23/07/2012 às 21:28

Cena Contemporânea já vendeu 78% dos ingressos

Mesmo com alto índice de público, festival ainda tem convites disponíveis

Por Lúria Rezende, da Agência Brasília


. Foto: Luis Alberto Gonçalves

Um dos maiores festivais de teatro do país, o Cena Contemporânea, mostra o lado alternativo de jovens dramaturgos e atinge, até o momento, 78% da venda total de ingressos. A estimativa é receber aproximadamente, até o final da semana, 12,7 mil pessoas nos espetáculos espalhados pela cidade. “Contando com as festas e shows na praça do museu nacional”, prevê a organização do evento.

“Dos 13,3 mil passaportes colocados à venda, agora só restam 1,7 mil”, calcula a assessora do Cena, Carmem Moretzsohn. Seis peças ainda têm bilheteria aberta. Além dos espetáculos teatrais, a programação destaca nesta semana, apresentações do grupo Ilê Ayê, Paula Lima, Gog e da paraense Gaby Amarantos.

Disponíveis ainda – Luis Antonio – Gabriela, da paulista Cia. Mungunzá de Teatro, em cartaz nesta sexta (27) e sábado (28), às 21h; e domingo (29), às 19h, no teatro Plínio Marcos, na Funarte, desafia as regras de uma família conservadora dos anos 1960. A autobiografia do diretor NelsonBaskerville coloca em cena a história do irmão mais velho, Luis Antonio, homossexual, que parte para a Espanha sob o nome de Gabriela.

No mesmo teatro (Funarte) e pela mesma companhia, nesta quinta-feira, às 21h, o diretor Nelson Baskerville apresenta a montagem Por que a criança cozinha na polenta. Inspirado em livro homônimo da escritora romena Aglaja Veteranyi, a história mostra dor, abandono e superação pela arte. O espetáculo apresenta, sob o a visão de uma criança, a narrativa que testemunha a violência do mundo doméstico e exterior, alcoolismo, abuso sexual e outras formas de exploração.

Nesta sexta e sábado, às 19h30, no Teatro Goldoni, o grupo brasiliense Auge Produções Artísticas apresenta a vida da poetisa Alfonsina Storni em Vestida de mar. Nascida na Suíça, filha de argentinos, a protagonista migrou com os pais para a província de San Juan, na Argentina, em 1896. Pouco tempo depois de mudar-se novamente e passar por dificuldades financeiras, Alfonsina escreve para um jornal o soneto Voy a dormir e se suicida, três dias depois, andando para dentro do mar. O fato, poeticamente registrado na canção Alfonsina e el mar, gravada por Mercedes Sosa, serve de pesquisa e pano de fundo para celebrar as artes poéticas.

Projeto interativo entre artes cênicas e visuais, Café frágil é um teatro de objetos do grupo hispano-brasileiro La Casa Incierta. Em exibição no Teatro Eva Herz, da Livraria Cultura do Shopping Iguatemi, nesta sexta e sábado, às 17h; e domingo, às 18h, a montagem revela, em um jogo de sombras e objetos, o universo mágico presente no cotidiano de todos.

O Centro Cultural Banco do Brasil recebe neste sábado, às 21h; e domingo, às 20h, Amassa!, da Companhia brasiliense Contém Glúten. A performance de teatro, dança e circo é dirigida pela coreógrafa Julia Gunesch. A trama se passa em uma padaria onde duas mulheres lutam pelos suspiros e amassos de um padeiro cobiçado.

Até sábado, no Espaço Petrobras, no museu da República, a partir das 19h, o grupo argentino-alemão Bineural-Monokultur convida o público para interação com Outra frequencia, audio-performance para dois. Uma dupla de espectadores, transformados em atores, são convidados a viverem diferentes experiências sonoras e virtuais apenas com o uso de fone de ouvido e um aparelho MP3. O público assiste, do lado de fora, a uma coreografia compreendida apenas, pelos dois atores.

Veja a programação completa, ingressos e classificação indicativa na página do festival: http://www.cenacontemporanea.com.br/