23/06/2014 às 20:41, atualizado em 12/05/2016 às 18:15

Brasília promove cultura na Copa do Mundo

Torre de TV reuniu brasileiros e estrangeiros com atrações como capoeira e o ritmo africano mandeng

Por Ailane Silva, da Agência Brasília


. Foto: Pedro Ventura

BRASÍLIA (23/6/14) – Bem próximo ao Estádio de Brasília Mané Garrincha, a Torre de TV concentrou centenas de pessoas que passaram pelo local antes da partida do Brasil contra Camarões. No local, além de capoeira, a melodia africana foi preparada pelos próprios brasilienses do grupo Foliaê.

 

Os músicos chamaram a atenção de brasilienses e dos turistas com seus tambores. “Nós tocamos a cultura mandeng, da África. Viemos mostrar para galera que é o que gostamos de fazer, que é tocar e dançar. Nesse jogo, que temos um país africano, tivemos a oportunidade de valorizar essa cultura”, disse a produtora do Foliaê, Naine França.

 

Quem passou pela Torre de TV também pôde entrar no suingue da capoeira da Liga Metropolitana de Capoeira do Distrito Federal. São 12 grupos que se apresentam tradicionalmente no local com música e dança todos os domingos.

 

“Viemos para um ponto que é extremamente turístico e que reúne todas as pessoas que estão subindo para o estádio para fazer uma roda e apresentar a nossa cultura. Queremos mostrar a ginga e a música brasileira que muitos desconhecem”, disse a integrante Carolina Terra, 31 anos.

 

O mestre da Escola do Mundo Capoeira, Alex Carcará, destacou que essa manifestação cultural brasileira já vem sendo exibida internacionalmente. “A gente mostrou há alguns meses nosso trabalho na Finlândia, Suécia, Rússia e Portugal. Hoje temos francês, cubano e iraniano participando do grupo de capoeira”, disse.

 

“Temos 10 milhões de capoeiristas no Brasil e, em Brasília, a roda de capoeira acontece todos os dias. A Copa é mais uma oportunidade para mostrar essa cultura ao mundo”, completou o mestre.

 

CAPITAL VIRA DOCUMENTÁRIO – Brasília também entrará no cenário de um documentário produzido por franceses, com a participação do grupo de Brasília Móveis Coloniais de Acaju, que levaram caixa, violão, escaleta e dois saxofones para tocar ao ar livre, próximo ao estádio.

 

“Nós estamos fazendo o retrato do Brasil através das músicas do Jorge Ben Jor. Nós vamos fazer outras cenas depois. Em cada cidade nós gravamos cenas inéditas de ligações entre os artistas, as cidades e Jorge Ben Jor”, disse o cineasta francês e pianista Benjamin Rassat, 22 anos.

 

Segundo ele, já foram feitas 31 cenas e o grupo de três cineastas vai seguir para outras cidades-sedes da Copa e, por fim, irá ao Rio de Janeiro encontrar com Ben Jor para fazer uma homenagem.

 

“Fazemos uma profecia: ‘chorava todo mundo, mas agora ninguém chora mais’, da música tocada por ele. Mas vamos ver o que vai acontecer. Se o Brasil perder, vamos pensar em outras músicas, mas agora prefiro não pensar nessa possibilidade”, complementou o cineasta.

 

A.S./C.C.