Equipamento alemão controlará a qualidade da água do Lago Paranoá, que deve se tornar um grande manancial de abastecimento para o Distrito Federal

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25/10/2011 às 03:00, atualizado em 12/05/2016 às 17:55

Caesb monitora água do Paranoá

Equipamento alemão controlará a qualidade da água do Lago Paranoá, que deve se tornar um grande manancial de abastecimento para o Distrito Federal

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. Foto: Pedro Ventura

Ailane Silva

A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) recebeu, na manhã desta terça-feira (25), uma equipe de técnicos do Centro de Pesquisa Ambiental da Alemanha Helmholtz, que trouxe um moderno equipamento para monitorar a qualidade da água do lago Paranoá. A implantação do aparelho faz parte do Projeto Água Viva, desenvolvido em conjunto pela Caesb, pela Universidade de Brasília (UnB) e pelo centro alemão. O objetivo é fazer da bacia do Paranoá um novo ponto de captação de água para abastecimento do Distrito Federal.
 
Segundo o chefe da Unidade de Monitoramento e Informações de Recursos Hídricos da Caesb, Fernando Starling, após autorização da Marinha, o equipamento será instalado no ponto mais profundo do lago. “Inicialmente, a maquina ficará durante um ano na altura do mosteiro de São Bento, entre o Palácio da Alvorada e a Barragem do Paranoá”, afirma. “Após comprovar a qualidade da água e concluir os estudos, a meta é que o lago se torne um grande manancial de abastecimento de água do DF”, completa.
 
Starling destaca que, comprovada a qualidade da água do Lago Paranoá, não há nada que impeça a utilização desse recurso hídrico para o abastecimento do DF.  “A Agencia Nacional de Águas já fez uma recomendação nesse sentido. A qualidade da água do lago Paranoá se compara ao do Rio Descoberto e ao de Santa Maria”, informa.
 
As pesquisas também analisarão os impactos ambientais e outros fatores relacionados ao processo de captação de águas, como, por exemplo, a quantidade de algas. “Quanto menor o número de microalgas, que dão coloração verde à água, mais cristalino e transparente será o lago, ou seja, melhor será a qualidade da água”, explica Starling.
 
Segundo a bióloga da Caesb Cristine Cavalcante, o órgão já faz o monitoramento da qualidade da água da bacia do lago Paranoá, mas a análise é feita apenas periodicamente no laboratório. Com o novo equipamento, a Caesb, a UnB e os técnicos alemães receberão os dados em tempo real. “Nossa meta é, a partir desses dados, criar um modelo matemático de previsão sobre os recursos hídricos dessa bacia”, afirma.
 
Em novembro, segundo o professor da UnB Detlef Walde, o Centro de Pesquisa Ambiental da Alemanha Helmholtz enviará uma planta-piloto para tratamento de esgoto e outros equipamentos para aumentar a qualidade das informações. A equipe alemã voltará para a Europa ainda nesta semana. Caso seja necessário fazer manutenções ou ajustes, a equipe retornará ao Brasil.
 
Projeto Água DF
O Projeto Água DF vem sendo desenvolvido há dois anos pela Caesb, pela UnB e pelo Centro de Pesquisa Ambiental da Alemanha Helmholtz, com apoio do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Esta é a 2º fase e contempla a coleta de dados por meio do monitoramento constante da qualidade da água no lago Paranoá. O objetivo é a elaboração de um modelo integrado e sustentável para a gestão da água na capital.
 
No total, as equipes envolvidas no projeto trabalham com 11 linhas de pesquisas diferentes, que levantarão informações que vão desde o uso e a ocupação do solo às mudanças climáticas e sua influência na região. O diagnóstico inclui a análise de cenários passados e a previsão de situações futuras.