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07/05/2014 às 21:54
Jovem foi levado pela mãe à Delegacia da Criança e do Adolescente
BRASÍLIA (7/5/14) – O adolescente de 13 anos, acusado de assassinar o professor Guilherme Moura de Jesus, 28 anos, foi levado pela mãe até a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), na noite dessa terça-feira (6). O garoto, que já estava sendo procurado pela polícia, teve a apreensão provisória decretada e ficará à disposição da Justiça. Se condenado, a pena será de até 3 anos de internação, período máximo previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Segundo a delegada-chefe da DCA, Mônica Ferreira, o jovem praticava assaltos há dois anos e não queria se entregar. “A mãe desconfiou quando o filho chegou em casa sem a bicicleta, que quebrou durante a briga com o professor. Após confirmar que o jovem foi o autor do crime, ela o escondeu, mas resolveu entregá-lo, pois estava preocupada com sua integridade física, já que o fato causou uma comoção social”, declarou.
“Conseguimos identificar o suspeito no mesmo dia do crime. Ele sabia que estava sendo procurado, por isso a mãe achou melhor que ele se apresentasse”, afirmou o delegado-chefe da 16º Delegacia de Polícia de Planaltina, Aélio Caracelli.
A preocupação da polícia agora é que o julgamento seja rápido, para evitar que o menino seja solto. “Como não estava mais em flagrante, pedimos a internação provisória, que foi expedida pelo juiz. Esperamos que ele seja julgado logo, pois essa apreensão vale somente por 45 dias. Depois disso, se não houver sentença, ele poderá ser liberado e aguardar em liberdade”, explicou.
CRIME – Na manhã do último sábado (3), o professor Guilherme fazia caminhada em Planaltina quando foi abordado pelo jovem, que anunciou o assaltou. A vítima reagiu e lutou com o garoto, até ser baleado na cabeça. A vítima foi levada ao hospital, mas não resistiu ao ferimento e morreu.
A delegada informou que o porte físico do menino pode ter sido um dos motivos para a reação do professor. “Ele é muito pequeno e o professor era alto e forte, não sei como o menino conseguiu se desvencilhar durante a briga e atirar. A diferença física pode ter incentivado a vítima a reagir. Além disso, é capaz que ele não tenha acreditado que o adolescente estivesse armado, pois a arma estava escondida na bermuda. Se soubesse, talvez o professor tivesse tentado desarmá-lo”, afirmou.
“Essas reações não compensam. Ainda que a vítima seja mais forte, é melhor entregar tudo e depois acionar a polícia. Esses jovens são inexperientes e têm muito medo durante os crimes. Assim, eles não pensam antes de agir a acabam tirando a vida das pessoas. No último ano, cerca de 70% dos casos de latrocínios no DF envolveram adolescentes”, alertou a delegada.
A investigação foi realizada pela 16º Delegacia de Polícia de Planaltina e pela Delegacia da Criança e Adolescente. “Este trabalho em parceria é essencial para darmos uma resposta rápida a crimes como esse, que foi bárbaro, frio e fútil” destacou Caracelli.
(V.F/J.S*)