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10/11/2020 às 21:18, atualizado em 10/11/2020 às 21:41
Pesquisa por amostragem vai subsidiar medidas para conter eventual segunda onda da pandemia. UBSs serão porta de entrada para pacientes sintomáticos
A Secretaria de Saúde começa a aplicar, na próxima semana, 8,5 mil testes rápidos em moradores das 33 regiões administrativas. O objetivo do esforço concentrado é entender como o coronavírus se propaga pelo território do DF, qual é o grau de contaminação e se a progressão pode levar a uma segunda onda da pandemia. Esse inquérito epidemiológico servirá de subsídio para que o Governo do Distrito Federal decida pela adoção de novas medidas de enfrentamento ao contágio.
A aplicação dos testes faz parte do Plano Estratégico de Combate ao Coronavírus no Distrito Federal – Ações de Enfrentamento 2020-2021. A iniciativa foi apresentada nesta terça-feira (10) pelo secretário de Saúde, Osnei Okumoto, em coletiva de imprensa no Palácio do Buriti. O plano também prevê mudanças no atendimento aos pacientes com coronavírus na rede pública do DF.
Confira o anúncio no vídeo:
A Saúde priorizará o atendimento na rede de atenção primária, ou seja, nas unidades básicas de saúde (UBSs), e não mais nos hospitais de referência. As UBSs receberão os equipamentos dos hospitais de campanha que estão sendo desativados – como o do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, desmontado em outubro.
Circulação do vírus
Para fazer o inquérito epidemiológico no DF, a Saúde utilizará 10 mil testes rápidos do tipo IgG e IgM que foram doados, no fim de outubro, pelo Serviço Social do Comércio (Sesc) e pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF). Serão feitos 8,5 mil testes: 250 em cada uma das 33 regiões administrativas, em moradores escolhidos por sorteio; os 250 testes restantes servem como reserva de segurança para casos em que seja necessário repetir o exame.
[Olho texto=”“Vai ter segunda onda? Impossível dizer sem o inquérito epidemiológico, sem testagem em massa. Estamos saindo na frente, nos precavendo para dar melhores respostas se houver uma transmissão mais acentuada”” assinatura=”Osnei Okumoto, secretário de Saúde” esquerda_direita_centro=”centro”]
“O teste rápido que vamos usar avalia anticorpos tanto na fase aguda quanto na fase crônica da doença. Então, é um dado precioso para melhorar nosso inquérito epidemiológico e oferecer mais subsídios à análise”, explicou Osnei Okumoto.
A meta é fazer a pesquisa por amostragem em cerca de 30 dias, começando na segunda quinzena de novembro e terminando até 15 de dezembro. A Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde estima de 15 a 20 dias para os trabalhos de campo e mais dez dias para a análise dos dados.
Haverá uma equipe por região administrativa, com dois profissionais de saúde e um motorista. Os grupos vão atuar de forma simultânea, indo às casas sorteadas e, com o consentimento do morador, aplicando o teste.
[Olho texto=”“Entendemos que o planejamento é baseado em critérios científicos, o que traz uma segurança para a população de Brasília”” assinatura=”Paulo Ricardo Silva, presidente do Iges-DF” esquerda_direita_centro=”centro”]
O diretor de Vigilância Epidemiológica, Cássio Peterka, ressalta que o inquérito sorológico tem o objetivo de saber se as pessoas tiveram contato com o vírus e quantas ainda estão suscetíveis à doença. “Uma região com pouca circulação, por exemplo, poderá ter um olhar mais diferenciado e atento do sistema de vigilância, porque os casos poderão aumentar ali”, enfatizou.
Foco na atenção primária
Diferentemente do que ocorreu até agora no DF, em que o Hospital Regional da Asa Norte (Hran) foi a unidade de referência para casos de Covid-19, a população será orientada a procurar as unidades básicas de saúde em caso de sintomas.
Nas UBSs, equipes atenderão por demanda espontânea, ou seja, sem agendamento. A depender da primeira consulta, o teste será efetuado. Em caso positivo para a doença, a pessoa ficará em sala isolada e receberá as devidas orientações.
A testagem em massa nessa fase será possível graças a 150 mil testes rápidos que o DF conseguiu com o Ministério da Saúde em novembro. Os dispositivos já estão à disposição e vão ser usados pela atenção primária, no atendimento inicial aos pacientes suspeitos. Além dos 150 mil testes, o Laboratório Central é reabastecido mensalmente com 18 mil kits.
Com esses testes o governo espera ter ações específicas em relação à probabilidade de uma segunda onda. “Vai ter segunda onda? Impossível dizer sem o inquérito epidemiológico e sem a testagem em massa. Estamos saindo na frente, nos precavendo para dar melhores respostas se houver uma transmissão mais acentuada”, ressaltou Okumoto.
[Numeralha titulo_grande=”599 equipes” texto=”de saúde da família a postos contra o coronavírus no DF” esquerda_direita_centro=”centro”]
No caso de quadros leves, os pacientes deverão voltar para casa e serão monitorados por telefone ou aplicativo de celular a cada 24 horas (se tiverem comorbidades) ou 48 horas. Caso seja necessário, um agente de saúde irá ao local para medir a saturação de oxigênio. Para isso, o governo conta com 600 aparelhos de oxímetro, um por equipe de saúde da família.
Se a saturação estiver maior que 94%, a pessoa será encaminhada ao hospital regional mais próximo de sua casa ou a uma unidade de pronto atendimento (UPA). “Todos os hospitais estarão preparados para atender pacientes de Covid. Não será preciso procurar uma unidade de referência”, esclarece o subsecretário de Atenção Integral à Saúde, Alexandre Garcia.
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O subsecretário informa também que o DF tem 599 equipes de saúde da família, 498 delas completas, e o restante com ao menos um enfermeiro, um técnico de enfermagem ou um agente comunitário. “A quantidade de equipes permitirá que a população seja bem atendida em todas as regiões administrativas no combate à pandemia de Covid.”
Ainda segundo Alexandre Garcia, estudos mostraram que entre 80% e 85% dos infectados por coronavírus tiveram quadros leves ou foram assintomáticos, o que permite tal estratégica de atendimento com foco na atenção primária e no monitoramento domiciliar.
Protagonismo do Hospital de Base
O presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), Paulo Ricardo Silva, participou da apresentação do plano. “Entendemos que o planejamento é baseado em critérios científicos, o que traz uma segurança para a população de Brasília”, afirmou.
Paulo Ricardo destacou ainda que o Hospital de Base tem um protagonismo no processo de reabilitação dos pacientes que tiveram a doença. A unidade foi uma das cinco escolhidas, em todo o Brasil, para participar do projeto Reab pós Covid-19, parceria do Ministério da Saúde com o Hospital Sírio-Libanês.
* Com informações do Iges-DF