DF, que já é de 1,7 milhões. Em relação ao pedágio nas zonas de maior movimento, o diretor acredita que, com o pedágio, os motoristas devem passar evitar a entrada nessas áreas, optando pelo transporte coletivo.

00020887

">

14/02/2012 às 03:00

Engenharia a favor do trânsito

Desde final do ano passado, ações do Detran-DF nas vias de grande circulação aperfeiçoam o trânsito no Distrito Federal e reduzem o tempo antes gasto com engarrafamentos

Suzano Almeida, da Agência Brasília

O Distrito Federal tem algumas das mais largas avenidas do país, como é o caso do Eixo Monumental. Mas apesar das seis faixas do Eixão, como é mais conhecida a via, o grande volume de automóveis e os congestionamentos vinham dificultando o trânsito de quem precisa se locomover até o centro de Brasília, diariamente. Por conta disso, desde o final do ano passado, o Departamento de Trânsito do DF (Detran–DF) tem realizado estudos de engenharia e desenvolvido ações com o objetivo de reduzir e evitar engarrafamentos nas vias de grande circulação. As melhorias se traduzem em itinerários mais equilibrados para os motoristas e redução do tempo antes desperdiçado.

“Realizamos estudos para aferir o volume de tráfego, tipos de veículos que transitam na região e formas como distribuir esse fluxo”, explicou o diretor de Engenharia de Trânsito do Detran-DF, José Lima Simões, ao explicar a importância dos estudos desenvolvidos pela entidade. Esses trabalhos técnicos do órgão ainda avaliam a situação e as conseqüências das mudanças a serem feitas junto à população, como foi observado recentemente com a modificação do fluxo no Eixo Monumental.

Ação coordenada – No caso do Eixão, as novidades aumentaram o tempo de espera para os motoristas nos semáforos. Em compensação, permitiram, de forma coordenada, que eles (motoristas) não ficassem parados em cada um dos sinaleiros. “Criamos um mecanismo para o trânsito escoar coordenadamente e programamos os semáforos para abrir de forma sequencial. Isso evitou que as pessoas parassem em todos os sinais e, assim, acabassem se irritando”, disse José Lima Simões.

Segundo o diretor, com os semáforos abrindo e fechando sem qualquer organização as pessoas perdiam mais tempo paradas e isso levava a congestionamentos. O diretor explicou que o “ajuste fino” levou alguns dias até que fosse possível a obtenção de um resultado de qualidade, que possibilitasse a redução dos congestionamentos na região. “O trânsito ficou mais dinâmico. Temos a maior frota, proporcionalmente, do país. Hoje, em todas as cidades do DF, temos trânsito de metrópole”, afirmou.

Velocidade e fiscalização – Nas vias do Distrito Federal, a velocidade é paramentada por resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que determinam como devem ser sinalizadas. Porém, a responsabilidade final é do Detran local, que posiciona os sinais de forma a aperfeiçoar o fluxo e garantir a boa condução dos motoristas.

Cada via tem sua própria velocidade, por exemplo: as artérias – que recebem veículos de outras regiões, como é o caso de Taguatinga Centro, podem alcançar no máximo 60 km/h. Vias expressas, como a Estrutural e a parte central da Estrada Parque Taguatinga (EPTG), podem alcançar até 80 km/h.

Mesmo com toda sinalização e, tecnicamente, todos os motoristas conscientes de que devem respeitar a velocidade máxima permitida, ainda há aqueles considerados mais “apressadinhos”, que insistem em não respeitar as leis de trânsito e colocar em risco a vida de outras pessoas. A alternativa encontrada para coibir os abusos, no entanto, foi instalar a fiscalização eletrônica, composta pelos chamados “pardais” (radares eletrônicos) e barreiras.

“Para instalarmos um pardal ou uma barreira eletrônica é necessário ter sido realizado estudo comprovando a necessidade daquele equipamento no local. Para isso, nos baseamos em regras do Contran, que só permite a colocação do pardal num determinado local depois que o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) aferir sua precisão”, afirmou José Lima Simões.

