27/11/2012 às 22:16

Programa de rastreamento vai reduzir novos casos de câncer no DF

Mulheres com lesões suspeitas são convocadas para tratamento

Por Secretaria de Saúde

A Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) oferece diagnóstico precoce para câncer de colo do útero e de mama por meio de programas de rastreamento – exame Papanicolau e mamografia. A rede passou, recentemente, a chamar todas as mulheres com lesões suspeitas para tratamento especializado. “Esse programa vai mudar a história do câncer feminino no Distrito Federal”, afirma a coordenadora de Câncer da SES, Cristina Scandiuzzi.
 

O diferencial está no tratamento de câncer de colo de útero. Desde outubro, as mulheres que apresentaram alterações no exame preventivo (Papanicolau) estão sendo procuradas pela rede de saúde e encaminhadas para consulta médica especializada. “No próprio consultório, essas pacientes passam por procedimento que, na maioria dos casos, impede que as lesões progridam”. Essa consulta ocorre em no máximo 20 dias após a coleta do exame. Assim, espera-se uma redução drástica na mortalidade nos próximos três anos. “A expectativa é que a gente não tenha mais óbitos desse tipo”, ressalta a médica.
 

Hoje existem cerca de cinco mil pessoas em tratamento contra o câncer no DF: 2.734 fazem quimioterapia, e 1.600, radioterapia. Outros 2.449 são submetidos à hormonioterapia. Muitos pacientes fazem mais de um tratamento.
 

Para o câncer de mama, a SES organiza a rede para ampliar a assistência. “Vamos regular as consultas com médicos especialistas a partir de alterações registradas pela mamografia ou exames clínicos”, ressalta Cristina Scandiuzzi. Com isso, as pacientes terão prioridade no agendamento de consultas.
 

A secretaria dispõe atualmente de nove mamógrafos e ainda oferece os serviços da Unidade Móvel de Saúde da Mulher, que desde março realizou cerca de oito mil exames. No mesmo período, a “Carreta da Mulher” também fez exames preventivos e ecografias, totalizando 25 mil procedimentos em 15 localidades do DF.
 

Os tratamentos contra o câncer que envolvem radioterapia e quimioterapia são oferecidos nos hospitais de Base, Regional de Taguatinga e Universitário. Outros hospitais regionais realizam cirurgias oncológicas. Atualmente não existe espera para iniciar radioterapia. Para a quimioterapia, no entanto, é preciso aguardar cerca de 30 dias para marcar a primeira consulta. Há 240 pacientes em espera para iniciar esse tipo de tratamento.
 

O Ministério da Saúde recomenda o exame preventivo do câncer de colo de útero às mulheres entre 25 e 64 anos. Os médicos alertam, porém, que esse exame deve ser feito no início da vida sexual, independentemente da idade. “Esse tipo de tumor é altamente relacionado ao HPV (papilomavírus humano), que é transmitido sexualmente”, enfatiza Cristina.
 

Ampliação do tratamento – No próximo ano, a SES prevê melhorias no tratamento do câncer. Dois novos aceleradores lineares (para radioterapia) serão incorporados à rede. Um deles tem sistema de planejamento tridimensional, o que torna o tratamento mais preciso. Também será adquirido um equipamento de braquiterapia – uma forma de radioterapia na qual a fonte de radiação é colocada no interior ou próxima ao corpo do paciente em tratamento de câncer de útero ou próstata -, além de um mamótomo, que faz biopsia de lesões da mama com anestesia local.
 

A quimioterapia também está recebendo investimentos. Após reformas no Hospital de Base, o serviço, transferido temporariamente para o HRT, retorna ao seu local de origem. Um novo serviço será inaugurado em Taguatinga com 20 novas vagas.
 

Número de casos – Estimativas para o ano de 2012 de número de casos novos de câncer, segundo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), apontam que os tumores mais prevalentes no DF são o de pele não melanoma (2.570), seguido pelo de próstata, com 900 casos. Em terceiro lugar aparece o de mama com 880 casos, em seguida vem o de colo de útero (330) e o de pulmão e traqueia, com 320 casos ao longo do ano.