27/09/2012 às 20:21

Feira mostra trabalhos científicos de alunos do DF

As experiências vencedoras estão expostas em mais de 200 estandes no Parque da Cidade

Por Ailane Silva, da Agência Brasília


. Foto: Lula Lopes

O II Circuito de Ciências das Escolas Públicas do Distrito Federal apresenta, em cerca de 200 estandes, experiências científicas de alunos das 14 Regionais de Ensino do DF. O evento, realizado no Pavilhão de Exposições ExpoBrasília, no Parque da Cidade, termina nesta quinta-feira (27) com estimativa de participação de 24 mil estudantes. O objetivo da mostra aberta ontem é estimular atividades de iniciação científica nas escolas públicas do DF.

Em visita aos estandes, na manhã de hoje, a primeira-dama, Ilza Queiroz, destacou a contribuição do evento para a aprendizagem e difusão do conhecimento. “Esse encontro é fortemente educativo. Os alunos se sentem valorizados por ter o trabalho deles exposto. Além disso, repassam e recebem novos conhecimentos”.

A secretária da Mulher, Olgamir Amancia, também esteve no evento. Professora de matemática do ensino básico e de filosofia e sociologia da educação na Universidade de Brasília, ela ressalta que o circuito revela as diferentes linguagens do processo de ensino e aprendizagem. “O aluno que participa da atividade é incentivado a buscar novos conhecimentos e a trabalhar coletivamente com os colegas de turma. São todas as cidades mostrando, conjuntamente, o que seus estudantes têm para oferecer”, finaliza.

Na mostra, são apresentados cerca de 200 trabalhos vencedores da etapa local, ocorrida nas 14 Regionais de Ensino. De acordo com a secretária- adjunta da Secretaria de Estado de Educação, Maria Luiza Fonseca do Valle, o evento pretende despertar de forma lúdica o gosto pela ciência. “Os alunos se envolvem com o assunto com o qual têm afinidade e se enriquecem intelectualmente com novas informações”, explica.

Segundo Maria Luiza, durante os dois dias de feira, 35 trabalhos serão escolhidos para a etapa nacional, a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, promovida de 15 a 21 de outubro, também no pavilhão no Parque da Cidade. São dez critérios de avaliação para escolher os projetos que avançarão para a próxima fase. Cerca de 50 avaliadores verificam elementos como criatividade, participação e trabalho desenvolvido pelos professores. 

As áreas de conhecimento exploradas na produção dos trabalhos são sustentabilidade, erradicação da pobreza, cidadania, meio ambiente e reciclagem. Os assuntos foram definidos com base na Conferência Rio+20 e na Assembleia das Nações Unidas, que levantaram o tema “Energia sustentável para todos”, em 2012.

O resultado deve sair em até uma semana e será divulgado no site da Secretaria de Educação do DF –http://www.se.df.gov.br/. Os finalistas, além da classificação para a próxima etapa, receberão medalhas e certificados de participação.

Haverá, ainda, durante o encontro nacional de escolas, apresentação das hortas das 14 Regionais de Ensino, por meio de parceria entre os ministérios do Meio Ambiente (MMA) e de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). 

Arte Sustentável – A estudante do terceiro ano do Centro de Ensino Médio Elefante Branco, Jéssica Ferreira de Andrade, 19 anos, exibiu no II Circuito de Ciências o projeto Arte Sustentável. Ela explica que usa materiais que seriam descartados para mostrar o valor das mulheres. “Faço desenhos de mulheres, usando a técnica ponta seca, em capas velhas de CD. As capas são colocadas sobre retroprojetores que não são mais usados nas escolas e, em um fundo branco, refletem as imagens desenhadas”, explica. “Há figuras de personalidades como Tarsila do Amaral e Dilma Rousseff, mulheres que ficarão na história do Brasil”, conclui.

Fotografia – O aluno do primeiro ano do Centro de Ensino Médio 01 do Núcleo Bandeirante, Hector Rocha Margittay, 14 anos, medalhista de ouro na Olimpíada de Matemática de 2012, apresentou com colegas o projeto Evolução da Fotografia. Com latas que não teriam mais utilidade tingidas de preto, eles montaram equipamentos fotográficos e explicaram aos visitantes a história e os processos de revelação. “A feira nos permite aprofundar o conhecimento científico e obter novas experiências”, destaca Hector.

Incentivo – De acordo com a coordenadora do ensino fundamental da rede de ensino do DF, Kátia Franca Vasconcelos, a Secretaria de Educação fomentará o conhecimento científico nas escolas públicas do DF com diversas ações. Para este ano, será aberta licitação para aquisição de materiais de ciências, que serão distribuídos às instituições. Além disso, para 2013, a meta é reabrir de 50 a 100 laboratórios de ciências e dotá-los de novos equipamentos. Haverá, ainda, por meio do Programa de Descentralização Administrativa e Financeira (PDAF), incentivos financeiros distribuídos entre as escolas para promoção dos trabalhos científicos.