Centro de Informação Toxicológica (CIT) informa por telefone a melhor conduta a ser tomada diante da ingestão errada de medicamento ou outro produto tóxico e de picada de animais peçonhentos
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15/12/2011 às 03:00
Centro de Informação Toxicológica (CIT) informa por telefone a melhor conduta a ser tomada diante da ingestão errada de medicamento ou outro produto tóxico e de picada de animais peçonhentos
Secretaria de Saúde
Salvar vidas transmitindo informações essenciais e de forma rápida é a principal missão do Centro de Informação Toxicológica (CIT), que atende a população em geral e os profissionais de saúde, 24 horas por dia, pelo telefone 0800 644 6774. Por meio desse número, três médicas, duas enfermeiras e uma farmacêutica bioquímica, além de estagiários de medicina e enfermagem, explicam qual a melhor conduta a ser tomada diante da ingestão errada de medicamento ou qualquer outro produto tóxico e de picada de cobra, escorpião e outros animais peçonhentos.
Apenas nos 13 primeiros dias de dezembro, o serviço prestou mais de cem atendimentos. De janeiro a novembro, esse número foi de 4.142. Mais de 30% dessas ocorrências referiram-se ao uso indevido de medicamentos, principalmente em crianças de zero a quatro anos. Para a farmacêutica bioquímica e chefe do CIT, Sandra Márcia da Silva, essa é uma questão para a qual os pais devem estar atentos. “É preciso impedir o acesso dos pequenos aos remédios que ficam na bolsa ou nos armários do banheiro porque a criança imita o que presencia os adultos fazerem”, observa.
O mesmo vale para os produtos de limpeza, outros “campeões” de ingestão acidental, como água sanitária, detergente e limpador multiuso. Segundo os técnicos do CIT, a ingestão indevida é facilitada porque a criança pequena ainda não desenvolveu totalmente as papilas gustativas e não difere o sabor. Assim, também é comum a ingestão de plantas tóxicas, cosméticos e até mesmo raticidas.
Um dado importante apontado pela farmacêutica é que quando a pessoa ligar para o CIT, que também atende pelo número nacional – 0800 722 6001, tenha em mãos a maior quantidade possível de informação sobre o produto ingerido. Dessa forma, a embalagem e o rótulo não devem ser descartados, pois contém informações consideradas preciosas pelos técnicos durante o atendimento. Há casos, inclusive, de pessoas que fotografam a planta ou o produto que foi ingerido e encaminham a imagem para o CIT, a fim de facilitar a identificação do mesmo. “É importante identificar corretamente o que foi ingerido porque a conduta a ser seguida depende, muitas vezes, dos componentes da fórmula”, explica a chefe do setor.
Prevenção tem papel importante – Além de orientar a conduta das equipes de urgência por meio de protocolos (Banco de Dados), o CIT age em relação à prevenção. Isso ocorre por meio do repasse de informações às equipes de atenção primárias, como é o caso do Programa Saúde da Família, que por sua vez transmite as medidas educativas entre os moradores atendidos pelo programa.
A educação em saúde é outra atividade desenvolvida pela equipe do CIT-DF, por meio da capacitação em toxicologia com um curso anual que aborda temas específicos. Este ano, além do apoio da Anvisa e dos gestores da Divisa e da SVS, o CIT contou com a participação direta do Núcleo de Educação Permanente em Saúde (NEPS/SVS). Foram oferecidas 150 vagas para graduandos da área de saúde e 50 vagas para profissionais da área de saúde da Secretaria de Saúde/DF, em um treinamento ocorrido no mês passado.
Segundo Sandra Márcia, a reestruturação do serviço não modificou a abrangência do atendimento. Além da orientação via telefone, o CIT mantém um ambulatório no Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), na 712/912 Sul. No local, são acompanhados trabalhadores que se intoxicaram de forma crônica com agrotóxicos e uso agrícola ou outros produtos industriais.
O CIAT-DF (atualmente CIT) foi criado em 16 de junho de 2004, por meio do Decreto No. 24.656, do Governo do Distrito Federal, de acordo com as diretrizes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. O objetivo é dar suporte ao profissional da assistência nos serviços de urgência e emergência ou diretamente aos pacientes vítimas de exposição ou intoxicação, reduzindo a morbidade e mortalidade por essas causas, assim como os custos hospitalares. “O CIT ajuda a salvar vidas”, frisa a chefe do setor, ressaltando que todas as informações prestadas fazem parte da política nacional de saúde.
“São informações atualizadas sobre diagnóstico, prognóstico e tratamento das intoxicações exógenas, obtidas de um banco de dados internacional chamado Micromedex, subsidiado pela Anvisa, e de amplo acervo bibliográfico, o que garante a qualidade e eficácia da conduta adotada”, finaliza Sandra.