Paixão de Cristo emocionou fiéis a cada estação da Via Dolorosa, no Morro da Capelinha. Multidão percorreu, por mais de três horas, os 900 metros da Via-Sacra

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07/04/2012 às 03:00

Sacrifício e fé

Paixão de Cristo emocionou fiéis a cada estação da Via Dolorosa, no Morro da Capelinha. Multidão percorreu, por mais de três horas, os 900 metros da Via-Sacra

Por

Suzano Almeida, da Agência Brasília

Há mais de dois mil anos, a história de amor e doação de Jesus Cristo emociona e renova a fé de cristãos, em especial, do público que há 39 anos comparece no Morro da Capelinha, em Planaltina, para assistir à Via-Sacra. Crianças, jovens, adultos e idosos de todas as partes do Distrito Federal e  de outros estados acompanharam a encenação.
 
O sol forte não intimidou a multidão, que, por mais de três horas, percorreu os 900 metros da Via-Sacra. Os motivos para estar lá foram os mais variados,  desde a tradição de participar das comemorações da Semana Santa – que se encerra com a ressurreição na madrugada de sábado para domingo (celebrada na Vigília Pascal), mas que foi interpretada no mesmo dia no Morro da Capelinha – até o pagamento de promessas. Caso de Luana Maria Oliveira, 20 anos, que enfrentou a subida do morro de joelhos para agradecer a cura de sua mãe. “Ela estava com câncer e ficou em coma. Hoje ela está bem e mora em Fortaleza (CE). Decidi cumprir essa promessa na Sexta-feira (da Paixão) por se tratar de um dia de sacrifício”, diz.
 
As irmãs Marina e Maria Ribeiro de Brito, 81 e 76 anos, estiveram pelo quinto ano consecutivo no espetáculo e revelaram que a encenação em Planaltina é fonte inspiradora para renovação da fé. “Viemos aqui todos os anos porque temos confiança em nosso Pai lá de cima”, afirmou Marina. “Só de termos essa vitalidade e saúde para podermos estar aqui, sem dar trabalho para os outros, já é uma benção”, completou Maria.
 
A fé também foi a motivação para  Cleonice Bernardo dos Santos, 51 anos, alcançar o alto do morro. Ela acompanha a Via Sacra em Planaltina há 15 anos. Em 2009,teve a perna amputada, mas não desanimou e continuou a peregrinar. “A primeira vez que vim foi apenas por curiosidade, hoje venho para renovar a minha fé. Três meses depois de perder a perna, eu já estava aqui, pois este lugar sempre me fortalece”, declarou Cleonice, que este ano trouxe as sobrinhas Tânia Donato dos Santos, 15 anos, e Andressa Sacramento, 11 anos.
 
Durante o percurso, não foi difícil encontrar pessoas emocionadas por recordar a Paixão de Jesus Nazareno. A estudante Denivânia Pereira, 22 anos, descreveu a Via Sacra como um filme que se mistura com a vida de hoje. “Ver todo o sacrifício de Jesus nos faz pensar em também fazer sacrifícios. Faz lembrar, ainda, da minha família”, diz ela, que acompanha a encenação desde menina. “Cada ano é diferente e sempre é uma emoção nova”, completou.
 
O encanador industrial Manoel Ferreira, 23 anos, e sua esposa Claudiene Carvalho Andrade, 24 anos, estão à espera do primeiro filho, Leonan. O trajeto não assustou a gestante de seis meses, que viu, pela primeira vez  a Paixão de Cristo, no Morro da Capelinha

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Foto: Pedro Ventura