16/05/2012 às 18:45

Acesso ao conhecimento no ar e nas estantes das paradas de ônibus

O tempo à espera de ônibus não costuma ser o melhor período do dia. Mas, a partir de agora, os passageiros de Brasília poderão se distrair navegando pela internet gratuitamente

Por Yusseff Abrahim, da Subsecretaria de Articulação Social e Novas Mídias da Secom-DF


. Foto: Brito

Foram instalados nesta terça-feira (15) três módulos do projeto Estação Cultural, que, além de livros, disponibilizam acesso livre à internet por um terminal de computador e conexão sem fio.

O projeto é realizado pela Fundação T-Bone Açougue Cultural, em parceria com a Fundação Banco do Brasil. O Governo do Distrito Federal também participa, disponibilizando pontos de energia para funcionamento 24 horas dos terminais, por meio da Administração Regional de Brasília.

Os usuários das paradas de ônibus e moradores do entorno da Estação Galeria, na Asa Sul, e das quadras 712 e 512 Norte, já podem acessar a novidade usando dispositivos móveis, como celulares com conexão wi-fi, tablets e notebooks. Para quem não possui esses aparelhos, há um terminal de computador com tela sensível ao toque, desenvolvido por uma empresa de Campinas (SP), exclusivamente para o projeto.

A conexão sem fio possui velocidade de 10Mb por segundo e pode ser acessada em um raio de até 1km, a partir dos três pontos contemplados. Nas paradas das quadras 714, 514 e 516, na W3 Norte, os livros já estão disponíveis em novos modelos de armários.


Terminais –
Inicialmente em três pontos, o projeto concretiza a evolução das atuais 38 estantes de livros espalhadas pela cidade. Cada Estação Cultural possui seis estantes repletas de livros, agora protegidas do vento e da chuva por portas de vidro, além da tela sensível ao toque e da antena wi-fi.

Um dos três arquitetos responsáveis pelo projeto, Pedro Grilo, da cooperativa Coda, revela que o módulo atual foi resultado de oito estudos diferentes. “Fomos ajustando as propostas até a fusão com as paradas de ônibus, respeitando o espaço, a circulação e o projeto arquitetônico, que é tombado”, explica. Grilo enfatiza que, apesar da utilização de materiais resistentes que compõem as Estações Culturais, o zelo que a maioria da população tem mostrado pelo projeto é o verdadeiro patrimônio imaterial do brasiliense.

Conservação – Apaixonado por livros, especialmente pelos de filosofia, o açougueiro e fundador do Açougue Cultural, Luiz Amorim, sempre acreditou que a simpatia da população pela ideia de compartilhar livros gratuitamente superaria as ações de vandalismo. “O resultado do projeto chegou ao encantamento. A colaboração do público superou a expectativa e acredito que a população vai cuidar bem disso tudo”, avalia.

Para Luiz Amorim, a habilidade empreendedora de quem conseguiu conciliar carne com cultura, o projeto é mais uma prova de que os meios digitais e o analógico se completam: “Os livros impressos e a internet convivem muito bem. A tecnologia ajuda muito as pessoas nas pesquisas e, quem preferir, pode pegar os livros para se conectar de outra forma”.