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25/11/2013 às 18:11
Em 2014, Teatro Nacional entra em reforma, mas ficará aberto para visitação na Copa do Mundo
BRASÍLIA (25/11/13) – O Governo do Distrito Federal identificou, em 2011, uma série de equipamentos públicos de cultura e patrimônios históricos que necessitavam de reforma e manutenção, a maioria deles abandonados há anos. Até o fim do ano que vem, o governo investirá R$ 250 milhões na recuperação desses espaços – R$ 50 milhões foram aplicados em três anos.
“O patrimônio cultural do DF estava na UTI. Nós identificamos uma série de problemas e começamos, há três anos, a restauração deles, pelo Museu do Catetinho”, explicou o subsecretário do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural da Secretaria de Cultura, José Delvinei.
Em entrevista, Delvinei revelou como funciona o Plano de Recuperação do Patrimônio Cultural e dos Equipamentos Públicos de Cultura, prioridade da pasta, e falou ainda da reforma do Teatro Nacional, prevista para o início do ano que vem.
Apesar da reforma, o GDF manterá o teatro aberto para visitação durante a Copa do Mundo, num formato de visitação de espaços culturais em obras, já utilizado na Europa.
Qual a avaliação que o senhor faz do estado de conservação do Patrimônio Cultural do DF?
José Delvinei: Eu diria que este governo já tirou o patrimônio cultural do DF da UTI. Agora é não relaxar e continuar cuidando do patrimônio com toda atenção que ele merece. Em 2011, a primeira coisa que esta nossa gestão fez foi um diagnóstico da situação, e detectamos um déficit de R$ 250 milhões que seriam necessários para restaurar as ruínas que a falta de manutenção tinha transformado o patrimônio cultural do DF. Diante disso, elaboramos um Plano de Recuperação, que iniciamos ainda em 2011, com a recuperação da nossa Brasília de Madeira, restaurando primeiramente o Catetinho.
Além do Catetinho, quais outras obras já foram feitas?
José Delvinei: Em 2012 abrimos o Panteão da Pátria (fechado desde 2008) e o Memorial dos Povos Indígenas, e iniciamos a obra do Cine Brasília. Em 2013, o gabinete do governador, juntamente com a Casa Civil, a SEDHAB (por meio do FUNDURB) e a SEPLAN, destinou recursos para a recuperação das igrejas de São Sebastião, São Geraldo, São José Operário, Casa do Cantador, Concha Acústica, Galeria Athos Bulcão e Espaço Lucio Costa e para a manutenção do Pólo de Cinema, muitas delas em fase final. Além disso, as obras do Museu de Artes de Brasília (MAB) e do Centro de Dança, que estão em processo licitatório. Foram destinados ainda mais de R$ 6 milhões para a contratação dos projetos do Memorial dos Povos Indígenas, Museu Vivo da Memória Candanga, Espaço Cultural Renato Russo (508 Sul) e para o nosso maior desafio que é o Teatro Nacional Claudio Santoro (TNCS).
Por falar no Teatro Nacional, como anda a reforma? Os problemas de habite-se e do alvará de funcionamento serão resolvidos?
José Delvinei: A elaboração do projeto encontra-se dentro do cronograma. Antes, porém, eu quero dizer que o Teatro Nacional é uma obra que começou ainda na década de 1960, abriu e fechou várias vezes e foi definitivamente entregue à população em 1981 e nunca teve alvará. E por que ninguém nunca resolveu isso? Porque não era fácil resolver, se fosse fácil teriam resolvido. Então nós mapeamos todos os desafios para que pudéssemos resolver, de uma vez por todas, esse problema que é de todo o Eixo Monumental, incluindo a Esplanada dos Ministérios. Nossa primeira empreitada foi estabelecer uma ação integrada entre a Secretaria de Cultura, Agência de Fiscalização (Agefis), Corpo de Bombeiros, Administração de Brasília e Instituto do Patrimônio Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para estabelecer diretrizes que permitissem a intervenção necessária no patrimônio tombado para atender a Lei de Acessibilidade e as normas da ABNT. Este grupo esta trabalhando em sintonia com a empresa que desenvolve o projeto de restauro do TNCS, e as suas decisões serão publicadas por meio de um decreto do governador no primeiro semestre do ano que vem, para que todas as outras edificações possam utilizá-las para se adequar à nova legislação e, a exemplo do TNCS, poder ter seus habite-se emitidos.
E a obra?
José Delvinei: A empresa já entregou o projeto básico, que neste momento esta sendo avaliado pelo Iphan. Assim que recebermos o projeto de volta, faremos os ajustes necessários. Estamos trabalhando com o início das obras para o primeiro semestre do ano que vem.
E quando teatro fecha?
José Delvinei: Conforme acordo com os bombeiros e para atender a recomendação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), o teatro fecha para o público no dia 23 de dezembro. Após esse período, teremos recesso e férias coletivas até o início de fevereiro. Mas esse fechamento será num primeiro momento só para o público. A orquestra continuará usando os palcos do TNCS para ensaios normalmente.
E na Copa do Mundo, o TNCS estará fechado?
José Delvinei: Se conseguirmos cumprir nosso cronograma, ele estará fechado para espetáculos, mas vamos mantê-lo aberto à visitação. Entendemos que um prédio com essa importância arquitetônica para o mundo tem que está aberto para receber os turistas durante a Copa do Mundo. Pretendemos trazer uma experiência muito difundida hoje na Europa que é o “aberto para obras” em oposição ao “fechado para obras”, afinal, o visitante não pode ser penalizado pelo fato de o Estado investir na recuperação do patrimônio cultural.
(M.D.*)