Pardais – De acordo com o diretor, dos 300 pontos que possuem pardais no DF só cerca de 100 funcionam efetivamente. Isso acontece porque, segundo ele, em algumas vias existem quatro ou cinco radares, mas apenas um ou dois estão ligados. “O motorista que usa a via não sabe se o pardal está ou não ligado, mesmo assim reduz a velocidade para evitar ser multado”, declarou Lima, ao acentuar: “Não precisamos multar a pessoa quatro, cinco vezes, basta apenas punir uma vez. A função dos equipamentos é educar os condutores dos veículos”.

A instalação de novos radares foi a solução encontrada para que os motoristas que transitam no Eixão reduzissem a velocidade que, por conta de abusos, provocaram acidentes fatais na via, nos últimos meses.

Desaceleração – A engenharia de trânsito constata que quando os motoristas deparam com os pardais a desaceleração é imediata. “Quando os motoristas tentam correr encontram uma outra pessoa que respeita a velocidade e, assim, são obrigados a reduzir para evitar acidentes, não podendo andar além da velocidade permitida”, ressaltou o diretor de Engenharia.

Dados do Detran-DF até 1995, quando foi iniciada a instalação de radares no DF, mostram que a velocidade média no Eixinho, por exemplo, era de 85 km/h naquela época, enquanto a velocidade máxima permitida era de 60 km/h. Com a instalação dos fiscalizadores eletrônicos essa média caiu para 56 km/h.

Fim da “Onda Verde” – Há alguns anos foi criada a “Onda Verde”. Um programa que permitia aos usuários das vias W3 Norte e Sul passarem por todos os semáforos abertos, desde que respeitassem certa velocidade. Mesmo beneficiando o trânsito da região, o departamento de Engenharia percebeu que as vias arteriais ficaram prejudicadas, já que nelas também há grande volume de usuários que levam seus filhos para os colégios na região.

A solução foi modificar o trabalho dos semáforos, que passaram a ser fechados em blocos. Dessa forma o fluxo, tanto na via principal, quanto dos automóveis que saem das artérias melhorou, reduzindo os congestionamentos.

 

Soluções para o futuro – Nos últimos meses, duas vias do DF ganharam faixas exclusivas para o trânsito de ônibus: EPTG e Estrada Parque Núcleo Bandeirante (EPNB). A medida facilitou a vida dos usuários do transporte coletivo público e complicou um pouco mais a vida dos motoristas de carros particulares. Para o diretor de Engenharia, a mudança é uma tendência em todo o DF para estimular o uso do transporte coletivo e evitar o uso de carros particulares.

O Detran-DF também estuda, para os próximos meses, a instalação de novas faixas exclusivas para ônibus. O local ainda não foi definido, mas já se sabe que as candidatas são: Eixo Monumental, vias W3, Elmo Serejo (que liga Ceilândia, Taguatinga e Samambaia) e Hélio Prates (que liga Taguatinga à Estrutural).

Estacionamentos rotativos – Além disso, uma alternativa para reduzir o grande volume de carros no centro da cidade será a restrição de veículos nessa região e a criação estacionamentos rotativos. O diretor explicou que os estacionamentos rotativos servirão para democratizar as vagas no centro de Brasília, que hoje não comportam o número de veículos em circulação.

“Nosso objetivo é fazer com que os motoristas só fiquem estacionados por um período máximo de 2h, que é o tempo de resolver pequenos problemas e sair. Caso permaneçam um longo período, poderão ser punidos”, afirmou.

Pedágios e rodízios – Para os próximos anos, o Detran-DF estuda a cobrança de pedágios urbanos e o rodízio de placas, como já ocorre em outros estados. Ambos seriam criados com o objetivo de evitar que muitos carros se deslocassem para zonas de conflito urbano, como o Setor Comercial Sul (na Asa Sul de Brasília), onde faltam vagas de estacionamento para carros.

José Lima Simões entende que o rodízio de placas poderá acarretar em outro problema: a aquisição de um segundo carro pelos usuários, o que aumentaria ainda mais a frota de veículos do DF, que já é de 1,7 milhões. Em relação ao pedágio nas zonas de maior movimento, o diretor acredita que, com o pedágio, os motoristas devem passar evitar a entrada nessas áreas, optando pelo transporte coletivo.

00020887

Por