Pesquisa da Codeplan revela necessidade de 400 mil novas unidades habitacionais até 2030. Em 2014, devem ser construídas 100 mil moradias

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Pesquisa da Codeplan revela necessidade de 400 mil novas unidades habitacionais até 2030. Em 2014, devem ser construídas 100 mil moradias

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04/01/2014 às 10:35, atualizado em 17/05/2016 às 14:01

Ações do GDF acompanham crescimento populacional

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Pesquisa da Codeplan revela necessidade de 400 mil novas unidades habitacionais até 2030. Em 2014, devem ser construídas 100 mil moradias

Por Kelly Ikuma e André Carvalho, da Agência Brasília


. Foto: Divulgação

BRASÍLIA (4/1/14) – A população do Distrito Federal, atualmente com 2,790 milhões de habitantes, cresceu mais que o dobro da média brasileira nos últimos três anos, com previsão de incorporar mais um milhão de pessoas nos próximos 16 anos. Esse aumento em ritmo acelerado levou a Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) a realizar pesquisa que projeta o cenário da região nas áreas de habitação, água, esgoto e energia no ano de 2030.
 

Em relação à habitação, o estudo revela que seriam necessárias 402 mil novas habitações, com uma média de três ocupantes por unidade, para acomodar uma população prevista em 3,773 milhões de pessoas daqui a 17 anos. No ano em análise, o DF teria um total de 1,257 milhão de acomodações, sem contar com as ocupações subnormais – áreas de ocupação irregular, com mais de 50 habitantes e com falta de serviços públicos e de urbanização.
 

O secretário de Habitação, Regularização e Desenvolvimento Urbano, Geraldo Magela, afirmou que, levando em consideração o programa habitacional do DF e a política de regularização das áreas, 98% das unidades habitacionais serão verticalizadas, em função da falta de espaço, e construídas em complexos. “Um dos maiores desafios para o governo nos próximos anos é o resgate da função planejadora do Estado”.
 

Para o especialista em planejamento urbano e professor da Universidade de Brasília (UnB) Frederico Flósculo, esse levantamento mostra que a cidade precisa de planejamento. “Como estudioso nessa área, vejo que, se Brasília e região metropolitana tivessem um planejamento adequado, seria uma capital para 8,5 milhões de habitantes. Hoje, mais da metade de nosso território sofre com o impacto de ocupação urbana”, concluiu o especialista.
 

Quanto ao consumo de água, especificamente fornecida pela Caesb, projeta-se uma demanda de 296 milhões de metros cúbicos – incremento de 109 milhões sobre a atual –, número estimado que exclui o consumo no setor agrícola. Em relação ao esgoto sanitário, diante da estimativa de 1,257 milhão de unidades habitacionais até 2030, seriam necessárias 573 mil novas ligações.
 

Os números divulgados na pesquisa não surpreenderam a Caesb. De acordo com Antônio Luiz Harada, da Diretoria de Engenharia e Meio Ambiente, a companhia produziu um estudo com projeções até 2040 para o setor. “Todo esse crescimento está de acordo com a nossa previsão. Estamos preparados para atender essa demanda crescente”, afirmou.
 

ESTRUTURA – O abastecimento de água é uma das principais preocupações da empresa. Segundo Harada, estão em andamento obras de captação no Rio Corumbá, Lago Paranoá e no Ribeirão Bananal. Em relação ao esgoto sanitário, está planejada a construção de unidades de tratamento, de acordo com a demanda, e a ampliação das já existentes.
 

Em relação à demanda de energia, a estimativa da CEB é de que em 2030 o consumo nas áreas residencial, comercial, institucional e outras totalize 12.470 GWh, um incremento de 7.290 GWh. Em 2012, a demanda era de 5.360 GWh para os mesmos fins. No setor industrial, de acordo com informações da pesquisa, o consumo dependerá dos investimentos que o DF conseguir atrair.
 

O superintendente de Planejamento de Projetos da CEB, Dalmo Rebello, revelou que a companhia já trabalha com essas previsões. Segundo ele, todos os anos, no mês de abril, as concessionárias e permissionárias de distribuição do país enviam à ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) estudos de planejamento elétrico e energético para atender a demanda de cada região no período de uma década.
 

“Esse levantamento da Codeplan é importante porque quanto mais assertivo ele for, melhor será o planejamento em todos os setores. Para construir uma subestação, por exemplo, são necessários dois anos. Se tivermos em mãos dados que apontem a necessidade de uma obra como essa com antecedência, podemos trabalhar com mais organização e tranquilidade”, afirmou Rebello.
 

AÇÕES DO GOVERNO – O GDF tem realizado ações para minimizar os impactos do crescente aumento populacional. Na área habitacional, por exemplo, está prevista a construção de 100 mil moradias até o final de 2014, por meio do programa Minha Casa, Minha Vida/Morar Bem. No ano passado, foram habilitadas mais de 80 mil famílias.
 

Já a CEB construiu cinco linhas de distribuição e quatro subestações. Estão em construção as subestações Hípica, Taguatinga Norte, Cidade Digital, Noroeste e Autarquias Norte, e, até o final do ano, está prevista a instalação de 23 transformadores para diminuir a tensão das cargas utilizadas nas residências.

(K.I/M.D)