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12/06/2019 às 19:32, atualizado em 12/06/2019 às 19:33
Equipe de cuidadores, médicos veterinários, biólogos e zootecnistas trabalha duro para arrumar o encontro de alguns casais
O amor é essencial tanto ao cuidado quanto à sobrevivência das espécies. No zoológico de Brasília, a equipe de cuidadores, médicos veterinários, biólogos e zootecnistas trabalha duro para arrumar o encontro de alguns casais. Mas, nem sempre é algo fácil, pois exige conhecimento sobre o comportamento dos animais e a cooperação entre várias instituições.
Uma das espécies que o zoológico de Brasília atuou como “cupido” foi a onça-pintada. Esse grande felino está ameaçado pela caça e destruição do habitat devido ao avanço das cidades, fazendas e desmatamento, e somente continuará existindo se mais casais encontrarem a “alma gêmea”. É por isso que o zoo enviou uma das onças-pintadas do plantel, a Gabriela, para conhecer o Ogum, que vive no Criadouro Conservacionista NEX, em Goiás. Os dois estão se dando bem e há chances que esses “namorados” formem uma família em breve.
O amor também é essencial de outras formas para a biodiversidade, principalmente àquelas espécies que muitas pessoas têm medo, como as serpentes. Algumas, como a menor jararaca do mundo, a cotiarinha, estão ameaçadas pelo mesmo motivo da onça-pintada, a destruição do habitat.
Também em busca da conservação da espécie, o zoológico de Brasília é o único zoo do mundo que trabalha e reproduz a cotiarinha. Além do mais, a equipe do parque usa toda a sua dedicação para espalhar o amor pelas serpentes entre os visitantes. Elas são responsáveis por fornecer vários compostos para medicamentos que melhoram a saúde das pessoas.
Além do papel em atuar na conservação e preservação, o zoológico participa de programas nacionais e internacionais de espécies ameaçadas. A prioridade é atender às recomendações feitas por especialistas, chamados Studbook Keepers. São esses profissionais que organizam a população de espécies ameaçadas no Brasil e no mundo e, de acordo com dados genéticos importantes, afirmam qual indivíduo pode reproduzir e com quem. Isso acontece para garantir que a população mantida sob cuidados humanos seja saudável geneticamente e que contribua, no futuro, para o reforço das populações em vida livre.
Em pleno Dia dos Namorados (12/6), o Zoológico de Brasília recebeu a recomendação para formar o mais novo casalzinho do plantel – o macho do zoo será aproximado com a fêmea para atender a recomendação feita pela Studbook Keeper da espécie mico-leão-da-cara-dourada. Essa espécie é uma das 25 do acordo de cooperação feito entre o Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (AZAB).
A ave ararajuba também é uma espécie característica do Brasil, mas que está sob grandes ameaças de extinção. Essa espécie, de cores verde e amarela, é encontrada somente no Brasil e estima-se que, hoje, menos de 3 mil ararajubas habitem a Amazônia brasileira. A tendência é que esses números continuem a diminuir.
Mais de 40% do habitat natural dessas aves já foi derrubado pelo tráfico e desmatamento. Para que o zoológico de Brasília continue com a sua missão de conservação e preservação das espécies e o casal reproduza, o recinto fica isolado, ou seja, fora da área de visitação, e é feita a ambientação dentro do recinto para ficar o mais semelhante possível do habitat natural. Atualmente, o zoo participa de um programa de conservação que reúne mais de dez instituições no Brasil que trabalham na reprodução das ararajubas.