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13/11/2013 às 19:53
Aproximadamente 40 pessoas por semana procuram a rede pública para tratamento da doença, caracterizada por dores musculares
BRASÍLIA (13/11/13) – Começa amanhã (14) o treinamento dos profissionais de saúde que atuam nas unidades da rede pública do Paranoá, para aperfeiçoamento em exames, diagnósticos e tratamentos de pacientes com fibromialgia. A doença, classificada como reumatismo, causa dores musculares e tem como um dos sintomas a fadiga.
Segundo a Secretaria de Saúde, no DF, os hospitais regionais contam com 26 reumatologistas para atender cerca de 40 pessoas, em sua maioria mulheres entre 20 e 50 anos, que procuram atendimento semanalmente. O número de casos é considerado alto, por isso, a preparação dos profissionais é indispensável.
“Como o diagnóstico é clínico e não é comprovado por meio de exames, torna-se necessário o envolvimento de outros especialistas (além de reumatologistas) para atender a demanda”, explicou a chefe do setor de Reumatologia do HBDF, Jamile Carneiro, ao informar que no curso são apresentados estudos sobre a doença e demonstrações de casos clínicos.
Segundo Jamile, os ambulatórios de Reumatologia dos hospitais de Base, de Apoio e regionais atendem de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h. A marcação de consultas é feita pelo sistema de regulação do próprio hospital e o encaminhamento médico para consultas e exames pode ser emitido nos postos de saúde.
“Tenho fibromialgia há mais de oito anos. No início, foi difícil entender a doença. Vim ao Hospital de Base (receber o tratamento) e hoje consigo me manter saudável, sem crises, sem dores”, informou Eunice Martins, 71, ao destacar que além de utilizar os medicamentos prescritos para o tratamento, realiza aulas de hidroginástica e ginástica indicadas pela médica.
O treinamento, já promovido nos hospitais de Apoio e de Planaltina, também será realizado nos hospitais de Ceilândia, Santa Maria e Taguatinga nos próximos dias.
SINTOMAS – A fibromialgia é uma síndrome crônica que acarreta dores no corpo por período superior a três meses, sensibilidade nas articulações, nos músculos, nos tendões e em outros tecidos. Em alguns casos, também podem ser sinais da doença a fadiga excessiva, perturbações de sono, distúrbios emocionais e gastrointestinais.
As pessoas com a doença tendem a acordar com dores no corpo e rigidez. A doença também se apresenta com intensidade à noite ou dor o dia inteiro. Os incômodos podem piorar com clima frio ou úmido, ansiedade e estresse.
Além disso, é comum que os pacientes com fibromialgia sintam depressão, estresse grave e transtornos de ansiedade, porque os níveis de serotonina e outras substâncias no cérebro ficam alterados.
De acordo com estudos recentes realizados por médicos franceses, pacientes com fibromialgia também apresentam com frequência certas anormalidades na recepção dos neurotransmissores (alterações na anatomia cerebral).
A pesquisa comprovou, ainda, que no cérebro de 20 mulheres com esse tipo de hipersensibilidade acontecia um fluxo maior de sangue em regiões que identificavam a dor.
Como algumas doenças podem acompanhar a fibromialgia ou imitar seus sintomas, como dor crônica no pescoço ou nas costas; síndrome da fadiga crônica; e hipotireoidismo (tireoide inativa); o diagnóstico deve ser bem orientado e cuidadoso.
CAUSA – A causa ainda é desconhecida. Há estudos que apontam como desencadeadores da fibromialgia traumas e estresse físico e/ou emocional; distúrbios do sono; reação cerebral a dor diferenciada; e infecção por vírus.
Como não exista um diagnóstico com base em exames, a constatação da doença é clínica, ou seja, deve ser feita com base na avaliação que o médico faz do paciente.
Um dos exames é o toque em determinadas partes do corpo, que apresentam dores e hipersensibilidade, incluindo os braços (cotovelos); nádegas; peito, joelhos, região lombar, pescoço, caixa torácica, ombros, coxas.
(A.S/T.V)