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19/12/2018 às 09:11
Convênio entre o governo de Brasília e o Conselho Internacional de Arquitetos da Língua Portuguesa foi assinado em 2016 e já está em sua segunda turma de arquitetos estrangeiros
O arquiteto angolano Bernardo Paulo Minargo, de 42 anos, sonha em transformar Prenda, o bairro onde mora em Angola, no melhor lugar do mundo.
Voluntário do Programa de Assistência Técnica em Arquitetura e Urbanismo, da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Codhab), o estrangeiro buscou em Brasília inspiração: “Estar aqui foi a coisa mais maravilhosa que já me aconteceu”, detalha.
A visita faz parte do convênio assinado em junho de 2016 pelo governo de Brasília com o Conselho Internacional de Arquitetos da Língua Portuguesa.
Em 6 de agosto, quatro angolanos chegaram à cidade para prestar assistência técnica em projetos habitacionais. Eles formaram a segunda turma da iniciativa, que oferece trabalho de voluntário para melhorar a vida dezenas de famílias de baixa renda em regiões como Ceilândia e Estrutural.
Minargo afirma que a experiência vai garantir que coloque seu sonho em prática quando voltar para casa, em 20 de dezembro. “Vou criar uma cidade mais bonita do que Brasília. Não vão ficar enciumados”, brinca.
[Olho texto='”Aqui entendi qual a real função do arquiteto. Trabalhar por quem precisa”‘ assinatura=”Edvanio Avelino Sebastião, arquiteto angolano voluntário em Brasília” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Teresa Gonçalves Viage, de 31 anos, arquiteta desde 2016, teve a primeira oportunidade de trabalhar na área e observou: “A regularização fundiária daqui funciona de uma maneira que ainda não conhecemos na Angola. É muito importante aprender isso”.
Os voluntários são selecionados pelo conselho internacional e responsáveis pelos custos da viagem. O governo ajuda com locais para hospedagem, que são da Codhab, mobiliados com móveis cedidos pela Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis).
“Aprendi que um simples reboco pode mudar a vida de uma família inteira”, resume o voluntário do Na Medida, Edvanio Avelino Sebastião, de 28 anos.
O programa é um dos eixos do Habita Brasília, que prevê a famílias de baixa renda serviço de assistência técnica gratuita, com a concepção de projeto e obras de melhoria habitacional.
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Segundo ele, a experiência foi diferente de tudo o que já tinha praticado dentro da profissão na Angola. “Aqui entendi qual a real função do arquiteto. Trabalhar por quem precisa”.
Coordenados por um especialista da Codhab, os estrangeiros promovem melhoras nas residências, como a falta de iluminação e ventilação natural, reboco e outros reparos.
De acordo com o arquiteto da companhia, Leandro Fernandes, o trabalho promove troca de conhecimentos e auxilia na melhoria e agilidade do serviço prestado à população. “Os visitantes trazem outra vivência, que ainda não tínhamos tido aqui.”
O programa assistencial voltado para pessoas de baixa renda é novidade no Brasil, apesar de estar previsto na Lei Federal nº 11.888, de 2008.
No DF, ele começou a ser implementado pelo Sol Nascente, em 2015, onde são feitas obras de infraestrutura para regularização do espaço.
O Na Medida já atendeu 260 famílias de baixa renda e beneficiou 1,4 mil pessoas desde que começou a funcionar.
O benefício, que antes poderia chegar a R$ 13,5 mil, passa a ser de até R$ 15 mil. O recurso é da Codhab e utilizado para custear o projeto, o material de construção e a obra — sempre com foco em aspectos de salubridade, acessibilidade e segurança.
“Nós mudamos a política habitacional da companhia. Hoje atendemos um índice qualitativo, que analisa a precariedade das casas de quem precisa”, define a coordenadora do Melhorias Habitacionais da companhia, Sandra Marinho. O convênio entre o governo de Brasília e o Conselho Internacional de Arquitetos da Língua Portuguesa termina no fim de 2019.
Edição: Marcela Rocha