28/07/2014 às 11:06

Especialista alerta sobre a importância do pré-natal na gravidez

Diabetes, anemia, hipertensão e infecção urinária são doenças comuns durante a gestação, mas que podem ser controladas

Por Da Redação, com informações da Secretaria de Saúde


. Foto: Mary Leal / Arquivo

 BRASÍLIA (27/7/14) – Algumas doenças podem surgir durante a gravidez, como anemia, diabetes, hipertensão, infecção urinária e leucorréia (corrimento vaginal). A Secretaria de Educação do DF atende uma média de 80 novas inscrições de pré-natal por mês na regional sul, que inclui o Hospital Materno-Infantil de Brasília (Hmib), centros e postos de saúde. O HMIB faz, em média, 500 partos por mês.

 

As patologias específicas da gravidez, que podem aparecer durante esse período, como diabetes e hipertensão, podem estar associadas a fatores de risco inerentes à paciente, como ganho de peso excessivo, histórico familiar ou antecedente em gestação anterior e gemelaridade (quando se verifica a formação de mais de um feto).

 

“É claro, que a gestação por si só faz algumas alterações hormonais importantes e podem predispor à mulher um maior risco dos problemas mais comuns. A infecção urinária e a leucorréia estão entre eles, que acontecem devido à baixa das defesas da mulher nesse estágio”, detalhou a chefe da Unidade de Ginecologia e Obstetrícia do Hmib, Lucila Nagata.

 

Ela lembra ainda que as futuras mamães podem ter também mais gripes e, se forem asmáticas, podem ter uma piora das crises durante a gravidez.

 

Outra doença bastante comum nessa fase de vida da mulher é a anemia. Nesses casos, é importante que a gestante faça a reposição de ferro e de ácido fólico para evitar o problema, além de exames de rotina, como hemograma, urina, glicemia, sorologias de doenças infecciosas e doenças sexualmente transmissíveis.

 

“A gestante pode ter também qualquer patologia das não gestantes. No caso, é necessário um cuidado maior no tratamento, de forma diferenciada. A placenta deixa passar a medicação administrada para a mãe, então temos que ter certeza de que o que prescrevemos não irá causar danos para o bebê”, acrescentou a especialista.

 

Para o rastreamento de doenças durante a gravidez, deve ser feito o pré-natal uma vez por mês do início até o sétimo mês da gestação. E de quinze em quinze dias, do sétimo ao nono mês. No último mês, é recomendável que a paciente seja vista toda semana até o parto.

 

A gravidez é um fenômeno fisiológico e deve ser vista como parte de uma experiência saudável que envolve mudanças dinâmicas do ponto de vista físico, emocional e social. Mas, trata-se também de uma situação limite que pode implicar riscos para a mãe e para o feto em alguns casos.

 

GRAVIDEZ DE ALTO RISCO – Considera-se que a gravidez é de alto risco quando existe, por vários motivos, uma probabilidade mais elevada do que o habitual de se produzirem complicações na gravidez ou de o próprio feto poder ser afetado por alterações ou malformações congênitas.

 

Nesses casos, é solicitada uma série de exames específicos para o diagnóstico pré-natal, a fim de verificar precocemente a existência de problemas. As grávidas que são diagnosticadas com doenças como diabetes, hipertensão, anemia ou infecções são consideradas de alto risco e devem ser acompanhadas pelo médico.

 

GRAVIDEZ DE BAIXO RISCO – Existe o chamado pré-natal de baixo risco ou risco habitual, que é caracterizado com náuseas, enjoos e até vômitos no início da gestação.

 

“Nesses casos, geralmente a paciente não tem mais nada a reclamar além de azia, má digestão, intestino mais preguiçoso e sono. Estas são as gestantes ditas ótimas”, esclareceu a especialista.

 

Toda a rede pública de saúde do DF realiza o atendimento de pré-natal nas gestantes. Os casos de baixo risco ou risco habitual são realizados nos postos ou centros de saúde. Os casos de alto risco são triados nos centros de saúde e encaminhados para os hospitais regionais mais próximos.

 

Todos os hospitais têm ambulatório de alto risco, sendo que o Hmib possui a melhor infraestrutura para atendimento das pacientes mais graves (cardiopatias, nefropatias, colagenoses – grupo de doenças autoimunes relacionadas à produção excessiva ou deficiente das fibras de colágeno, diabetes tipo I, hipertensão grave e outros).

 

(J.P/J.S*)