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14/12/2017 às 09:21, atualizado em 30/01/2018 às 13:19
Batalhão responsável pelo Riacho Fundo I e II conseguiu redução expressiva nos roubos a comércio com a ajuda do contato com a população via Whatsapp
No caminho, é difícil não os pararem para conversar. O grupo de cinco militares é responsável pelo policiamento comunitário do 28° batalhão, no Riacho Fundo. A rotina baseia-se em cativar a confiança da população com mais proximidade.
Para fortalecer o vínculo, a equipe representa um dos 10 batalhões com número de WhatsApp disponível para a comunidade. O atendimento, no caso do Riacho Fundo, não é para casos de emergência, mas para orientações.
Jordana Lopes, de 31 anos, está entre os 180 comerciantes que participam de grupo no aplicativo. Dona de lojas de materiais de construção, ela teve uma das unidades assaltada em julho, de madrugada. “Quando chegamos, a loja estava praticamente vazia, levaram tudo”, lembra.
O prejuízo, de cerca de R$ 20 mil, foi revertido depois que a proprietária do comércio informou sobre o furto no grupo. “Os policiais conseguiram recuperar tudo e prenderam o homem que estava com as coisas.”
[Olho texto='”(O aplicativo) cria familiaridade e vínculo, porque as pessoas sabem que estamos à disposição para atendê-las”‘ assinatura=”Tenente Georgio, da Polícia Militar do DF” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Para ela, o grupo é muito útil e deixa a população com maior sensação de segurança. As respostas, ela conta, são rápidas e todos se sentem à vontade para denunciar qualquer atitude suspeita no local onde estão.
“A gente deixa de ser um agente distante de Estado e passa a ser a gente. Isso cria familiaridade e vínculo, porque eles sabem que estamos à disposição para atendê-los”, ressalta o coordenador da equipe de policiamento comunitário, tenente Georgio.
São feitas em média 25 visitas por dia. Eles ainda pedem para que a comunidade preencha ficha com informações como: horário com maior incidência de crime, se há medo de sair de casa ou se já foi vítima de alguma violência.
As informações, segundo o tenente Georgio, servem para que o batalhão trace as melhores estratégias de segurança para cada lugar.
No caso dos comércios, os policiais conseguiram perceber uma queda de 15,8% no número de roubos de janeiro a novembro de 2017, em comparação com o mesmo período do ano passado, no Riacho Fundo II.
[Numeralha titulo_grande=”15,8%” texto=”Redução nos roubos a comércio de janeiro a novembro de 2017 no Riacho Fundo II” esquerda_direita_centro=”direita”]
Além do grupo de comerciantes, a dupla responsável pela área do Riacho Fundo II também utiliza a ferramenta para condomínios e quadras residenciais. No primeiro caso, os policiais trocam mensagens com os síndicos de cada local, que são cadastrados e assinam um termo de cooperação.
Para o sargento Rosse, um dos militares da equipe do Riacho Fundo II, os novos condomínios, verticais, são um desafio. “Eles reuniram gente de várias regiões, com realidades diferentes. As pessoas não sabem quem são seus vizinhos e ficam acuadas”, avalia. “Quando percebem que a polícia está presente no lugar onde moram, sentem-se mais seguras.”
Graças à parceria fechada com síndicos, os policiais podem entrar na área privada dos condomínios e chamar moradores para conversas, nas quais escutam demandas e orientam sobre o que fazer em caso de algum tipo de crime. São 15 minutos que Elias Roriz, de 53 anos, diz serem determinantes.
Roriz é síndico desde o início do ano no Condomínio 18 do Parque do Riacho. “Vim de São Paulo e nunca vi caso semelhante de proximidade da polícia com a comunidade. Para mim é inédito e muito bom para a população.”
[Olho texto='”Vim de São Paulo e nunca vi semelhante proximidade da polícia com a comunidade. É inédito e muito bom para a população”‘ assinatura=”Elias Roriz, síndico de condomínio no Riacho Fundo II” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
As conversas por celular ajudam os policiais a traçar o planejamento para as visitas e reuniões que fazem na região. A parceria com a comunidade facilita projetos sociais como doação de brinquedos para crianças carentes e esporte para adolescentes.
“Em três dias, arrecadamos 273 brinquedos para doação”, conta Rosse, ao destacar que a iniciativa só foi possível graças à participação dos comerciantes locais.
No 2º Batalhão de Polícia Militar, em Taguatinga, a corporação começou a utilizar o WhatsApp em 2014, com o grupamento tático operacional. O trabalho teve início com um operador, que recebia as demandas 12 horas por dia e as passava às viaturas que estavam na rua.
O serviço foi ampliado e, atualmente, dois operadores se revezam em turnos de 12 horas cada um. Eles também gerenciam as informações do sistema de ocorrências e as câmeras de monitoramento espalhadas pela cidade.
Além do tempo de despacho, que caiu da média de 15 para dois minutos, segundo a estimativa do subcomandante do batalhão, capitão Servato, aumentou a apreensão de drogas e diminuíram os crimes como furtos e roubos. “Fomos percebendo que após esse contato mais direto com a população, pegamos bastante confiança.”
Batalhões que disponibilizam número de WhatsApp para a população
2° Batalhão de Polícia Militar, em Taguatinga (61) 98301-1149
28° Batalhão de Polícia Militar, no Riacho Fundo (61) 99969-2873
Edição: Vannildo Mendes