Encontro entre o mexicano Mário Bellatin e o colombiano Héctor Abad Fanciolince mostrou diferentes maneiras de olhar e pensar a escrita
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17/04/2012 às 00:12
Encontro entre o mexicano Mário Bellatin e o colombiano Héctor Abad Fanciolince mostrou diferentes maneiras de olhar e pensar a escrita
Secretaria de Cultura
A Jornada Literária da América Hispânica possibilitou ao público testemunhar um encontro que revelou o quanto o pensamento do criador literário pode ser diverso e complementar. O colombiano Héctor Abad Fanciolince e o mexicano Mário Bellatin estiveram juntos na noite deste domingo (15), para falar sobre Perdas, Ganhos e esperanças, com mediação do escritor e tradutor brasileiro Eric Nepomuceno. Mas a conversa foi muito além do tema inicial: ficou centrada na literatura e suas singularidades, para deleite da plateia.
Héctor Abad e Mário Bellatin ofereceram versões, senão opostas, bastante diversas da maneira de encarar a escrita, o ofício de escritor, a rotina, a função da escritura. Se o colombiano afirma escrever “para combater o ruído do fundo da existência e pensar conscientemente”, para o autor mexicano a escrita vem quase como um turbilhão nascido do vazio e intensamente povoado de personagens e acontecimentos sobre os quais jamais havia pensado. “Escrevo para não pensar. Pra mim, a função da escrita é mostrar-nos o vazio em que estamos todos imersos”, avalia Bellatin.
O público pode testemunhar as particularidades que constituem a essência da escrita de cada um. Apesar de ter-se torna do mundialmente conhecido pelo romance A ausência que seremos, publicado no Brasil pela Companhia das Letras – que resgata a história de seu pai, o médico Héctor Abad Gómez, importante ativista dos direitos humanos, assassinado em 1987 – Héctor Abad afirmou não ter memória. E alertou: é preciso fugir das armadilhas que a memória nos prega: “Qualquer um que possa ver um filme do passado, vai constatar que pouco a pouco a memória vai transformando a imaginação. Os episódios vão sendo reconstruídos por esta memória fantasiosa”.
O mexicano Mário Bellatin criou e dirige uma escola cuja filosofia é tão original quanto a literatura que ele escreve. Na Escuela Dinamica de Escritores, a cada dois anos são apenas 30 alunos para 56 professores. “A única proibição é escrever”, avisa Bellatin. “Quero dar a eles todos os elementos possíveis para cada um construir seu próprio discurso”. Um discurso pessoal, único, como o dele e o de Héctor Abad.