Caminhões convencionais cumprirão a escala e itinerário normalmente

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Caminhões convencionais cumprirão a escala e itinerário normalmente

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10/02/2014 às 16:54

Cronograma da coleta seletiva será divulgado até quarta-feira

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Caminhões convencionais cumprirão a escala e itinerário normalmente

Por Kelly Ikuma, da Agência Brasília


. Foto: Mary Leal

BRASÍLIA (10/2/14) – A partir da próxima segunda-feira (17) começa a operar em todas as cidades do Distrito Federal, inclusive nas áreas rurais, um sistema integrado de coleta seletiva de resíduos sólidos, disponibilizado atualmente em apenas cinco das 31 regiões administrativas. A licitação para a contratação das empresas responsáveis pelo serviço foi concluída no final de 2013.

 

A coleta seletiva será feita em dias e horários específicos, que serão divulgados até quarta-feira (12) pelo Serviço de Limpeza Urbana (SLU), e recolherá somente o lixo seco (papel, plástico, vidro e alumínio). Os caminhões da coleta convencional, responsáveis por retirar o descarte orgânico – basicamente produtos de origem animal e vegetal -, continuarão cumprindo a escala e o itinerário normalmente.

 

De acordo com o diretor do SLU, Gastão Ramos, a única preocupação que os moradores devem ter é o de separar o lixo seco do orgânico. O órgão recomenda ainda cuidado ao descartar vidros. A orientação é embalar o material em papelão ou jornal, para facilitar o manuseio e evitar acidentes. Após esse trabalho, o cidadão deve guardar o lixo seco em casa até a chegada do caminhão.

 

APOIO – Pesquisa do Ministério do Meio Ambiente, divulgada no final de 2013, revela que 83% dos moradores do DF aprovam a coleta seletiva em todas as cidades. “Esse dado nos deixa bastante motivados em colocarmos em prática esse projeto. Esperamos que essa maioria influencie positivamente os 17% ainda resistentes, pois é uma ação benéfica para todos”, ressaltou Ramos.

 

Eliane Vieira da Silva, síndica do Residencial Natália Valois, em Águas Claras, faz parte do grupo de cidadãos conscientes. Há seis anos, por iniciativa dos moradores, ela implantou a coleta seletiva em seu condomínio, que possui lixeiras próprias para cada tipo de resíduo. “Separamos o lixo, mas vem o caminhão e mistura tudo novamente. Isso desmotiva muito. Alguns moradores não deram continuidade a essa ação”, afirmou.

 

Ela conta que, há dois anos, os porteiros vendiam o lixo seco e dividiam o dinheiro, prática deixada de lado por falta de interessados em buscar o descarte. “Continuo fazendo na minha casa por uma questão de consciência. Acredito a implantação desse novo serviço será muito bom para todos, mas acho que deve haver uma campanha educativa constante para que essa ação dê realmente certo”, concluiu.

 

LOGÍSTICA – Para que o projeto seja colocado em prática, o SLU dividiu o DF em quatro lotes, que serão atendidos pelas empresas CGC, Valor Ambiental e Quebec. O contrato terá validade de cinco anos. As empresas serão responsáveis pela coleta, transporte e descarga de resíduos recicláveis, que serão 100% destinados às 32 cooperativas cadastradas no órgão.

 

“O volume da coleta será distribuído entre as cooperativas de acordo com o número de pessoas que trabalham em cada uma, pois não seria justa uma divisão igualitária. Já a negociação com a indústria da reciclagem será feita diretamente pelos grupos de catadores”, explicou Ramos.

 

Atualmente apenas 81 toneladas, o que equivale a 3% das 2,7 mil toneladas de lixo coletadas por dia no DF, são destinadas à reciclagem. Com a coleta seletiva, a meta é aumentar para 405 toneladas/dia, o que representa 15% do total recolhido diariamente. “Sabemos que é uma previsão audaciosa pois Curitiba, que já possui essa política há 25 anos, reaproveita hoje 21%. Por isso estamos investindo pesado na implantação desse serviço no DF”, ressaltou.

 

DIVULGAÇÃO – Uma campanha educativa será lançada em breve. Entre outras ações, serão distribuídas cartilhas, em formato de gibi, com orientações sobre o manejo do lixo. “Não adianta colocarmos nas ruas caminhões modernos, organizarmos planos de coleta e construirmos infraestrutura para receber os resíduos se não houver parceria com o cidadão. Enquanto o lixo estiver dentro de casa nada podemos fazer. Nossa responsabilidade começa quando ele é colocado para fora”, afirmou o diretor.

 

Também com foco na importância da coleta seletiva, o grupo de teatro “Defensores do Planeta”, formado por servidores do SLU, se apresenta em escolas de todo o DF. “Estamos com a agenda lotada nesse primeiro semestre. Isso nos deixa muito satisfeitos, pois as crianças são os grandes multiplicadores desse projeto. Elas são o futuro. Queremos que ser referência em todas as cidades na coleta seletiva como somos em relação à faixa de pedestre”, afirmou.

 

ÓLEO E ELETRÔNICOS – O óleo de cozinha não deve ser descartado no lixo convencional e nem ser jogado em pias ou privadas por causar entupimentos na rede de esgoto e ser prejudicial ao meio ambiente. O morador deve armazenar o material em recipientes de plástico e entregar em um dos 14 Pontos de Entrega Voluntária da Caesb, que serão inaugurados em fevereiro – cronograma será disponibilizado no site da empresa. A companhia já realizava este trabalho, mas reforçará a campanha e oferecerá novos espaços de coleta.

 

Os resíduos eletrônicos, como pilhas, computadores e baterias, também devem ter uma destinação diferente. Todos esses materiais podem ser entregues em um dos 13 Núcleos de Limpeza do SLU (endereços no site do órgão) ou nos Pontos de Entrega Voluntária (PEVs), que serão implantados em locais de grande circulação como rodoviária, aeroporto e shoppings. Grandes redes de supermercados também dispõem de locais para descarte.


 infográfico coleta seletiva

(K.I./I.M.*)