22/12/2012 às 16:49, atualizado em 12/05/2016 às 17:54

Resposta ao jornal O Globo

  Ao jornalista Ascânio Seleme, diretor de redação do jornal O Globo  Prezado Ascânio,  A edição de hoje (sábado, 22 de dezembro) contém o editorial intitulado “Um obscuro contrato do governo de Brasília”, no qual, infelizmente, o jornal comete uma série de erros e aleivosias que o tornam, ele sim, o texto, obscuro. A saber.  […]

Por Da Redação, da Agência Brasília

 

Ao jornalista Ascânio Seleme, diretor de redação do jornal O Globo
 

Prezado Ascânio,
 

A edição de hoje (sábado, 22 de dezembro) contém o editorial intitulado “Um obscuro contrato do governo de Brasília”, no qual, infelizmente, o jornal comete uma série de erros e aleivosias que o tornam, ele sim, o texto, obscuro. A saber.
 

1. A Jurong Consultants é uma consultoria especializada em projetos de desenvolvimento econômico, não uma empresa de arquitetura, como, desinformadamente, afirma o texto.
 

2. O objeto do contrato é o estudo de viabilidade econômica de quatro pólos de desenvolvimento constantes do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT), lei distrital de 2009, atualizada em julho deste ano. Os quatros pólos econômicos fazem parte do planejamento de longo prazo do Distrito Federal, discutido em dez audiências públicas realizadas a partir de janeiro de 2011, quando o governador Agnelo Queiroz tomou posse. O planejamento de Brasília, portanto, é feito por brasileiros. Sempre foi.
 

3. A realização das diretrizes do PDOT, na qual o contrato com a Jurong Consultants está contido, é chamado de “Brasília 2060”, não de “Brasília by Cingapura”, um vulgo desinformado e equivocado criados com má-fé por arquitetos em defesa da reserva de mercado, que O Globo reproduz cândida e ingenuamente.
 

4. O Plano Piloto concentra hoje 70% dos empregos oferecidos no DF, daí a diretriz de desenvolver quatro pólos econômicos nos limites territoriais, todos muitos quilômetros distantes da área tombada, de forma a distribuir a riqueza, hoje ilhada numa área pequena e central. O governador Agnelo Queiroz está determinado a iniciar a transformação, pelos próximos 50 anos, do Distrito Federal do simples centro administrativo que é hoje em pólo global exportador de serviços, motivo que o levou a contratar uma empresa internacional especializada em desenvolvimento econômico.
 

5. Neste editorial, O Globo reincide na prática condenável da parcialidade, ao mencionar que o governador Agnelo Queiroz foi citado nas investigações em torno de Carlinhos Cachoeira, sem o inevitável complemento de que, quebrados seus sigilos fiscal, bancário e telefônicos nos últimos dez anos, NENHUM indício de que tenha alguma relação com esse grupo tenha sido encontrado e mais: de que o governador Agnelo Queiroz não só combateu as várias tentativas de infiltração no governo por parte do grupo do senhor Carlinhos Cachoeira como acabou vítima de uma campanha sórdida de difamação armada contra ele com a ajuda do senador cassado Demóstenes Torres, que se valia exatamente dos grandes veículos de comunicação brasileiros para tal. Tudo isso consta dos autos da Operação Monte Carlo.
 

6. A preocupação com o gasto do dinheiro público demonstrada por O Globo é louvável e bem-vinda. Pena que o jornal não tenha demonstrado a mesma acuidade quando o governador Aécio Neves contratou em 2008 a mesma Jurong Consultants, igualmente dispensada de licitação por notório saber, para estudar a viabilidade econômica do Eixo Norte de Belo Horizonte, que liga a capital ao aeroporto de Confins. A propósito, o estudo dos quatro pólos do DF será mais barato do que foi este pólo de MG, que, é justo lembrar, experimenta forte atração de investimentos diretos estrangeiros ao seguir as diretrizes do trabalho feito pela Jurong.
 

Peço, humildemente, que os leitores dO Globo recebam estas informações a respeito do contrato, com a publicação desta carta na seção de Cartas dos Leitores.
 

Receba meu cordial abraço e votos de feliz Natal e próspero Ano Novo.
 

Ugo Braga

Porta-Voz do Governo do Distrito Federal