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25/08/2012 às 20:19, atualizado em 12/05/2016 às 17:54
Senhor editor, senhora ombudsman
Venho protestar quanto a um erro lamentável e absurdo contido na edição de hoje (25/8) da Folha, editoria Poder: sob o título “Agnelo embolsou doação de R$ 24 mil ao partido em 2005”, a reportagem afirma que o hoje governador do DF “embolsou” dinheiro doado ao PCdoB e afirma que eu, porta voz do GDF, não só confirmei que ele ficou com o dinheiro como acresci: “isso acontecia muito”.
Relatarei a verdade.
Recebi um e-mail da reportagem da Folha às 17h47 da sexta-feira, fazendo questionamentos sobre dados bancários do governador e informando que o prazo para resposta se esgotava às 19h, ou seja, dali a uma hora e treze minutos. Dado o prazo exíguo, telefonei ao repórter às 19h, pedindo mais alguns minutos para responder. Voltei a contactar a reportagem cerca de 15 minutos depois, ainda por telefone, e, dada a urgência, avisei que daria a resposta verbalmente (costumo responder as demandas por escrito para evitar mal-entendidos).
Expliquei, então, que os 11 depósitos constantes na conta, somando ao todo R$ 24 mil, se referiam a um jantar de arrecadação de fundos promovido pelo PCdoB, então partido de Agnelo Queiroz. Disse ainda que é comum aos partidos de esquerda arrecadar recursos por intermédio de vaquinhas entre seus membros e simpatizantes.
O repórter questionou o motivo de o dinheiro ter sido depositado na conta pessoal de Agnelo Queiroz. Respondi que ele pagava despesas do partido. E que esse tipo de procedimento – dinheiro para custear despesas partidárias entrar e sair da conta pessoal – era comum no pequeno PCdoB do DF. Por vezes, o partido inclusive indicava despesas maiores do que o dinheiro que entrara. Informei ainda não dispor da informação sobre que despesas foram pagas com o dinheiro daquele jantar. Disse que tentara apurar junto a integrantes do PCdoB-DF (na minha opinião, a reportagem deveria tê-lo feito, mas não vou entrar nesse mérito), mas que tampouco eles conseguiram saber com precisão naquele momento o destino dos recursos.
Em nenhum momento sequer cogitei a idéia de que Agnelo Queiroz tenha “ficado” com recursos destinados ao PCdoB ou “embolsado” recursos destinados ao PCdoB. Os verbos “ficar” e “embolsar” contidos no texto têm sentido de apropriação indébita. E ambos são lastreados na minha conversa com a reportagem da Folha. Mas, repito, eu nunca falei nada sequer parecido com isso.
Lamento imensamente que os leitores da Folha tenham sido informados erradamente. Peço, por favor, que eles tenham conhecimento da verdade ainda que somente pela publicação deste e-mail no Painel do Leitor.
Ugo Braga
Porta-Voz Governo do Distrito Federal