Eleição de diretores, vice-diretores e conselheiros escolares ocorre hoje em mais de 600 instituições da rede pública de ensino. Posse dos novos gestores está prevista para 10 de setembro
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22/08/2012 às 18:41
Eleição de diretores, vice-diretores e conselheiros escolares ocorre hoje em mais de 600 instituições da rede pública de ensino. Posse dos novos gestores está prevista para 10 de setembro
Desde a manhã desta quarta-feira (22), professores, pais, alunos e a comunidade votam para escolher os diretores, vice-diretores e conselheiros escolares de 649 escolas da rede pública do Distrito Federal – o que representa cobertura de 97%. Após 10 anos sem eleições diretas para essas funções, a Gestão Democrática volta a integrar a política educacional do GDF.
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O governador Agnelo Queiroz destaca que a Lei 4.751/2012, que estabeleceu a Gestão Democrática, representa um comprometimento com a comunidade escolar e a participação popular. “Esse é um processo que acontece de forma democrática e transparente. É a ampliação da participação popular no nosso governo, que agora chega às escolas”, afirmou o governador.
A expectativa da Secretaria de Educação é que mais de 1 milhão de pessoas compareçam às urnas até as 21h30, horário de encerramento da votação. A votação mobilizou o Centro de Ensino Médio 3, de Ceilândia, uma das maiores escolas do DF, onde três chapas se candidataram.
Mesário em uma das salas de votação, o professor de geografia José Aristides, de 52 anos, acredita que a Gestão Democrática é fundamental para que todos participem. “Quem deve gerir a escola é a comunidade. A chapa vencedora terá um ano e meio para mostrar seu trabalho. Isso vai politizar o debate na próxima eleição”, conclui o professor.
Com três filhos e dois sobrinhos matriculados na instituição, os vigilantes Armando Licurgo, de 41 anos, e Ângela Veras, de 40 anos, aprovaram a realização do pleito. “É bom porque a gente passa a fazer parte do ambiente escolar e fica por dentro de tudo o que acontece”, afirma Armando. A biomédica Camila Parreira, de 31 anos, que já foi aluna da escola, também gostou da iniciativa. “Fiz questão de vir votar”, declara.
A apuração dos votos começa hoje e o resultado será divulgado na sexta-feira (24), na página da Secretaria de Educação (www.se.df.gov.br) na internet e nos murais das escolas. Para as 18 unidades que não tiveram candidatos ou as com chapa única que não alcançarem mais de 50% de aprovação haverá novo processo eleitoral em até 180 dias, em conformidade com o art. 44 da Lei 4.751/2012. A previsão é de que a nova eleição seja realizada em novembro, respeitando-se as etapas de inscrição, eleição e nomeação até dezembro deste ano. Os mandatos irão até dezembro de 2013.
Concorrência sadia – Representantes de duas das três chapas candidatas do Centro de Ensino Médio 3 acompanharam a votação durante a manhã. Apesar de concorrerem para o cargo de diretor da escola, os dois professores de carreira afirmam que a campanha foi realizada com isenção e de forma pacífica.
“A votação possibilita a educação pela cidadania. A comunidade se aproxima cada vez mais das escolas, e os alunos entendem a função social dessas instituições. Assim, consolidamos um ensino de qualidade”, aponta o professor de história, Divaldo de Oliveira, de 42 anos.
A professora de sociologia Magda Rejane Bonfim, de 41 anos, destaca o respeito nas discussões e a democracia no processo de escolha. “Essa eleição é o direito de analisar e decidir com liberdade. O desejo de todos nós é pela evolução da escola, e isso é o mais importante”, garante.
Responsável por fiscalizar a eleição na instituição, a presidenta da comissão eleitoral local Edilene Martins, de 40 anos, afirma que esse momento é uma conquista de todos os professores e do Governo do DF. “Por muitos anos, lutamos pela Gestão Democrática, por uma escola com participação. Sem a ajuda dos pais e da comunidade, não teremos resultados satisfatórios na educação”, enfatiza.
Participação ativa – A corrida eleitoral pela direção da escola e pelo Conselho Escolar mobilizou os alunos do Centro de Ensino Médio 3, que participaram de debates, mobilizações e campanhas durante as últimas semanas. Cursando o 3º ano, Claudio Freitas, de 19 anos, considera importante a participação dos alunos, desde que haja responsabilidade e comprometimento com a votação.
Aluno do 2º ano do ensino médio, Renato Souza, de 17 anos, ressalta o papel mediador da direção na promoção de melhorias. “A eleição de diretores é uma grande mudança nas escolas, pois as necessidades passam pela direção para então receber autorização do governo”, avalia.